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Sabbath
R2D2
 

Steam ID: ssabbath
Default Terceira e Última recomendação: WIT

03-04-06, 15:18 #1
Ontem eu assisti devolta! :P E o filme é muito bom, e o forum aqui é menos frequentado, ai pra vocês se lembrarem de procurarem na Block Buster mais próxima, riparem e mandarem pra mim! :/ aeiohaeihea

Quote:
Baseado na peça de Margaret Edson ganhadora do premio Pulitzer de 1999.

A autora do drama diz que ficou surpresa com o filme e que jamais poderia imaginar que ele pudesse ter o mesmo efeito que tem a peça sobre a platéia. Na verdade, parece uma peça filmada e nos sentimos como se Emma Thompson falasse diretamente conosco.
O filme nos apresenta um confronto entre a inteligência (Wit) e a sensibilidade e nos mostra que nem sempre elas caminham juntas.
A personagem principal, a professora Vivien Bearing é doutora em literatura inglesa, especialista em John Donne, um dos mais difíceis poetas metafísicos ingleses. Seus cursos são procurados por alunos brilhantes em busca de desafios.
O jovem e inteligente Jason assistente do eminente pesquisador Dr. Kelekian diz que escolheu sua disciplina justamente por isso.
Logo no início somos surpreendidos pela forma brutal com que o diagnóstico é comunicado à paciente, que, surpreendentemente, o enfrenta estoicamente. É como se dois especialistas estivessem discutindo sobre um tratamento novo que seria experimentado, a falta de emoção com que Vivien recebe o veredicto médico é chocante. Assina o termo autorizando que seu corpo seja usado para a investigação médica da mesma forma .
A partir daí ela começa a nos dar uma aula sobre o mundo médico, sua ânsia de saber e seu “furor curandis”. Com o interesse de uma estudante aplicada, pergunta o significado dos termos médicos e ajuda a enfermeira, calculando com precisão a quantidade do vômito expelido. Parece incrivelmente resignada à sua sorte, nela não encontramos nenhuma das fases pelas quais passa o enfermo terminal, estudadas por Elizabeth Kubler Ross e tão antecipadamente descritas por Leon Tólstoi em seu, A morte de Ivan Ilich. Não há revolta, não há queixas nem contra Deus, apenas ironia contra os que abaixo Dele, são responsáveis pela cura aqui na terra. Apenas uma profunda resignação, mesclada ao tédio de ver o tempo se arrastar lentamente, ainda que deseje que ele não flua tão rapidamente.
A solidão desta mulher de 48 anos é tão tocante quanto o isolamento a que é submetida face aos efeitos colaterais (diminuição das defesas do sistema imunológico) do tratamento quimioterápico.
A anafetividade com que Vivien trata seus alunos é similar à do Dr. Kelekian e seu jovem pupilo em relação a seus pacientes. Pensar que alguém poderia “matar” a própria avó para esquivar-se de uma tarefa acadêmica... A assepsia com que manipula os versos metafísicos de Donne sobre a morte, também lembra a forma como os médicos discutem os sintomas de seu câncer terminal, os efeitos e os resultados da quimioterapia.
Mas, os flashbacks de sua infância, o momento em que o simbólico faz sua irrupção, na intimidade gelada do contato com a figura paterna, nos permitem aventar uma hipótese para a estruturação de uma personalidade tão fria e racional. O pai mal levanta a cabeça do jornal, quando a menina, visivelmente identificada com ele, descobre cheia de júbilo em seu livro de histórias infantis o significado das palavras. A palavra substitui a coisa e a liberta das malhas do imaginário:

“Papai, o que é so-po-rí-fe-ro?”
O que faz dormir, responde o pai.
Que engraçado, diz ela sorrindo, os coelhinhos do livro estão dormindo!”

As cenas se sucedem na fria atmosfera do hospital até que nos deparamos com um único elemento humano, a enfermeira Susie, que em sua sábia “ignorância”, apesar de não concordar com a conduta médica, desculpa-os dizendo que apenas aprenderam a salvar a vida das pessoas, não foram ensinados a cuidá-las. A medicina é soberana, manter o organismo vivo destinado à pesquisa é preciso, respeitar o desejo do ser humano que ali está não é preciso (cena da tentativa de reanimação).
Nas últimas cenas, Vivien sucumbe ao medo da morte, os versos de Donne já não são apenas um exercício intelectual, eles representam a luta do poeta contra aquela cuja representação não existe no inconsciente. A morte é sempre a morte do outro.
A dor é insuportável e Vivien pede clemência. A enfermeira Susie tenta inutilmente dar um pouco de autonomia à paciente quando pede aos médicos que permitam a instalação do analgésico cujo bombeio seria feito pela própria enferma, mas o Dr. Kelekian é taxativo e prescreve a dose de morfina que a conduz ao coma. E justo na vigência dessa última manifestação de vida é quando a brilhante professora Bearing entrega-se ao anseio por uma figura maternal representada por sua antiga mestra e, recusando ouvir os versos do objeto de estudos de toda uma vida, prefere a fábula do coelhinho fujão, metáfora de como Deus jamais abandona seus filhos.

No final, os versos de John Donne,

“Death, be not proud, though some have called thee
Mighty and dreadful , for thou art not so ;

One short sleep past, we wake eternally,
And Death shall be no more, death, thou shalt die”,

Obra PRIMA do drama!





Sabbath is offline   Reply With Quote
SigSnake
Trooper
 

03-04-06, 16:17 #2
Pq última recomendação?
Voce vai morrer?

PS: Saudade do meu DVD Player... :/

SigSnake is offline   Reply With Quote
Sabbath
R2D2
 

Steam ID: ssabbath
03-04-06, 16:46 #3
ÁEIOHEOIHioeAH pq aqui da pra ver direto e lembrar! :P
Já tem 2 tópicos disso "EU ACHO" :P

Sabbath is offline   Reply With Quote
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