O Almeidinha

[Conrado]

“Direitos humanos para humanos direitos”


Almeidinha era o sujeito inventado pelos amigos de faculdade para personalizar tudo o que não queríamos nos transformar ao longo dos anos. A projeção era a de um cidadão médio: resmungão em casa, satisfeito com o emprego na “firma” e à espera da aposentadoria para poder tomar banho, colocar pijama às quatro da tarde, assistir ao Datena e reclamar da janta preparada pela esposa. O Almeidinha é aquele sujeito capaz de rir de qualquer piada de português, negro, gay e loira. Que guarda revistas pornográficas no armário, baba nas pernas da vizinha desquitada (é assim que ele fala) mas implica quando a filha coloca um vestido mais curto. Que não perde a chance de dizer o quanto a esposa (ele chama de “patroa”) engordou desde o casamento.

 

O Almeidinha, ativista virtual e cidadão de bem.

O Almeidinha, para nosso espanto, está hoje em toda parte. Multiplicou-se em proporção geométrica e, com os anos, se modernizou. O sujeito que montava no carro no fim de semana e levava a família para ir ao jardim zoológico dar pipoca aos macacos (apesar das placas de proibição) sucumbiu ao sinal dos tempos e aderiu à internet. Virou um militante das correntes de e-mail com alertas sobre o perigo comunista, as contas no exterior do ex-presidente, os planos do Congresso para acabar com o 13º salário. Depois foi para o Orkut. Depois para o Facebook. Ali encontrou os amigos da firma que todos os dias o lembram dos perigos de se viver num mundo sem valores familiares. O Almeidinha presta serviços humanitários ao compartilhar alarmes sobre privacidade na rede, homenagens a pessoas doentes e fotos de crianças deformadas. O Almeidinha também distribui bons dias aos amigos com piadas sobre o Verdão (“estude para o vestibular porque vai cair…hihihii”) e mensagens motivacionais. A favorita é aquela sobre amar as pessoas como se não houvesse amanhã, que ele jura ser do Cazuza mas chegou a ele como Caio Fernandes (sic) Abreu.

O Almeidinha gosta também de se posicionar sobre os assuntos que causam comoção. Para ele, a atual onda de violência em São Paulo só acontece porque os pobres, para ele potenciais criminosos (seja assassino ou ladrão de galinha) têm direitos demais. O Almeidinha tem um lema: “Direitos Humanos para Humanos Direitos”. Aliás, é ouvir essa expressão, que ele não sabe definir muito bem, e o Almeidinha boa praça e inofensivo da vizinhança se transforma. “Lógica da criminalidade”, “superlotação de presídios”, “sindicato do crime”, “enfrentamento”, “uso excessivo da força”, para ele, é conversa de intelectual. E se tem uma coisa que o Almeidinha detesta mais que o Lula ou o Mano Menezes (sempre nesta ordem) é intelectual. O Almeidinha tem pavor. Tivesse duas bombas eram dois endereços certos: a favela e a USP. A favela porque ele acredita no governador Sergio Cabral quando ele fala em fábrica de marginais. A USP porque está cansado de trabalhar para pagar a conta de gente que não tem nada a fazer a não ser promover greves, invasões, protestos e espalhar palavras difíceis. O Almeidinha vota no primeiro candidato que propuser esterilizar a fábrica de marginal e a construção de um estacionamento no lugar da universidade pública.

Uma metralhadora na mão do Almeidinha e não sobraria vagabundo na Terra. (O Almeidinha até fala baixo para não ser repreendido pela “patroa”, mas se alguém falar ao ouvido dele que “Hitler não estava assim tão errado” ganha um amigo para o resto da vida).

A cólera, que o fazia acordar condenando o mundo pela manhã, está agora controlada graças aos remédios. O Almeidinha evoluiu muito desde então. Embora desconfiado, o Almeidinha anda numas, por exemplo, de que agora as coisas estão entrando nos eixos porque os políticos – para ele a representação de tudo o que o impediu de ter uma casa na praia – estão indo para a cadeia. Ele não entende uma palavra do que diz o tal do Joaquim Barbosa, mas já reservou espaço para um pôster do ministro do Supremo ao lado do cartaz do Luciano Huck (“cara bom, ajuda as pessoas”) e do Rafinha Bastos (“ele sim tem coragem de falar a verdade”). O Almeidinha não teve colegas negros na escola nem na faculdade, mas ele acha que o exemplo de Barbosa e do presidente Barack Obama é prova inequívoca de que o sistema de cotas é uma medida populista. É o que dizia o “meme” que ele espalhou no Facebook com o argumento de que, na escravidão, o tráfico de escravos tinha participação dos africanos. Por isso, quando o assunto encrespa, ele costuma recorrer ao “nada contra, até tenho amigos de cor (é assim que ele fala), mas muitos deles têm preconceitos contra eles mesmos”.

O Almeidinha costuma repetir também que os pobres é que não se ajudam. Vê o caso da empregada, que achou pouco ganhar vinte reais por dia para lavar suas cuecas e preferiu voltar a estudar. Culpa do Bolsa Família, ele diz, esse instrumento eleitoral que leva todos os nordestinos, descendentes de nordestinos e simpatizantes de nordestinos a votar com medo de perder a boquinha. Em tempo: o filho do Almeidinha tem quase 30 anos e nunca trabalhou. Falta de oportunidade, diz o Almeidinha, só porque o filho não tem pistolão. Vagabundo é outra coisa. Outra cor. Como o pai, o filho do Almeidinha detesta qualquer tipo de bolsa governamental. A bolsa-gasolina que recebe do pai, garante, é outra coisa. Não mexe com recurso público. (O Almeidinha não conta pra ninguém, mas liga todo dia, duas vezes por dia, para o primo de um conhecido instalado na prefeitura para saber se não tem uma boca de assessor para o filho em algum gabinete).

O filho do Almeidinha também é ativista virtual. Curte PlayStation, as sacadas do Willy Wonka, frases sobre erros de gramática do Enem, frases sobre o frio, sobre o que comer no almoço e sobre as bebedeiras com os moleques no fim de semana (segue a página de oito marcas de cerveja). Compartilha vídeos de propagandas de carro e fotos de mulheres barrigudas e sem dentes na praia. Riu até doer a barriga com a página das barangas. Detesta política – ele não passa um dia sem lembrar a eleição do Tiririca para dizer que só tem palhaço em Brasília. E se sente vingado toda vez que alguém do CQC faz “lero-lero” na frente do Congresso. Acha todos eles uns caras fodásticos (é assim que ele fala). Talvez até mais que o Arnaldo Jabor. Pensa em votar com nariz de palhaço na próxima eleição (pensa em fazer isso até que o voto deixe de ser obrigatório e ele possa aproveitar o domingo no videogame). Até lá, vai seguir destruindo placas e cavaletes que atrapalham suas andanças pela cidade.

Como o pai, o filho do Almeidinha tem respostas e certezas para tudo. Não viveu na ditadura, mas morre de saudade dos tempos em que as coisas funcionavam. Espera ansioso um plebiscito para introduzir de vez a pena de morte (a única solução para a malandragem) e reduzir a maioridade penal até o dia em que se poderá levar bebês de oito meses para a cadeia. Quer um plebiscito também para acabar com a Marcha das Vadias. O que é bonito, para ele, é para se ver. E se tocar. E ninguém ouve cantada se não provoca (a favorita dele é “hoje não é seu aniversário mas você está de parabéns, sua linda”. Fala isso com os amigos e sai em disparada no carro do pai. O filho do Almeidinha era “O” zoão da turma na facul).

Pai e filho estão cada vez mais parecidos. O pai já joga Playstation e o menino de 30 anos já fala sobre a decadência dos costumes. Para tudo têm uma sentença: “Ê, Brasil”. Almeidinha pai e Almeidinha filho têm admiração similar ao estilo civilizado de vida europeu. Não passam um dia sem dizer que a vida, deles e da humanidade em geral, seria melhor se o país fosse dividido entre o Brasil do Sul e o Brasil do Norte. Quando esse dia chegar, garantem, o Brasil enfim será o país do presente e não do futuro. Um país à imagem e semelhança de um Almeidinha.

 

Acho que esse é o texto mais lindo que eu já li essa semana. Um beijo pros Almeidinhas.

[duke]

texto de masturbação ideológica, achei palha

[Blazed]

QUE DOIDO EM

[Vassourada]

UFA, AINDA BEM QUE NÃO FALARAM DO INSTAGRAM

[Buwem]

[Conrado]

inb4 gênios confundindo um texto de humor com um texto de opinião política

oh wait...

[Buwem]

[duke]

esse texto não é de humor, é puramente hipócrita mesmo

[u3663]

Não achei a graça no texto.

Btw a vida do Almeidinha está ótima.

[Sh3lld3r]

Ingênuo e Unidimensional.

[vegetous]

q bosta!

[Conrado]

Previsível.

[Bombastic]

Conraldo Almeida

[whiplash]

curti demais ahuea
pior é identificar vários deles aqui mesmo no fórum, onde supostamente estão as pessoas que tiveram a melhor educação do país

[rockafeller]

Jeep, mudar o subnick do conrado pra Almeidinha.

I double dare you, motherfucker

[Blazed]

 

conrado...
um cara legal, mas na ds, nem tanto : /

[FPS_John]

O texto não passa de esteriótipos da classe média.

[Buwem]

[Blazed]

A do governo da presidentA do newka

fix'd

pq a mudanca de genero e linda, tempestiva e necessaria

[Gerson]

Postado por Sh3lld3r

Ingênuo e Unidimensional.

Tem umas sacadas interessantes...mas no fim é por aí. Se tu põe dois 'Almeidinhas' pra conversar, no geral um não concorda com o outro na maior parte das coisas.

[FeDaYkIn]

meh pro texto

[ircF]

curti algumas partes, nao eh "oh" mas vale uma lida sim, me fez pensar(mesmo q pouco).

[SilverSurfer]

gostei mais da resposta à esse texto:
https://www.facebook.com/rafaspol/po..._t=share_reply
ou aqui
http://jezebel.uol.com.br/voce-quer-...xe-de-existir/

[Gerson]

http://www.reddit.com/r/IAmA/comment...ian_holodomor/

real problems.

[Zedd]

Crítica ao texto que um amigo meu fez:

Recentemente, muitos têm divulgado o texto "Direitos humanos para humanos direitos". Como contraposição, gostaria de alertar para os problemas da Falácia do Espantalho.

O texto apresenta diversas opiniões e posições e pouco explica porque o personagem principal as sustenta. O leitor é levado a discordar de parte (ou todas) as opiniões e posicionamentos do personagem porque são atribuídas a este, no início, posições fáceis de se discordar.

No fundo, o que o texto mostra é um saco de posições, sem sustentação, e que não ajuda o leitor em nada já que não apresenta fontes ou argumentos. Além de tudo, o mais interessante seria tentar indicar ou ajudar a entender porque o Almeidinha é como é.
O que é o Almeidinha? Quem o fez? Como ele se fez? Por que ele tem todas essas opiniões?

Por fim, acredito que o texto só sirva para leitores que desejam descarregar uma raiva que têm em relação a um redemoinho de posições e problemas que não querem atacar de maneira científica e honesta.

O texto cria um Almeidinha espantalho, satisfaz de maneira depreciativa os anseios do leitor e não ajuda ninguém em nada, mas sim atrapalha ao ser mais um utilizador de um argumento falacioso e perigoso.

Texto: http://www.cartacapital.com.br/socie...comment-218957
Falácia do Espantalho: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia_do_espantalho

E ele tá certo. A discussão que se seguiu levou todo a uma discussão massa.

Teve discussão sobre porque Almeidinha é como é, e objetivo do jornalismo, representatividade de opinão, a diferença entre validade e veracidade do argumento, etc.

Ninguém - e pessoas de todas as inclinações políticas postaram, mas ninguém imbecil - discordou que o texto foi feito pra agradar quem já concorda com a opinião previamente, que não foi feito pra convencer ninguém e que se foi é péssimo (como diz o comentário que quotei). Ou seja, como informativo, serve pra absolutamente nada... serve pra 'achar lindo' (porque o cara expressou o que você pensa, sem fonte ou fato, mesmo que você os tenha)

[Zedd]

Postado por Gerson

http://www.reddit.com/r/IAmA/comment...ian_holodomor/

real problems.

Cara, eu vi esse thread lá. Na minha época de segundo grau tenho quase certeza qeu não foi visto isso, e não lembro de ter visto na mídia, mas lembro que quando fui fazer cursinho tinha uns 3 ou 4 textos sobre isso, a Grande Fome da China e Holocausto pra ler. Ou seja, se não tivesse feito cursinho facilmente desconheceria o assunto

Por isso achei real a grande maioria das pessoas relatarem nunca ter ouvido falar

[Zedd]

Eita nóis
eu sei que partindo do princípio que o cara não tá argumentando de fato (só "fazendo graça") no texto do Almeidinha não é fácil escrever uma resposta

Mas essa 'resposta' que o SilverSurfer postou é - pode ser impressão minha - totalmente tangencial. Parece as discussões aqui da DS, nas quais o cara fala alguma coisa e - pior que ser ignorado - recebe uma resposta que não faz sentido nenhum ahueuaheua

Sério, como o cara conseguiu quotar Voltaire e Bill Maher e falar em liberdade de expressão e como o Canadá é sem sal... numa resposta ao texto do Almeidinha?

Caralho

[Vassourada]

Do link que o SilverSurfer postou:

"A natureza não seleciona melhores. Seleciona os mais aptos. Eventualmente, ainda mais como civilização, um juízo de valor encontra amparo na aptidão, emprestando vantagem ao “melhor” (como o aluno estudioso, que é melhor que o preguiçoso quando ambos prestam vestibular). Mas isso não é regra. Não é regra e nunca deverá ser premissa, pois conhecemos os riscos que a tentação por uma premissa assim pode gerar.

Você pode se achar bem melhor que o Almeidinha, mas não é mais apto que ele no que tange a viver a vida no planeta Terra. Se discordam, é só pelo privilégio de experimentar o luxo que é viver mais do que o biologicamente esperado."

De forma bem simplificada, esse argumento é basicamente a coluna das minhas discussões com matriz biológica/evolucionista que eu tenho aqui na DS - e a premissa final: "no momento em que você acha melhor do que o outro" (nem que seja intelectualmente) - se tem uma premissa que pode se desenvolver em uma consequência extremamente perigosa.

Por isso que eu digo: critique a Religião, não o religioso, critique a manipulação/ideologia, não o Almeidinha.

[Vassourada]

Postado por Zedd

Sério, como o cara conseguiu quotar Voltaire e Bill Maher e falar em liberdade de expressão e como o Canadá é sem sal... numa resposta ao texto do Almeidinha?

Caralho

Eu também não entendi aonde se quis chegar com esse ponto. Eu ACHO que tentou-se englobar a ideia de que o Almeidinha tem liberdade de fazer o que ele quiser (seja postar foto de ppt no Facebook, ou xingar sobre o técnico de futebol com os amigos) - tanto quanto você tem de ler Marx e elogiar o regime Chavista.

O ponto irônico daí (o que é besta, já que parte do texto, na minha opinião, vai bem ao ponto) é que o Marxista que se acha melhor que o mundo, tem o direito de ofender o Almeidinha, assim como o Almeidinha tem de ofender o Marxista, e eu, tenho o direito de ofender os dois, assim como os dois tem o direito de me ofender. Isso é a verdadeira liberdade de expressão - e ai sim se encaixaria citar Voltaire e Maher.

Infelizmente hoje se tem a ideia de que liberdade de expressão é você poder ofender/criticar o outro, sem ser ofendido/criticado - pq se você for, já levanta o ponto que o outro lado está tentando te censurar ou coibir você de se expressar.

[Kensha]

Postado por duke

texto de masturbação ideológica, achei palha

heuahuaehaeuh CABOU com o topico
boa!

[mojud]

Escrevi agora pra contribuir com o tópico.

“Esquerdos humanos para humanos esquerdos”

Quisera eu que Raul fosse um sujeito inventado pelos amigos da faculdade para personalizar tudo que não queríamos nos transformar ao longo dos anos, infelizmente, Raul, ou Raulzito como ele gosta de ser chamado, é uma praga que infesta os corredores do campus.

 

Raulzito, revolucionário de bar e ativista do próprio umbigo.

Raulzito não é uma pessoa ou estereótipo, na verdade é o fruto de uma sociedade em relativo equilíbrio social, que só aprendeu o que é violência pelo noticiário da televisão e pelos jogos do videogame. Raulzito é um revolucionário que nunca passou sofrimento de verdade.

É a favor do casamento gay, mas nunca manteve um relacionamento sério por mais de seis meses. É a favor da liberação da maconha, mas sempre que fuma esquece a data do protesto. Toda a noite precisa dar um pega num baseadinho da massa para conseguir dormir, mas diz que não é viciado, afinal, maconha não vicia. Seu lema é “hasta la victoria siempre”, que leu no quadro de um hotel na recoleta em Buenos Aires, eu uma de suas muitas viagens financiadas por papai. Em sua fase mais radical, ativista dos direitos animais, deixou de comer carne, mas não de peixe, porque rodízio de sushi é sagrado.

Cita autores e conhece os principais livros de esquerda, ama de paixão o Das Kapital, mas nunca leu, porque a professora não disponibilizou no xérox. Raulzito é assim, acostumado a ter tudo na mão. Defende a igualdade entre os povos e o sonha com o fim das favelas, mas nunca trocou mais de duas frases com Dolores, a faxineira nordestina favelada que o criou. É ativista feroz dos direitos humanos, mas ficou ao lado da mãe quando Dolores um dia cobrou seus direitos, depois de 20 anos trabalhando sem carteira assinada.

Raulzito faz mobilizações virtuais e abaixo assinados contra desocupações de favelas em bairros distantes que, normalmente, nunca ouviu falar, mas sempre que pode caçoa do mendigo que costuma esmolar no farol da faculdade. Sua relação com as pessoas que passam por necessidades, porém, é muito amistosa, desde que o vidro filmado de seu carro esteja fechado e o ar condicionado ligado.

Eventualmente Raulzito e Almeidinha se encontram na fila do caixa do supermercado. Raulzito com um pack de Heineken e dois pacotes de Doritos e Almeidinha com a compra do mês e uma caixinha de Brahma. Almeidinha paga com uns trocados e passa o resto no débito, enquanto Raulzito joga tudo em seu cartão Emerald Premium sem limites. Raulzito sai com as compras em duas sacolinhas plásticas, ele queria usar sua sacola retornável, mas esqueceu no porta-malas do carro e ficou com preguiça de ir buscar.

Raulzito defende uma sociedade melhor, mas tem dificuldade em lidar com pessoas. Suas opiniões são definidas em uma visão reacionária dos fatos, baseada numa lógica distorcida de que o contrário do ruim é bom. Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais, no cume calmo do meu olho que vê, assenta a sombra sonora de um disco voador.

 

[lol]

caralho mojud, epic.
huEAHUEUHAUEHAHEUAUHEA

matou a pau.

[Jeep]

YouTube

YouTube

[Never Ping]

Postado por FPS_John

O texto não passa de esteriótipos da classe média.

Era aonde ia chegar também.

Eu lembro quando era Almeidinha e tinha raiva de "Almeidinhas". Hoje em dia cada vez menos eu tento não mais ficar com raiva e nem ser Almeidinha, pq eu hoje acredito que isso é a definição do "brasileiro comum". E muito menos tentar mudar a TODOS.

Esse tipo de gente é a nossa massa, é o nosso povo. Eu tenho uma porrada de Almeidinhas na família, de amigos e tudo mais. As vezes eles são 100% Almeidinhas e as vezes apenas 10%. Eu tenho meus 10% de 'Almeidices'.

Com isso, eu acho que bem ou mal seguimos algum dos esteriótipos aí ditos.

No final das contas, eu acho que não devemos apenas nos apoiar de tudo de ruim que eu ou as outras pessoas fazem, até pq sempre em algum assunto, não importa se a pessoa é inteligente, se teve boa escolaridade ou <INSERT MOTIVO PQ VC ACHA QUE A PESSOA TEM ALGUMA INTELIGÊNCIA>, ela sempre vai falar merda de algum assunto. PONTO.

Bem, eu vou tentar dar um exemplo: Um amigo de work, que faz Mestrado inclusive, tem 10 anos de desenvolvimento e destes 10 tem 4 em desenvolvimento web estava outro dia a reclamar que nosso work estava dropando o suporte a IE6 em 2011. A argumentação dessa pessoa, poeticamente 'linda por se dizer', é que 'as pessoas pobres ainda possuem Windows 98 e Windows XP, não tem dinheiro para comprar máquinas melhores para poder fazer upgrade para um Windows melhor, como Vista ou 7. Ou seus computadores mau aguentam rodar a última versão do Firefox. Ou pior do que isso, elas nem conhecem o Firefox'. Eu argumentei que essa opinião é linda e válida, porém existia um grande problema que ela preferiu ignorar e conviver. Eu disse "O mesmo cara que não quer atualizar o Internet Explorer 6 é o mesmo cara que não atualiza o computador dele. É o mesmo cara que compra um ticket para uma botnet, pq essas pessoas ficaram traumatizadas quando fizeram update no computador, pq 'nossa, nao entendo mais nada depois que mudou o Internet Explorer pro 7, mimimi', que 'update estraga computador e deixa mais lento". É um cara tão despreocupado com a segurança DELE, dos dados DELE e de dados de OUTRÉM. Um cara que deixa o computador desatualizado, usa um IE que possui os mais cabulosos problemas de segurança é o mesmo que vai reclamar que teve seu cartão de crédito clonado, que quando abre a página do Itaú é uma página 'diferente' do que ele vê na firma' e etc e tals." Em resumo, além de ser contra meu argumento, teve que engolir que a empresa que ele é fanboy, o Google, passou a adotar uma estratégia agressiva: Ela agora dropa qq suporte a browser 2 versões mais baixas. Ou seja, vai sair agora o Internet Explorer 10. Eles vão suportar essa e somente o Internet Explorer 9. O Internet Explorer 8 ela vai simplesmente CAGAR. E sabe o que é pior: O 10 nem deve chegar no Windows 7. O camarada vai ter que usar outro browser, como o Chrome ou Firefox. Aliás, bem ou mal a massa já usa um dos dois e, por isso, dou-me por satisfeito, já que ambos promove o silent update hoje em dia.

[u3663]

Caralho Mojud.

Épico.

[Norton]

"You must spread some reputation around before giving it to mojud again"

[Many Kalaveraa]

You must spread some Reputation around before giving it to mojud again.

[Conrado]

Sobre esse texto do Jezebel (que bela merda), gostei dessa resposta (tá no link do facebook):

Postado por Eurico Junqueira

Uma péssima "resposta" ao outro artigo (http://www.cartacapital.com.br/socie...anos-direitos/), aquele sim interessante. Não digo nem interessante: é sensacional, inteligente, crítico, é corajoso. O exato oposto desta resposta pusilânime, populista, doida para agradar as pessoas erradas, que chegou até a ser republicada pela Jezebel. Eis a Jezebel tomando partido do lado errado.

É óbvio que o Rafa se sentiu descrito, ou reconheceu alguém de quem gosta, em alguns (vários?) trechos, e procedeu a tentar legitimar tudo, com o clássico da tosquice: "tudo é certo e relativo, não há opinião errada, não há desinformação, não há burrice, todo mundo tem o direito de pensar como quiser etc". Acho natural que a pessoa tenha se identificado: o texto da Carta Capital elenca centenas de boçalidades que hoje em dia são consenso. (ver "classe média sofre")

Então: a surpresa chocante é que tem muita gente errada, sim.
Não em questão de gosto, mas dos fatos, da história, de relações de causa e efeito, de comportamento.

Há opiniões erradas, há comportamentos errados, egoístas, hipócritas. Há gente preguiçosa, mal intencionada.
Na verdade, não é como se houvesse pessoas "do bem" e pessoas "do mal": todos nós somos um pouco dessas coisas em momentos diferentes, em fases diferentes. E estamos errados nesses momentos, e é problema nosso se formos suscetíveis à crítica, porque vamos merecê-la nessas horas.
O texto do Rafa faz a crítica sem motivos, e quando os dá, eles não têm nenhuma conexão com o que está sendo falado, e isso se chama escrever mal. E o fim do texto do Rafa é tão mal escolhido que bate absolutamente de frente com o resto do texto, contradizendo-o.

Há consensos inteiramente errados, comprovadamente errados e que persistem. Isso não é brasileiro, é humano. Isso floresce em horríveis flores do mal quanto pior a educação e quanto menos valorizado o pensamento crítico. É dever da gente melhorar esses comportamentos em nós mesmos.
Criticar o comportamento, a atitude do outro (não 'a existência do outro neste plano') é a liberdade de expressão no seu auge, não a falha dela.

E não há motivo pra calar quando o outro age mal, diz bobagem. Calar assim com medo de desagradar é covardia; e a covardia é ruim, ela não é um direito inalienável.

É ótimo que outros percebam e condenem alto quando estamos errados; que nos critiquem, que nos ridicularizem. Isso nos torna melhores. Só andar com, e só ouvir quem, te legitima e valida te faz uma pessoa pior. Não tolerar a crítica também. Defender que não se critique o outro pra tentar se blindar à crítica é sintoma disso.

Não vi no texto da Carta Capital nenhuma vontade de calar ninguém.
É ótimo que se expresse opinião.
Ótimo que se expresse aquele tipo de visão de mundo equivocada, preconceituosa, sedenta de consenso pra que a pessoa não se sinta sozinha: é mais uma chance de essa opinião ser ridicularizada.
Não permitir que se fale bobagem (o que Rafa Spoladore fez o texto todo, e isso que escreveu só chegou até mim porque não há censura) é evitar que se mostre constantemente por quê e onde tudo aquilo é bobagem, até o ponto em que o correto e o sensato começam a parecer arbitrários.

É ótimo que se possa expressar opinião, escolher um comportamento de Almeidinha, e é ótimo que essa opinião e esse comportamento possam ser absolutamente destruídos e mostrados risíveis por outros. Isso acaba dando em a própria pessoa se policiar antes de falar e agir.

Não há o dever da falsidade, de concordar com o que se acha errado.
Não existe o dever da hipocrisia; não se deve cultivar a noção de que o pensamento exposto com clareza, a opinião incisiva, são ruins, são 'mal-educados'. Isso é uma noção absolutamente torta (e, tcharam! errada) do que é gentileza, do que é 'conviver com o diferente' (coisa que o Almeidinha não faz, e a atitude do Almeidinha o Rafa sintomaticamente toma como exemplo do que é, verdadeiramente, 'conviver com essas diferenças'. Sintomaticamente).

Discordo constantemente de amigos, fazemos troça do ridículo das idéias e argumentos uns dos outros todos os dias. E em nenhum momento deixamos de ser amigos por isso. Ninguém é criança a esse ponto.

"Mercy is for the weak. The stupid deserve no mercy. I mock the stupid, but that's only because I can be pretty stupid myself."(Seanbaby)

As pessoas repetem baboseiras o tempo todo pra se sentirem incluídas em grupos grandes, por insegurança; e perseguem quem é diferente, pelo mesmo motivo; contam as piadas "de português, preto e loira" que o Rafa quer validar, pelo mesmo motivo.

Dizer "todos os pontos de vista estão corretos e devem ser respeitados" é completamente diferente de "todos os gostos são coisas individuais". O primeiro é, na verdade, desculpa de quem não sabe embasar a própria opinião, quando o outro a critica. Isso é coisa de quem não quer ser criticado pelos próprias opiniões, mas criticaria tranquilamente os dos outros, mesmo estando ele próprio errado; mesmo que ele mesmo faça o que critica, mesmo que seja incoerente e hipócrita.

Óbvio pra quem tem um mínimo de compreensão de texto que o autor do "Almeidinha" não quer que a PESSOA que se identifica com o almeidinha deixe de existir...
a intenção é jogar luz no ridículo desses comportamentos pra que cada vez eles sejam tidos como o a triste expressão do patético que são. Cada vez mais reconhecidos como ruins por mais gente (os pensamentos, não as pessoas, pombas!).
A pessoa não É o que ela pensa, pra sempre. A pessoa SE TORNA o que ela pensa e faz, ENQUANTO pensa e faz. Mudar o que vc pensa e faz, ser criticado, se corrigir, isso não te destrói. Isso te melhora.

Todo progresso em pensamento, evolução em moral, começa como a exceção, o 'fora do seu tempo' e vai convencendo cada vez mais gente, por contraste e crítica, até ser maioria.
Mas sempre há aquele residual de nazistas, escravocratas, defensores da pena de morte, Almeidinhas, etc etc...então, Rafa, não tenha medo de ficar sozinho, mas tenha a consciência de que a sua turma pró- Almeidinha será cada vez menor).
Com a bênção de Carl Sagan .

[SyncMaster]

O que seria do mundo se não fossem os Almeidinhas?

[Gerson]

Uma péssima "resposta" ao outro artigo (http://www.cartacapital.com.br/socie...anos-direitos/), aquele sim interessante. Não digo nem interessante: é sensacional, inteligente, crítico, é corajoso. O exato oposto desta resposta pusilânime, populista, doida para agradar as pessoas erradas, que chegou até a ser republicada pela Jezebel. Eis a Jezebel tomando partido do lado errado.

Parar pra filosofar sobre os pontos do segundo texto que fazem sentido, nem pensar, né? É 8 ou 80. Sensacional ou porcaria. O meu lado ou nenhum lado.
Jesus...

[Conrado]

Tava difícil achar algo pra criticar, né?

[u3663]

Tava esperando criticas né, concado.

[rini]

claro.
o que seria das criticas sem os almeidinhas?

[deadcow]

passei pelo topico só pra dizer que o concado é um bundão, att whore DO carai..

[Blazed]

demais, nunca vi igual, mojud posta o enterro dele e ele vem

"HEY GUISE I GOT NEW STUFF HEUHEUHUEHUEHUEHUE BR"

[Baron]

É assim mesmo, quando se discorda de qualquer coisa vão dizer "você se sentiu descrito".

LOL

[Conrado]

Postado por Matheus Pichonelli

Carta a um Almeidinha ressentido

Caro Almeidinha,

Recebi ontem seu e-mail e li com atenção as suas considerações. Lamento que tenha ficado tão chateado com aquele texto. Não era minha intenção. Aceito de bom grado seu convite para o churrasco no domingo e te respondo: sim, é claro que a amizade é a mesma e não, não estou pedindo a cassação do seu direito de existir. Você tem direito de se manifestar como quiser sobre o tema que quiser. Só não me peça freios quando disser que sua manifestação é ingênua, reducionista e, a meu ver, equivocada. Se eu me equivocar, me corrija. Assim caminha a humanidade.

 

Um texto é só um texto, meu caro. Por mais que o autor tente, não conseguirá nunca resumir em palavras o retrato de uma realidade complexa, por mais simples que suas aspirações pareçam. (Gostaria só de lembrar que em nenhum momento usei adjetivos que você atribui a mim. Não disse que o senhor era burro. Nem violento. Também não disse que você está acima do peso, repare bem. A imagem do Peter Griffin era mais por homenagem do que por provocação. Por via das dúvidas, releia clicando AQUI, Almeidinha)

Concordo com você quando diz que nossas desavenças não deveriam deixar feridas abertas. O problema, e era isso o que eu tentava dizer naquela roda de conversa, é que essa ferida não foi aberta agora. Ela se manifesta toda vez que tentamos debater um assunto e você me corta: “mas você só diz isso porque vota no partido A”. Ou: “você só diz isso porque estudou na faculdade B”. Desqualificar o interlocutor é um convite para encerrar o debate. Você não sabe, mas eu quebro um copo de vidro com a mão de tanto apertá-lo toda vez que você diz que São Paulo está um caos por culpa dos baianos que chegam “aos montes”. E toda vez que eu tento fazer as vezes de contraponto você me corta. Você volta para casa crente de que os seus problemas no mundo têm nome e sotaque. E eu volto frustrado por não conseguir te convencer do contrário.

Por isso a referência ao contraponto, em seu e-mail, está deslocada. É justamente a ausência de contrapontos nessa história toda que me levou a escrever sobre você. Você diz que nasceu assim, foi criado assim e está velho demais para mudar. E que, mesmo se mudasse, não seria obrigado a concordar comigo. Concordo. Mas lamento. E isso não significa que eu torcerei pela sua exclusão. Exclusão é outra coisa. Por exemplo. Imagine você se, por um revés da existência, você tivesse sido processado por aquela história que adora contar na roda: o dia em que se livrou da apreensão da carteira de motorista pagando um churrasco para o guarda. O nome disso é corrupção ativa. Ou quando você adulterou a gasolina do posto que você administrou em parceria com o Palhares. O nome disso é fraude. Ou quando você colocou aquela fita preta na placa do seu carro e desviou a multa para outro motorista. Isso também é fraude. Ou quando você ligou para o primo do amigo do prefeito para livrar o Almeidinha Junior do Tiro de Guerra. Isso é tráfico de influência. Ou quando você encomendou uma carteirinha de estudante para assistir “Os Mercenários” pela metade do ingresso. Isso é falsidade ideológica.

Tudo isso são crimes pequenos. Por nenhum deles o Bope vai colocar sua cabeça num saco e te jogar num rio. Mas são passíveis de processo. Se você um dia viesse a ser acusado, denunciado, julgado e condenado, você teria de pagar suas contas com a Justiça como qualquer outro cidadão, de bem ou não. E se eu, num arroubo de bom-mocismo, fizesse piquete em sua casa e criasse um estardalhaço toda vez que você tenta voltar à vida normal (como, por exemplo, sair para votar), você teria razão em dizer que quero a sua exterminação.

Mas não quero, acredite. E minha suposta sede de justiça, por mais seletiva que fosse, não me daria o direito de usurpar o poder do Estado de te investigar, te processar e, eventualmente, te punir.

Digo isso porque, toda vez que alguém manifesta uma opinião – na linha que você costuma resumir como “essa história de direitos humanos” – você termina a conversa dizendo que deveriam colocar a cabeça, minha e dos meus amigos, num saco plástico, como no “Tropa de Elite”. Eu sei que é brincadeira. Mas ouvir isso toda hora cansa. Também não sei o quanto de verdade existe no seu arroubo discursivo toda vez que você se exalta e pede o extermínio de tudo o que é ruim neste Planeta. Você não deveria se estressar quando alguém diz: “ok, falta definir o que é ruim e deixar claro se vale também cortar na própria carne”.

Mas você encerra a conversa. Você despreza o contraponto e se declara “um cara pragmático” quando diz que o negócio é parar de frescura e “sair matando tudo”. Cuidado. Você tem certezas demais. Passou a vida sentado em meia dúzia de verdades, caro Almeidinha, enquanto o mundo dava voltas. Digo isso porque todas as vezes que sentei em minhas próprias verdades me dei mal. E não há a menor chance de isso não se repetir. Mas de uma coisa eu desconfio: todas as grandes tragédias da humanidade (à direita e à esquerda) foram provocadas por quem tinha certezas demais. Por quem teve a coragem (ou a covardia) de colocar essas certezas em prática. Tudo sob os aplausos de uma maioria conformada e amedrontada com esse mundo em transformação. E quando duas certezas perenes se chocam, não há tese nem antítese. Há guerra. E quando uma guerra estoura, meu amigo, é como uma briga de elefante: sobra destroços para todo lado. Sobra para o mocinho, para o suposto inimigo, para a grama, para a formiga, para quem estiver em volta.

Acredite: temos visto guerra demais em nossos dias, mesmo as não declaradas. O problema é o excesso delas e não a falta. Quando você aplaude uma execução na favela você não está manifestando o seu senso de justiça. Você está legitimando uma guerra. E se a guerra se encerrasse toda vez que se inicia uma chacina, eu juro pra você que ficaria quieto diante do seu aplauso. Mas ela não acaba. A guerra continua. Desde a ocupação do velho oeste vemos fotos de “procura-se vivo ou morto” para bandidos. Por aqui, Lampião e um bando inteiro foram degolados. Nem por isso as barbáries ficaram no século passado. Quando você sobe numa favela e produz uma chacina, você dá espaço para o revide. E esse revide não estoura nas mãos dos mandantes (os tais elefantes, estes de terno e gravata). Ele estoura no lado mais desprotegido da história: os servidores do Estado desarmados, de folga, tratados pelos próprios chefes da segurança ora como bedéis de faculdade ora como boi de piranha de uma guerra que não se evitou (com inteligência, com asfixia financeira, com testemunhos, com o devido rito legal, enfim). Se o problema tivesse uma solução simples ele simplesmente estaria resolvido. Mas não é. E não é justamente porque tem o envolvimento de muita gente que você considera “humano direito”. Muitas vezes até dentro de casa. Nossa bolha não está hermeticamente fechada, caro Almeidinha, e se amanhã alguém próximo a nós cair na nossa armadilha, nosso coro por uma guerra vai ser detonado em outras mãos. A mais bela das cartilhas sobre a convivência humana não livra ninguém de ver pessoas próximas de nós envolvidas com o que hoje condenamos.

Um possível desafio leva a um possível vício, que leva à possível reprodução de um sistema, que leva a uma possível dívida, que leva a um possível crime. Saber disso é cortar na própria carne, e não passar a mão na cabeça e bandido, como você diz. Porque toda ação leva a uma reação. E uma ação bárbara não fará outra coisa que não provocar respostas bárbaras. Quem perde sou eu, é você, é o PM que cumpre seu ofício e vira o alvo mais frágil de uma guerra que ele não declarou.

É só por isso que, diferentemente do que diz, não acho seu discurso engraçado. Acho perigoso. Porque nenhuma grande tragédia provocada por gente cheia de certezas foi desacompanhada de aplausos, esse aplauso que você hoje reproduz. Você me diz que paga seus impostos, apesar de colocar o sítio no nome da empregada para fugir do Leão, e tem direito de defender o que bem quiser. Inclusive ações violentas. E que minha contraposição a isso é censura, papo de intelectual desconectado da realidade. Pode até ser. Mas não estamos medindo forças iguais. Se for assim, não há juízos e tudo está permitido. E sua proclamada liberdade de ter asco de homossexuais te daria carta-branca para estourar lâmpada no rosto de casais gays pela Paulista. Não sei se você teria coragem. Mas você ri muito quando lê este tipo de notícia porque tem sempre a certeza de que alguém provocou demais, se expôs demais, respeitou de menos. Isso desmente outro chavão seu, o de que rir é a melhor saída. Não é. Por isso, diferentemente do que você me diz, eu não rio de você.

Temos conceitos diferentes sobre tolerância, mas só um de nós está pedindo a eliminação do contraponto para seguir vivo. Não me meça com as suas regras, portanto. A minha é bem menos pragmática: está calcada numa velha mania de acreditar que as coisas podem dar certo quando se pensa um pouco além do próprio umbigo. Me desculpa se falo como um adolescente para uma criança. É só uma vacina contra a bolha hermética que falamos antes. Podemos ter soluções diferentes para o mundo. Mas o nosso mundo ainda é o mesmo.

Cara, sério, esse Matheus foi um gênio da crítica e da sátira no que diz respeito a esses assuntos. Ces podem chilicar o quanto quiserem pelo direito de continuarem na bolha, mas a agulha vai continuar aí, bem afiada. Um beijo pros Almeidinhas.

[deadcow]

its a fucking psicholuigic RAPT!

[Stranger]

Eu quero mandar um beijo pro meu pai, pra minha mãe e pra você, goblin.

[Conrado]

Postado por Stranger

Eu quero mandar um beijo pro meu pai, pra minha mãe e pra você, goblin.

Belo exemplo de como a falta de argumentos empurra pra tentativa de ofensa pessoal. Obrigado por ilustrar pra todos.

[Blazed]

 

este, que vos escreve. AEOHAEOHAEOHAEOHOAEOHEA

[deadcow]

o chilique parece vir desse fulano.. o matheus.. teu deus.. não das pessoas que aqui postaram concado.

[Conrado]

 

[Stranger]

Ultimamente eu só tenho entrado nos tópicos para fazer post pequenos, porque aprendi que o pessoal só lê o que interessa. Só a pesquisa que apoia o seu ponto de vista é válida, só o texto que apoia o seu ponto de vista é correto.
Eu consigo ver o lado de lá e o de cá e me aproveito disso. Tento fazer graça, já que a discussão é infrutífera.

Você manda um beijo pros "almeidinhas" e reclama quando te mandam beijo. Se o meu é ofensa pessoal que o seu também seja e maior ainda já que visa um grupo todo em vez do meu que só tem você como alvo.

Falta argumento quando o outro lado ignora o que já foi dito e depois fica soltando gif pra ironizar.

[Conrado]

Na verdade o gif é um eufemismo. Comparar a sua ofensa à crítica do texto é tão ridículo que eu prefiro nem comentar pra não ser desnecessariamente agressivo. Ultimamente não ando tendo mais paciência pra isso, ainda bem.

[Blazed]

AGRSSIVO RWAR!1!

 

[Stranger]

e mais uma vez você não responde nada...

[Conrado]

Não tenho o que responder.

[EviLBraiN]

Postado por Conrado

Belo exemplo de como a falta de argumentos empurra pra tentativa de ofensa pessoal. Obrigado por ilustrar pra todos.

Igual vc fez no outro topic ? Difamou um pesquisador sem mostra prova ou argumento nenhum pra sua opinião ?

Vc anda se comportanto igual...

[K o R n]

haehaeoihaeoiuea tomou headshot do mojud lindamente, vaza concado

[cebols]

Já já ele vem com mimimi desculpinha

[Sh3lld3r]

Resume isso ai Conrado.

[Blazed]

tl;dr: sou descolado, revolucionário, moro num bairro legal numa casa legal e reclamo de quem não é assim. Sem contar ainda a cara de noinha

 

[Conrado]

Postado por EviLBraiN

Igual vc fez no outro topic ? Difamou um pesquisador sem mostra prova ou argumento nenhum pra sua opinião ?

Vc anda se comportanto igual...

Você tem algum problema de interpretação de texto, coerência interpretativa ou tá simplesmente fazendo graça? Eu emiti uma opinião em relação ao trabalho e ao discurso dele, e o Stranger tentou me ofender se baseando em aparência física. Por favor, parem de se envergonhar tanto assim...

Postado por K o R n

haehaeoihaeoiuea tomou headshot do mojud lindamente, vaza concado

Na boa, o texto do mojud é uma merda e vocês só amaram porque é o único contraponto do tópico, por mais ridiculamente forçado que seja. Já fizeram versões melhores, como essa aqui:

O Perfil de um esquerdinha

Pra começo de conversa, muitos não gostam de estudar. Foram péssimos estudantes, a maioria com várias repetições de ano. Mas são de família de classe média, onde sempre sofreram pressão pra “ser alguém na vida”. Como são preguiçosos, sem disciplina, e folgados, precisam arrumar um jeitinho pra se dar bem, e se fazerem passar por coisas que não são.

Fingir que é culto, “engajado”, e “crítico” rende pontos. Assim prestam vestibular sem concorrência, de preferência em um curso de Geografia, Ciências Sociais e História, e começam sua carreira de charlatanismo.

Ali na universidade encontram todas as ferramentas: professores barbudinhos,livros de esquerda,palestras com “doutores” no assunto, e até o assédio de políticos “guerreiros” do PT e do PC do B.

É claro que não estudam nada. Vivem o tempo todo no DCE, deitados no chão, passeando no campus com aquelas mochilas velhas, calças cargo, sandálias de couro, e cabelos ensebados. Alguns começam a se infiltrar nos sindicatos e nas reuniões dos sem-terra. Já começam a se achar revolucionários, e reserva intelectual das massas proletárias exploradas, e da causa revolucionárias.

Assim, se passam por intelectuais, cultos, moderninhos, e diferentes. Sentem-se mais seguros para atacar as mulheres, achando que elas são doidas por esse tipo de gente.

Começa a ver os amigos que estão trabalhando ou cursando engenharia, direito e administração como pobres coitados que não tiveram a chance da “iluminação”.

Como não trabalham e vivem apenas da mesada, estão sempre lisos. Aí começa a brotar o ódio de quem se veste um pouco melhor ou tem um carrinho popular. São os chamados “porcos capitalistas”, ou “burgueses reacionários”.

Começam uma fase mais aloprada da vida quando passam a ouvir Chico Buarque e músicas andinas. Nessa fase já começam a pensar em se tornar terroristas, lutar ao lado dos norte-coreanos, etc. Não usam mais desodorante, e a cada 5 minutos aparece nas suas mentes a imagem

Mas é claro que o que querem não é a revolução, isso é apenas uma desculpa. Como são incompetentes para quase tudo, até mesmo para bater um prego na parede, e sentem vergonha de fazer trabalhos mais simples, e são arrogantes o suficiente para não começar por baixo, querem saltar etapas. Querem no fundo a coisa que todo esquerdista mais deseja, mesmo que de forma sublimada: um emprego público!

Mas aí surge um outro problema: é a coisa mais difícil passar em um concurso. É preciso estudar (argh!).

Assim, sonham com a “revolução” proletária, com a tomada do poder por uma elite da esquerda, nas quais eles estão incluídos, obviamente, afinal são da mesma tribo.

Assim, ocupará, por indicação, um cargo comissionado em alguma repartição qualquer, onde ganhará um bom salário para poder aplicar seus vastos e necessários conhecimentos adquiridos durante anos na luta pela derrubada do sistema capitalista imundo.

Nessa fase cortará o cabelo, usará terno, passará a apreciar bons vinhos e restaurantes, e dependendo do cargo, terá até motorista particular. E enfiará a mão sem dó no dinheiro dos cofres do estado. Claro que pela nobre causa socialista e para o bem dos trabalhadores.

Pronto, podem bater uma pro cara. O texto ficou muito bom, e eu concordo com a grande maioria dele. Mas claro que é preconceituoso, e eu não preciso ficar mordidinho por causa dele, porque nenhuma dessas carapuças me serve.

[u3663]

"pressão para ser alguem na vida"

YEAH, RIGHT

[Blazed]

Postado por Conrado

tentou me ofender se baseando em aparência física.

Eu ainda nao acredito que alguem possa ser feio assim pra se sentir tao mal a ponto desse tipo de reply

[cebols]

Conrado, você é tão escroto assim na vida real?

[Conrado]

Postado por Blazed

Eu ainda nao acredito que alguem possa ser feio assim pra se sentir tao mal a ponto desse tipo de reply

Mas eu não me senti mal. Só achei a atitude repugnante, assim como acharia se fosse direcionada a outra pessoa.

[Zedd]

Postado por Conrado

Na boa, o texto do mojud é uma merda

Não é que é uma merda, é que é "fácil". Como o do Almeidinha, como esse aí que você postou como se fosse uma ´resposta melhor', como a retrucada do Almeidinha. É fácil pra caralho escrever um texto ridicularizador de opinião... e é fácil exatamente porque precisa de embasamento nenhum fora conhecer o que é depreciativo sobre as pessoas que você quer atingir

Postado por Conrado

e vocês só amaram porque é o único contraponto do tópico

Ignorando a parte sobre amar (até pq não se aplica pra mim) e concentrando na segunda parte
Não é o único contraponto do tópico, teve o texto que o SilverSurfer postou (que é estranho) e o que eu postei, de um amigo meu, extremamente inteligente e lúcido e completamente ignorado

[Conrado]

Na verdade eu concordei com o que você disse, menos com essa parte:

Postado por Zedd

Ou seja, como informativo, serve pra absolutamente nada... serve pra 'achar lindo' (porque o cara expressou o que você pensa, sem fonte ou fato, mesmo que você os tenha)

Obvio que o texto não é pra ser informativo, não foi por isso que eu gostei dele. De onde você tirou isso?

[Bullet]

 

esse é mais bacana !

[Zedd]

O problema não é que o texto não é pra ser informativo, é que foi estritamente feito pra fazer quem já não precisa de convencimento se sentir bem (e tentar humilhar quem se enquadra na crítica) e que é repetido como "uma verdade que precisa ser dita".

As 'defesas' do texto que você mesmo postou falam sobre 'opiniões certas e erradas'. Opinião baseada em que? Nao tem um argumento válido pra nenhum dos infinitos lados nessa discussão

Eu sei que é difícil você aceitar isso de algo que te fez sentir um calorzinho de amor hihihi lá dentro, mas o valor desse texto - mesmo que ele esteja tratando de pontos válidos e verdadeiros - é absolutamente zero. E isso pela forma que o cara escolheu. Se ele tem fundamentação e argumentos e podia avançar com a discussão (identificação de problema fundamental, idéias de solução, etc.) podia ter feito algo útil, sei lá. Se achou lindo, bem escrito (e sinceramente, eu não achei nada fora do normal) ou poético, eu to cagando e andando, o que me interessa é o conteúdo. As respostas ao texto nesse mesmo formato são todas (até agora) culpadas do mesmo pecado e também sem valor algum.

[Conrado]

Ces tão criticando o texto baseado no fato de que não se trata de um texto sério? É obvio que não se trata de um texto sério, é um texto de humor, humor muito inteligente, muito preciso e incisivo, e me fez rir muito.

Eu hein, quando o Rafinha Bastos disse que queria comer um feto tinha um monte aqui querendo fazer passeata pro cara.

[Baron]

hmmm, quê?

Qual era a discussão mesmo? Isso é, se alguma vez existiu alguma...

[lol]

fight the power