Turista morre atingido por raio em festival em São Thomé das Letras

[Chronos]

Turista morre após ser atingido por descarga elétrica em festa rave
Outras três pessoas ficaram feridas e estão internadas

Juliana Ferreira, do R7 MG | 13/10/2012 às 11h16

Cerca de 6 mil pessoas participavam da festa no momento do incidente

Publicidade
Um homem morreu, na madrugada deste sábado (13), após ser atingido por uma descarga elétrica durante uma festa rave que acontecia a 16 km de São Thomé das Letras, no sul de Minas Gerais.

A vítima, identificada como Flávio Muniz de Abreu, de 23 anos, era do Rio de Janeiro e participava do festival O Mundo Imaginário. Ele e mais três pessoas foram atingidos e socorridos para um hospital na cidade de Três Corações. Os outros feridos não correm risco de morte.

Segundo a polícia, a festa era realizada em um local aberto, e chovia muito na hora do incidente. A suspeita é que um raio tenha caído em meio à multidão e atingido as quatro pessoas.

Os organizadores do evento não foram encontrados pela PM. Os militares descobriram que eles voltaram para São Paulo depois da tragédia. Policiais estão no local para conter o público, que reclama da falta de comida. Cerca de 6 mil pessoas acampam na área verde, um número muito acima do permitido, segundo a polícia.

Tenso!! Eu tava indo pra esse festival. Coisa de 1 dia que não deu certo... a gente desistiu e conseguiu vender de super última hora...

Triste ver o resultado... :/

[ShadoW]

pqp =\

[gusto]

raio
rave
rs

YouTube

YouTube

[Zedd]

Ahn... isso é responsabilidade dos organizadores da festa mesmo?

[maurocool]

po, tem que ter um para raios num descampado no meio do mato, né.

irresponsabilidade de quem organiza, de quem permite que a festa aconteça...

[SsjGohan]

podem até de eximir da culpa do raio
Mas e a comida e terem ido embora antes do fim da festa.
Com certeza ja sabem q vão encontrar mais merda na festa(dorgas mano)

[Never Ping]

Essa galera fritando em rave, viu!

[Conrado]

A festa aconteceu mesmo com a permissão revogada, e sim, o raio é de responsabilidade deles. Ninguém mandou escolher aquele local sem estudar o clima antes e entender que precisa colocar um bendito para-raio.

[SsjGohan]

Ta então da multa em todos os prédios do brasil...
Querer falar pro cara q ele não fez um para raio...
Um para raio q funcione devidamente exige muito mais do q colocar um pedaço de ferro gigante no meio.

É ridículo pensar q vcs querem exigir td de um organizador. Estudo do clima, tss...

[NewKa]

vocês não.. Conrado!

[diferent]

Foi ovni que escolheu um pra levar.
i want believe!
Processem os aliens.

[Arcades Sabboth]

( •_•) Eu acho que esta foi uma rave
( •_•)>¬■-■
(¬■_■) Eletrizante
YEAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH

[Azarael]

Se ninguém tivesse morrido, podiam morrer de fome que ia acontecer nada, agora que virou notícia, qualquer probleminha que encontrarem vão cair de pau em cima dos organizadores.

Merdas acontecem, não tem como evitar.

[CaSaLDo]

"reclamam da falta de comida" heauoheauoheaouhaeo

É presídio agora? .. acabou, acabou ué! Que reclamação ridícula.

Quanto ao raio, um local pra caber 6 mil pessoas precisa de quantos para raios?

[zorba]

Postado por Arcades Sabboth

( •_•) Eu acho que esta foi uma rave
( •_•)>¬■-■
(¬■_■) Eletrizante
YEAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH

AEIUHEEHIEIUHEAIEUAHEHEHAUOHAIUHAUHEA

[Conrado]

Ces não tão entendendo o pandemônio que foi esse evento e o tanto de merda que esses organizadores fizeram, e o tanto de coisa ridiculamente básica que eles deixaram de resolver.

Eu vi essas informações num grupo do Facebook, e o FB tá meio zoado aqui no momento, mas depois eu coloco aqui.

[serjaum]

Postado por Conrado

A festa aconteceu mesmo com a permissão revogada, e sim, o raio é de responsabilidade deles. Ninguém mandou escolher aquele local sem estudar o clima antes e entender que precisa colocar um bendito para-raio.

http://www.nascarbrasil.net/2012/08/...u-na-hora.html

tem para raio no predio do autodromo...eai? o q vc faria

[Zedd]

A minha indagação é desligada do que aconteceu, só quero saber ser quando você realizar um evento tem obrigação de garantir a segurança das pessoas a esse ponto, tipo ter que colocar pára-raios se for a céu aberto

Dada essa resposta, aí sim:
Se for, não tem o que discutir, os organizadores estão errados.
Se não for, (sobre a morte) não tem o que discutir, os organizadores tem zero a ver com isso e foi um acidente da natureza

Creio que não haja meio termo, visto que crime no Brasil é de código tipificado, ou está declarado explicitamente ou não é crime (olha o Zedd adevogando, dá um bolacha da OAB pra ele!)

[Jeep]

catimba em grupo?

YouTube

YouTube

Talvez seja relaxado em eventos em locais como parques, pelo menos no ibirapuera nao lembro de ter visto pararaios nos shows, e que eu lembre o pararaios protege um "guarda chuva" de 60o a partir de sua ponta (a grosso modo)

agora, pros caras terem sumido deve ter algo suspeito sim, vc nao pode fazer um evento desse tamanho sem ter um numero minimos de banheiros, lanchonetes, ambulancias e afins.

[Chronos]

Foda mesmo. O q ouvi é q fugiram com medo de serem linchados. Pelo que vi também, o local do evento foi mudado de última hora... As fotos tavam bonitas, mas a organização tava promissora no começo... e no final deu no que deu...

[vegetous]

Postado por SsjGohan

Ta então da multa em todos os prédios do brasil...
Querer falar pro cara q ele não fez um para raio...
Um para raio q funcione devidamente exige muito mais do q colocar um pedaço de ferro gigante no meio.

É ridículo pensar q vcs querem exigir td de um organizador. Estudo do clima, tss...

Que loucura de comentário Gohan! Todo prédio tem para-raio e se não tem ou se está fora da ABNT, se der alguma merda a responsabilidade é do engenheiro responsável.

Postado por serjaum

http://www.nascarbrasil.net/2012/08/...u-na-hora.html

tem para raio no predio do autodromo...eai? o q vc faria

Tem que consultar a legislação pra saber se o para-raio tem que cobrir toda a área incluindo estacionamento e tals, ou se é só pra parte do prédio.


--//--

No caso aí a área deveria ser vistoriada por algum órgão competente e eles indicariam o que precisaria ter ou não no local. Mas nego só quer ganhar dinheiro, e esquece que levar 6K pessoas pro alto de um morro sem nenhuma logística, pode eventualmente dar alguma merda.

[seuboi]

PSICODALIA EH TAO, TAO, TAO CHATO Q ATE O RAIO FICA COM PREGUICA DE CAIR LA

[downcast]

CHOCANTE!

[Many Kalaveraa]

Postado por Conrado

Eu vi essas informações num grupo do Facebook, e o FB tá meio zoado aqui no momento, mas depois eu coloco aqui.

cade?

[Chronos]

do grupo no facebook:

Meu relato do que foi o MUNDO IMAGINÁRIO
Bom, eu fui no Festival O Mundo Imaginário e o que
eu vi foi o seguinte: cheguei era sexta-feira às 11:30
e de cara já tive noção da falta de organização do
evento, o local em que aconteceu o festival era a
17km. de distância da cidade e não tinha nenhuma sinalização de como chegar até lá... na entrada do
evento não teve revista nenhuma, sujeito podia ir
com metralhadora pra lá e a produção só ia sacar na
hora dos disparos... tinha UMA ÚNICA FILA pra
vender ficha pra todo mundo, digamos que na hora
do rango pelo menos 1/5 do pessoal que tava ali cismasse de almoçar... ia ser uma fila pra atender
1.000 pessoas, será que ia dá merda?
Em relação ao que foi prometido e não foi cumprido é
uma lista gigante, não foi entregue programação na
entrada do evento, os preços que eles falaram que ia
ser acessíveis eram absurdos de caro (suco Del Valle lata tava 6 pila), nada de Reiki, área de meditação,
nada de pintura corporal, das 4 áreas o palco
Woodstock chegou a funcionar pra 1 banda
apresentar e o palco principal do eletrônico também
rolou, os outros 2 só vimos a estrutura montada. A
equipe que eles falaram que iria contratar pra medir o impacto ambiental obviamente não rolou nem vai
rolar, considerando que eles não tinham sequer a
liberação pra fazer o evento pelo órgão responsável
do meio ambiente em São Thomé (CODEMA).
Dá pra perceber que o evento não teria muito futuro
desde o início... mas pra piorar a fúria divina ainda desceu dos céus e castigou quem ali estava, começou
com uma chuva da porra combinada com um vento
da moléstia... até aí tava de boa e o povo até gritava
pra vir mais... aí vieram os raios, grande parte de
quem tava curtindo o palco de música eletrônica
ainda ficou... afinal de contas, como que foge de raio numa situação dessa... até que veio a chuva de
granizo... aí foi pra cortar a onda da geral que teve
que correr pra onde dava pra se proteger, nessa que
desligaram o som.
Com a chuva parando que consegui ver o nível do
estrago, na parte das tendas de comida parecia zona de guerra, Nova Orleans depois do Katrina... A galera
toda ali ficou sem nenhuma informação oficial por
parte da produção e ouvindo o que parecia boato de
gente morta ou ferida. Nessa hora ouvi um dos
produtores falando que a galera do som tinha toda
vazado e que o dono do som mandou só ligar de volta no dia seguinte...
... No dia seguinte acordei já ouvindo o barulho da
moto-serra... a galera inteira do evento revoltada
pela falta de som e desordem total saqueou um
caminhão carregado de bebida que ia reabastecer os
bares, nessa alguém responsável pela bebida teve a idéia genial de ameaçar quem ia pegar bebida com
uma desgraça duma moto-serra... a idéia foi tão
brilhante que quem foi ameaçado tá rindo até
agora... depois disso o som finalmente voltou a
funcionar, o que me motivou a ficar, dei uma
reforçada na barraca e voltou pro stage de música eletrônica (já que nessa altura do campeonato não
tinha sequer outra opção... o palco woodstock já
tinha rodado)
Na hora de comer que fui ficar sabendo... a barraca
de bebida logicamente não funcionava mais... já que
o evento tinha virado open bar... e o pessoal da comida tava sozinha no evento... falaram que o povo
da produção ACOVARDADOS fugiram do evento da
noite pra manhã... e naquele momento já deviam tá
longe... com essa informação que eu, finalmente, fui
sair fora do evento...
Peguei minhas coisas e saí fora com a seguinte impressão, o evento que eu tanto investi, em tempo e
dinheiro, foi só IMAGINÁRIO e VIRTUAL, o que me
parece é que um grupo de designers com uma boa
idéia decidiram fazer um evento, sem a menor noção
de como fazer...
Agora, já em casa, só penso na grana que o pessoal da produção ganhou às minhas custas e de outras
5.000 pessoas que depositaram um voto de
confiança neles e não foram correspondidos... dessa
grana, eu só acho que a produção devia ter um
mínimo de decência e pagar algumas indenizações...
não a mim... mas, primeiramente, à família da vítima fatal do evento... e também aos feridos desse
evento... que conseguiu ser um desastre digno de
uma tempestade de raios e granizo...

Tenso!

[SsjGohan]

foi aqui na ds q falaram dos para raios
e fazer um q funcione é muito dificil e caro, então os q tem em prédios ñ funcionam direito, são apenas pontos altos o q ñ garante muita coisa.

[vegetous]

de onde vc tira essas estatísticas Gohan?

[duke]

http://g1.globo.com/videos/minas-ger...local/2190001/

[duke]

Pra quem curte ler... segue a versão mais elaborada do que rolou neste 'festival'

Postado por Newton Leitão

Fala aí galera, boa noite, acabei de chegar em casa vindo de São Thomé das Letras, local que fui em uma tentativa frustrada - poderia até dizer suicida - de curtir o Festival(?) O Mundo Imaginário. Gostaria de compartilhar com vocês o que vi e vivi desde que saí de casa com minha namorada, as 2:30h da madrugada de sexta-feira.

Nós não havíamos comprado ingresso e nem reservado qualquer tipo de hospedagem, e mesmo acompanhando na página do evento no facebook a reclamação do público em relação ao descaso geral da "produção" em relação a diversos aspectos da organização resolvemos arriscar, já que os mesmo haviam dito que estavam tendo dificuldades em responder as dúvidas e em corresponder ao anseio de todos porque era a primeira vez que organizavam um festival, e não queriam entrar em ‘panelas’ para isso. Diante disso, resolvi literalmente pagar pra ver, já que estava empolgado com a proposta do evento de, além de música eletrônica, ter bandas de rock e reggae - algo nada comum em festivais - e, claro, pelo fato do festival realizar-se na mística cidade de São Thomé das Letras.

A caminho do evento, na belíssima estrada que liga o Rio de Janeiro ao Circuito das Águas da Serra da Mantiqueira, amanheceu um belíssimo dia e pensei que seria maravilhoso se a previsão de chuva (fraca) nem se concretizasse. Chegamos em Sobradinho, distrito de São Thomé, por uma estrada de terra de quase 20Km. Na chegada ao distrito, ficava claro que aquele não seria um local que conseguiria absorver o fluxo de pessoas que estava previsto. E, se mesmo com a estrada seca, era um caminho duvidoso para carros, imaginem para caminhões carregados? Pudemos ver alguns (com itens de necessidade como água) atolados no caminho, antes de chegar na estradinha que efetivamente levava à fazenda onde se realizaria o evento, que rapidamente ficou caótica. Eram 07:00h de sexta. As 08:30h (aproximadamente 1 hora e 30 min. para percorrer aproximadamente 1 Km) entrei no estacionamento. Preparamos as mochilas e enfrentamos a dura realidade de uma fila para revista que parecia não ter afim. E nem um pouco estar organizada. Meu problema de não ter comprado ingresso rapidamente se resolveu com uma oportunidade de comprá-los com o preço de primeiro lote. E, pouco depois, eu perceberia o porque de tal “oportunidade”: ainda na fila para revista, pessoas já saiam do evento dizendo que não havia água para beber ou tomar banho e, pasmem, nenhum banheiro. Este era o momento em que eu e minha namorada, no maior estilo ‘vim, vi e perdi’, deveríamos ter decidido voltar. Claro, o certo é que nunca deveríamos ter nos arriscado em ir, mas depois de viajar a madrugada toda, atravessar um grande trecho de estrada de terra e mais um engarrafamento colossal, pensei que seria mais uma loucura voltar tudo isto naquele instante. Fora que, pensava em como os carros estavam tomando conta da pequena estrada na direção em que eu estava e, rapidamente, chegava à conclusão de que não teria como passar para retornar. Como o lugar é montanhoso, do alto podíamos ver a estrada sendo tomada também por centenas (talvez milhares) de pessoas que foram deixadas pelos seus ônibus à 3Km do festival, o que eliminava de vez a possibilidade de irmos embora naquele exato momento.

Ainda assim, a grande maioria das pessoas não arredou pé. E, de tudo, isso era o mais interessante: as pessoas estavam com uma energia incrível. Todos que foram até ali pareciam estar dispostos a fazer o que lhes estivessem ao alcance para que o evento fosse um sucesso. Era muito legal ver isto no rosto das pessoas, algo que vou guardar para sempre. Não quero me alongar fazendo comentários sobre o público, grande vítima de toda história, mas percebi que o mesmo não era composto por pessoas que estamos acostumados a encontrar nos inúmeros festivais que vamos por este Brasil. Muitas pessoas, conhecemos e só encontramos em festivais, mas tirando um ou outro que vimos, essas pessoas não pareciam estar presentes. Era nítido o despreparo de muitos em acampar, percorrendo longos trechos a pé com sacolas intermináveis nas mãos e, sem sacanagem, malas de rodinha sendo arrastadas pela terra. Muitas pessoas foram somente por causa dos shows de rock e reggae, e a mistura estava bem saudável, com as pessoas interagindo e pondo em prática o famoso ‘rir pra não chorar’. Era rotineira a piada pronta feita com o nome do festival, onde se dizia que TUDO no festival era imaginário, NADA era real. Passamos pela ‘revista’, a qual não seria nada difícil passar com um fuzil AR-15 montado dentro da mochila, e seguimos sem ter a menor noção de que o pior ainda estava por vir.

Entrei no festival e pude ver com os meus próprios olhos toda a mentira e falta de respeito que os irresponsáveis que se propuseram a fazer este evento estavam pondo em prática. Os banheiros de alvenaria ainda não estavam prontos e, apesar de ter pessoas trabalhando neles para que ficassem, não pareciam que ficariam ainda naquela sexta. O fato de terem caminhões com mercadorias atolados gerou uma crise de abastecimento em um festival que ainda não havia sequer começado. Estava um calor insano, todos estavam cansados de tanto andar com malas, e não havia água para beber. Só os 3L que foram liberados ao público levar, mesmo assim para quem havia levado, o que não era o nosso caso. A decoração, dita diversas vezes na página do evento que estava com verba alta e liberdade de criação como nunca antes, era uma piada. De mau gosto, claro. Já vi muitas PVTs com o público de 20 pessoas conseguirem mostrar uma decor que deixaria a deste “evento” no chinelo. Não havia nenhuma ducha no evento inteiro, mas a preocupação em tomar banho estava sendo posta de lado na medida em que crescia a preocupação em termos água para beber. A praça de alimentação, mesmo com nenhuma variedade, parecia que daria conta das necessidades alimentícias de todos. Menos uma preocupação, até ali. Não posso deixar de registrar que havia 1 (hum, isso mesmo) caixa para compra de tickets e a fila era absurda.

Mas a água, para beber, pelo menos, graças à Deus, chegou. Por volta de 11:00h, o som que estava previsto para começar as 08:00h, finalmente começou no Trance Stage, que seria o palco principal do evento. Quero focar em coisas mais sérias do que a qualidade do som que estava rolando, gosto de Liquid Soul, mas parecia que tinham dado play no seu álbum Love in Stereo. Som e bebida, somados ao belíssimo dia de sol, foram o suficiente para animar as pessoas, me fazendo pensar em como a “política do pão e circo”, com origem na Roma antiga, ainda tem efetividade quando aplicada ao público certo.

Eu minha namorada armamos nossa barraca e ficamos orgulhosos de como a mesma ficou bem armada. Esticadinha. Quando o som no palco WoodStock começou a tocar, e a galera começou a se empolgar com os clássicos do rock, imaginei que as pessoas realmente fossem conseguir fazer com que o 'evento' acontecesse, mesmo estando tudo errado. O clima estava bom, em todos os sentidos, eram 14:30h de sexta. Decidimos ir até a barraca preparar tudo que seria necessário para termos o conforto que se pode ter quando se está acampado, depois disso iríamos começar a tentar curtir o festival, do jeito que conseguíssemos. Mas tudo foi por água abaixo quando a natureza começou a agir. Por volta das 15:00h, ainda estávamos em frente a barraca ajeitando as coisas, a chuva começou a cair. Poucos pingos logo se tornaram muitos e chuva já começou forte. Entramos na barraca e, sem pensar muito, decidimos fazer o que não havíamos feito na noite anterior: dormir. Vimos que nossa barraca estava resistindo muito bem à chuva e pensamos: “vamos ficar aqui na barraca até essa chuva passar... tirar um cochilo”.

Acordamos com o barulho de trovoadas. A chuva, ao invés de passar, ficou muito mais forte. Os pingos grossos batendo na barraca nos fizeram pensar por alguns instantes que estivesse chovendo granizo. Ainda bem que não. O vento, de tão forte, diversas vezes nos fez pensar que as estacas da barraca seriam arrancadas. Este forte vento fez com que a cobertura da barraca começasse a encostar na barraca propriamente dita e, quem acampa sabe, isto não é nada legal, pois é assim que a água passa molhar a parte de dentro, como uma casa com diversas goteiras. Porém o mais assustador de tudo eram os raios. Clarões repentinos dentro da barraca eram seguidos, após alguns segundos, por barulhos de trovoadas que pareciam bombas. Por este motivo, nós decidimos que não sairíamos da barraca enquanto pelo menos os raios não diminuíssem. A chuva era tão intensa que pensei ser provável a arca de Noé estar do lado de fora esperando por todos nós. O som não parou. Lembro de conseguir ouvir que estava tocando Cities of the Future, do IM, uma música que não ouvia há anos. Quase achei engraçado imaginar que com certeza havia uns irresponsáveis dançando na pista no meio de toda aquela tempestade com raios. Brincadeiras à parte, o medo crescia: raios e trovoadas com cada vez mais frequência. O fato é que um em particular chamou atenção e foi comentado por todos no decorrer deste evento-pesadelo. Como todos sabem (ou deveriam saber), a velocidade da luz é muito superior à do som. Por isso vemos o clarão segundos antes de ouvir o barulho dos raios. Porém, neste, isso não aconteceu. Uma intensa luz veio seguida instantaneamente por um barulho ensurdecedor, de fazer tremer de medo, e como a luz e o som estavam juntos, significava que o raio havia caído ali, bem próximo a nós. Após isso, ao medo somou-se todo um constrangimento por ter ido à um evento com pouquíssimas perspectivas de dar certo. Ao constrangimento somou-se todo um arrependimento por não ter voltado enquanto ainda era possível. Fui consolado por quem está sempre ao meu lado, minha namorada: forte, sensata, guerreira. Pessoa que pensa em resolver e não em lamentar. Então imediatamente começamos a colocar as coisas dentro da mochila e prepara-las com seus respectivos sacos impermeáveis para que nada fosse molhado. Nisto a chuva diminuiu, de colossal para forte, os raios quase não eram mais ouvidos e, então, vestimos as capas, saímos da barraca e a trancamos torcendo para que continuasse resistindo.

Já era quase noite, mas ainda estava minimamente claro, dando perfeitamente para perceber o estrago que a chuva havia feito. Diversas barracas desmontadas (ou destruídas). Lama por toda parte e pessoas desesperadas correndo para tentar mudar suas barracas para algum lugar seguro. Fomos nos abrigar na pista, que possuía uma parte coberta. Chegando lá, vimos que a pouca e pobre decoração que existia foi levada pela chuva. A cobertura do palco havia sido levada embora. Os panos que preparados para servir de cobertura da pista estavam todos caídos, com suas respectivas estruturas. Mas algumas (não tão poucas) pessoas estavam lá, inconsequentes, inacreditavelmente dançando no meio daquilo tudo. Com a noite chegando, a escuridão começava a dar o tom sombrio que faltava ao inferno em sua versão molhada. Escuridão mesmo, pois o palco não possuía mais nenhum tipo de iluminação. As pessoas começaram a acender suas lanternas e iluminar o palco no ritmo da música, em mais uma tentativa fracassada de fazer renascer o que já nasceu morto. Com a chuva mais fraca, cresceu a esperança de que a mesma parasse, mas foi exatamente o contrário que aconteceu.

Com a chuva apertando novamente, o som parou de vez. Todos correram para se abrigar em alguma das poucas estruturas mais sólidas do festival, como o bar e praça de alimentação. Precisávamos vagar no meio do descampado completamente escuro para sanar necessidades como ir ao banheiro ou, simplesmente, beber água. . O clima nos ambientes cobertos era triste e insuportável ao mesmo tempo. Pessoas completamente fora de si, amontoadas em um pequeno espaço e desesperadas principalmente (pasmem) pelo fato de não ter som. Mesmo com capas (levamos duas cada um), estávamos completamente molhados por dentro. A chuva não passava, apenas diminuía em alguns instantes. Foram nesses instantes que conseguimos chegar até uma fila absurda para comprar e comer sanduíches. Foram nesses instantes que voltamos à nossa barraca, pegamos tudo que tínhamos de valor e roupas secas e fomos para o carro. O estacionamento era longe, andar tanto assim na chuva seria muito desagradável, mas estar indo para o meu carro, um local seco e seguro, onde poderia regular a temperatura ao meu gosto, me fez ficar feliz. Havia encontrado algumas pessoas (todos trabalhadores) chegando no festival de carro depois daquilo tudo. Perguntei como estava a estrada e me disseram que, obviamente estava uma merda, mas dava para ir. Outras poucas pessoas me desencorajaram e tomei a sábia decisão de esperar amanhecer. Quando chegamos no carro eram apenas 23:00h. Dormi na carro mas fiquei triste pensando naqueles que não tinha esta opção.

Acordamos as 09:00h e a mobilização no estacionamento era grande. Não chovia mais. Parecia que o festival havia acabado mas a verdade era que ele nunca havia começado. Rapidamente vestimos nossas botas e adentramos o festival para pegar o resto de nossas coisas e desarmar nossa barraca. Lá dentro o cenário era de guerra, nenhum bar funcionando, pessoas fazendo de tudo para levar engradados de latas de cerveja e garrafas d’água consigo, que estavam estocados para serem vendidos mas foram levados já que aquela altura do campeonato não havia mais caixa. Se você possuía tickets de bebida tinha se fodido, eles não tinham mais nenhum valor já que não havia bar e a bebida estava ‘liberada’. Este era o meu caso, eu ainda possuía R$50,00 em tickets, mas um valor em vermelho no saldo da festa, porém em nada capaz de acabar com a minha felicidade por estar desarmando a barraca e indo embora para casa. Triste foi ver que o som havia voltado e várias pessoas (grande minoria, mas mesmo assim muita gente) estavam lá dançando. Sei que muita gente não tinha a opção de ir embora pois os ônibus só voltariam para pegá-las no domingo, mas depois de passar por tudo isso ficar se prestando a dançar na pista era deprimente.

Aqui no Rio de Janeiro às vezes chove pra cacete. Isso expõe de maneira cruel certos problemas que temos na cidade. As pessoas sensatas não podem culpar a natureza. Diversas cidades no mundo sofrem com tempestades até mais fortes e passam por elas sem maiores danos, pois fazem as coisas de maneira correta e tem planejamento em cima dessa possibilidade. Aqui, quando sofremos com a chuva, sabemos que em 99% dos casos a culpa é dos nossos governantes, que preferem dar soluções paliativas a estes problemas, isso quando não estão mais preocupados em embolsar a verba destinada à isso. Este paralelo pode ser levado para o caso deste ‘evento’. Chover é aleatório, mas o homem é suficiente inteligente para saber lidar com ela. A mesma só foi a responsável por mostrar de maneira impiedosa as entranhas podres de um ‘evento’ no qual não se observou em nenhum momento preocupação com o mais importante: o ser humano.

Somente quando cheguei ao meu lar, as 18:00h de sábado, liguei o computador e soube que todo o pesadelo vivido por nós era mínimo e, neste Mundo Imaginário, a única coisa que havia se tornado realidade era uma tragédia sem solução: a vida de um jovem, tão cheio de sonhos quanto nós, havia sido ceifada pela irresponsabilidade de alguns playboys metidos a produtores. O pior aconteceu e, neste momento, em qualquer país sério do mundo, estes merdas estariam mofando dentro de uma cadeia, sem perspectivas de sair sob fiança. Mas, voltando a fazer paralelo com a política, a impunidade reinante nos leva a crer que nada acontecerá. Isso sim é de amargurar o coração. Apesar de também ser do RJ, não conhecia o rapaz, mas oro para que a família do mesmo seja forte para suportar o peso sem igual da perda de um jovem membro.

Depois de escrever – e, assim, reviver – tudo que passei nestes dias de terror, acho que estou começando a entender o que fui fazer lá. Tudo isso me fez repensar diversos valores e aspectos da vida e agora, aqui na minha cama quentinha, ao lado da pessoa que amo, vendo esta merda de jogo do Flamengo, agradeço muito a oportunidade de ter podido voltar pra casa são e salvo e fazer estas reflexões. Torço muito para que, mais uma vez, a irresponsabilidade de alguns não faça com que o preconceito de muitos com música eletrônica volte a tona e, o que seria pior, que este ‘evento’ nunca seja confundido com a verdadeira filosofia e o real conceito de um festival. Muita paz e muita luz para todos.

Also,

YouTube

YouTube

[colher]

caxuuuuu
coguuuuu
visuuuuu

[ircF]

quem nao deve, nao teme.

[Fura Olho]

Postado por colher

caxuuuuu
coguuuuu
visuuuuu

UAEHEUHUAEHEAHUEHAEH

[Orebil]

pow Gohan...
quem falou pra vcs que os para raios de prédios não funcionam?!

São pontos altos sim, mas que possuem um condutor metálico que vai até abaixo das fundações na terra para a descarga elétrica...


Quanto ao evento... podem existir N falhas, mas ser responsabilizados por raios é foda... uma fatalidade, infelizmente...

[Many Kalaveraa]

caralho
que gata essa mina no video do raio

[Blazed]

Postado por Conrado

A festa aconteceu mesmo com a permissão revogada, e sim, o raio é de responsabilidade deles. Ninguém mandou escolher aquele local sem estudar o clima antes e entender que precisa colocar um bendito para-raio.

THOR MODAFUKER PROMOTER DA FESTA EH SUA RESPONSABILIDADE O RAIO!

[Chronos]

Maluco da serra elétrica:

YouTube

YouTube

[vegetous]

loucura, loucura, loucura!



Edit.: tem uma coisa que eu não entendi. o cara morreu lá, na sexta ou no sábado, acho que na sexta. e ninguém ficou sabendo? a festa continuou, a polícia não apareceu? e a festa que já era ilegal continuou até no domingo, é isso?

[colher]

HUAUHAUHAUHAUHAUHAHUAHUHUA
neguinho tá jogando mto doom pra sair tocando o terror com uma motoserra

[drakiN]

desse vídeo eu já saquei qualé da festa.

playboyzinhos metido a hipsters.

[NewKa]

pq o anemal não ligou o caminhão e foi embora? aeouhaeouaehea pqp

[Baron]

Essa da serra é muito boa.

Minha pergunta é por que aquele bando de gente não começou a jogar pedra, pedaço de pau e afins no maluco.

Tudo bem, ele tem uma serra elétrica, mas não tem IDDQD. Contra dezenas de pessoas igual estava ali ele só ia conseguir ficar no meio de uma roda tomando pedrada no rosto.

[Chronos]

pensei o mesmo, Baron... A galera jogando coisa nele, uma hora ele não ia nem aguentar mais segurar a serra. O cara deu sorte de ficar vivo... É muito sem noção o cara pensar em fazer algo do tipo... Muito burro...

[Blazed]

Postado por colher

HUAUHAUHAUHAUHAUHAHUAHUHUA
neguinho tá jogando mto doom pra sair tocando o terror com uma motoserra

só faltou chegar bunando

 

[EviLBraiN]

iddqd ! aahahahahahaha

[ShadoW]

iddqd
idfpifpopd
idkfa

e pra finalizar ip da 9hellz

146.164.38.6:27503

[kav]

eu tenho mais detalhes da sua vida.
você esteve em são thomé das letras em 1990, não esteve?

[NickTrocado]

a exatos 1:30min do filme da moto-serra, passa 1 sujeito com jaquetinha da ferrari na frente da câmera que tem uma aura divina, prestem atenção hahaha

[Blazed]

HAOOAOHEAOHEAOHAEOHAEOHAEOHAEOHEAO eh defiance

[ozba]

aeouaheuoaehoauehouaehoauehoauehouae supreme gohan

[Chronos]

huahuahuhua super sayiajin total!