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FlexGO – O computador "pague o quanto usa"
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A Microsoft anunciou durante o WINHEC 2006 para todo mundo o início de um projeto piloto que está ocorrendo no Brasil (em algumas cidades escolhidas) que visa permitir ampliar a base instalada de PCs no Brasil e no mundo. O conceito não é novo, mas pela sua forma de implementação é um projeto inovador. É o modelo vencedor do telefone celular pré-pago aplicado para o mundo dos PCs. Um lado interessante de ver o assunto é que muito se discutiu sobre o “PC Conectado” ou “Computador para todos” que são iniciativas governamentais, enquanto por meio de um consórcio de empresas privadas, lideradas pela Microsoft, pode estar nascendo uma solução (ou pelo menos uma alternativa) para minorar a exclusão digital nos países emergentes.
Tanto o aspecto técnico da solução como o modelo de negócios são muito interessantes. No caso do Brasil, cerca de 80% dos telefones celulares são do tipo “pré-pago”. É assim porque é mais barato? Não exatamente. É a forma que boa parte da população achou para ter mais controle sobre sua despesa com o telefone celular. Se em determinado momento durante o mês o orçamento está curto, não serão comprados créditos. Há planos “pós-pagos” cujos aparelhos são melhores, mas exigem o compromisso por certo tempo.
O programa FlexGO consiste de um PC de boa qualidade e boa configuração (não é uma máquina topo de linha), um sistema operacional pleno (é um Windows XP Home com alguns controles a mais), horas de acesso à Internet e a flexibilidade para pagar a máquina e o serviço. A facilidade começa para adquirir o PC pois este tem o seu custo reduzido a 50% do preço original aproximadamente. Cartões de “recarga” podem ser comprados para habilitar mais horas utilização do mesmo. Os cartões podem ser de 20, 30 ou 50 horas ao preço de R$ 1 por hora. Estes valores (desconto no preço do computador e custo da hora de recarga) não são definitivos, pois o “piloto” sendo conduzido neste momento no Brasil ainda está testando o mercado. Cadeias de lojas populares e bem disseminadas no Brasil como Magazine Luiza, serão usadas para a distribuição do PC e venda de créditos.
Protótipo do cartão de recarga com 100 horas de uso
Mas há uma diferença grande em relação ao caso do telefone celular. Após adquirir certo número de horas, o computador é tido como “pago” e este têm o seu uso liberado, não exigindo mais os tais cartões de recarga. Pessoas poderão consumir as horas e atingir este limite em 3 meses ou 3 anos, não importa. Como a própria pessoa sabe o quanto precisa do PC e o quanto pode gastar a cada mês, ela amortiza o custo total e tem a posse definitiva do PC no tempo que lhe for mais conveniente. No fundo não deixa de ser uma operação de financiamento disfarçada de plano pré-pago, mas isso não tira em nada o mérito do programa. O investimento inicial para o usuário é muito menor e ele paga de acordo com sua possibilidade. Complementa este cenário o modelo de assinatura mensal, com custo fixo, para pessoas que desejam ter horas ilimitadas de uso. Nada impede o usuário começar comprando horas de uso e mais tarde mudar seu plano para o modelo de assinatura (que já foi testado no México, Egito, Filipinas e Leste Europeu).
Do ponto de vista técnico eu pude avaliar a máquina em questão e conversar detidamente com os responsáveis por sua criação. A PHOENIX (tradicional fabricante de BIOS) desenvolveu um projeto, ao meu ver, muito bem feito. Há todas as medidas de segurança para que o máquina não seja “depenada” (seus periféricos principais não funcionam em outro conjunto), os 256 Mbytes de memória são soldados na placa mãe, o processador é um TRANSMETA cuja performance é equivalente a de um Celeron 2.0 Ghz, que funciona SEM COOLER, ou seja a refrigeração é passiva, só dissipador de calor (para minimizar chance de problemas ou defeitos). O sistema de vídeo usa um chipset da ATI e memória dedicada (não compartilhada). Não tem fonte de alimentação interna e sim um esquema parecido com “fonte de notebook” que alimenta 12V de tensão na placa mãe e que permite ligar uma bateria de carro ou de moto como fonte de energia para o micro em lugares onde a eletricidade seja problemática. Tem um disco rígido de 40 Gbytes como a versão especial do Windows XP Home, que controla as horas de uso e créditos e a liberação da máquina no final do pagamento das horas. O Windows XP Home utilizado é uma versão especial que entre outros controles (amarrações com o hardware) traz a informação das horas ainda restantes de uso e a interface para fazer recarga (pela digitação de um número de autorização que se digita no sistema). A AMD também anunciou a que disponibilizará uma plataforma de hardware baseada em suas tecnologias fazendo parte do projeto FlexGO. Está em estudo também uma configuração com 80 Gbytes de HD e 512 Mbytes de RAM.
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Fonte: ForumPCs
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