Trooper
|
Epifania sobre livros
27-11-10, 22:39
#1
Acredito que muitos já pensaram nisso, mas vou postar mesmo assim.
Não sei se conseguirei expressar bem a minha idéia, mas enfim: O Stephen King, por exemplo, escreve os livros em inglês. O cara é mestre, sabe escolher quais palavras usar, enfim, tem o próprio estilo literário. Porém, quando um livro é traduzido, boa parte desse "estilo" não se perde? As vezes o autor buscar palavras pra deixar a narração mais poética ou menos poética, mais sombria, mais tranquila.. enfim... eu acredito que na tradução pelo menos um pouco disso se perde. Pensando assim, o melhor mesmo seria ler os livros na língua original. O problema é quem lê uns autores russos euhfuehf Espero que eu tenha conseguido explicar. ps.: Filmes são diferentes... os dubladores/"legendadores" (os oficiais) fazem adaptações, não traduções. Nesse caso é óbvia a perda de muitas coisas (principalmente piadas, trocadilhos e palavrões). |
||||
Trooper
|
27-11-10, 22:44
#2
Reza a lenda que não só os tradutores corrigem os erros de português, eles também mudam pontos-chave das histórias do Paulo Coelho a ponto de duas traduções do mesmo livro contarem histórias totalmente diferentes entre si e da original.
Vai saber. Isso que você tá falando sobre traduções é isomorfismo em sistemas simbólicos, é uma área bem interessante e que andei lendo algumas coisas, estudando a representação do conhecimento e sistemas auto-conscientes. Uma hora dessas vou falar sobre o GEB, também, que fala um pouco disso e é com certeza o melhor livro que eu jamais li na vida |
Let it Be!
|
27-11-10, 22:48
#3
Vai ler Metro 2033 no original e te dou um prêmio! auehuaheua
|
Trooper
|
27-11-10, 23:14
#4
eu gosto muito de conteúdo multimídia (músicas, filmes e etc) e vejo claramente como a qualidade do texto e das informações passadas da idéia original se perdem com as traduções
sempre procuro ver as coisas em inglês (a maioria) e percebo como as informações são desencontradas se traduzidas... não sei como é em livros, tenho procurado livros em inglês para lê-los (não sei outra língua se não ptb e 1 pouco de inglês) mas é meio difícil de achar (aqui na minha cidade por exemplo) o problema é esse: com essa globalização cultural (existe isso?), onde maravilhamente a gente consegue ter contato com conteúdo (no caso literal) de outros lugares, é preciso passar por uma adaptação e esta, muitas vezes, não passa a mesma mensagem que passaria da forma original em livros, as notas de traducao acabam falando muito disso... não me lembro que livros eu já vi que falava disso, acho que "o príncipe" e "carta ao pai" têm bastante apontamentos sobre as respectivas traduções nao sei falar bonito, cansei bjo a todos do topico intelectual |
Carry
|
27-11-10, 23:20
#5
Compratilho da idéia. Tem um livro chamado Watership Down (bem famoso na Inglaterra) que faz um uso absurdo da fonética da língua, trocadilhos, etc, dando sentido a várias coisas da história seja criando nomes, lendas, explicações... Eu imagino que esse livro traduzido deve ser bem menos "divertido" (já pesquisei e existe uma versão BR bastante antiga só encontrada em sebos)
|
Creep
|
28-11-10, 00:48
#6
Se você tem uma boa fluência da língua original você consegue captar as expressões de forma correta no texto traduzido ao pé da letra mesmo que ele não reflita de forma eficaz.
Mas vou te falar, fugindo de Martin Claret, a grande maioria das traduções ão bem fiéis. Claro que você perde na melodia, como em alguns clássicos como Moby Dick ou mais especificamente, em poesias. Em alguns livros específicos de algumas editoras, o tradutor coloca a nota de rodapé quando não consegue expressar a verdadeira intenção do autor. |
Trooper
|
28-11-10, 01:09
#7
Em poesia então, isso chega a ser drástico. Eu acho francês um saco, por exemplo, mas pretendo aprender o quanto antes só pra poder ler Rimbaud como se deve.
|
Chief Rocka
|
28-11-10, 01:30
#8
por isso eu jamais, em hipótese alguma, assisto filmes dublados.
|
Trooper
|
28-11-10, 01:35
#9
Acho que do inglês-alemão pra português é mais drástico que italiano-espanhol-português entre si. O fato de serem todas línguas latinas faz com que exceto gírias modernas o resto seja bem traduzível
Em poesia não, é claro. Poesia eu não gosto nem no original, não vou ler o traduzido nunca |
Chief Rocka
|
28-11-10, 01:41
#10
velho
poesia é coisa de viado, obvio, e eu odeio mas traduzir poesia é inconcebível é tipo traduzir musica... impossivel imagina... como sao traduzidas poesias? vao mais pro lado literal ou tentam fazer rimas? se tentarem rimar perde mais o sentido ainda |
Trooper
|
28-11-10, 02:00
#11
poesia é coisa de viado?
música não é poesia? não entendi |
Trooper
|
28-11-10, 02:08
#12
Tenho esse mesmo teto, snake. Há tempos.
E meu teto vai além, entra até nas palavras. Que palavras, apesar de terem uma tradução, abragem um número de sentidos maior, menor ou levemente diferente de língua para língua. Mas esse tipo de pensamento vai longe... |
Trooper
|
28-11-10, 05:03
#13
e nesse ponto a "pirataria" ganha minha força. muitas vezes a legenda feita por um fan de uma serie ou de algum filme fica infinitamente melhor do que a legenda "oficial".
|
Trooper
|
28-11-10, 06:07
#14
Gerson, eu penso nas palavras também.Tanto no significado quando no tom que ela dá. Vai longe mesmo...
Eric, verdade... já vi fansub que tinha até .txt anexado explicando algumas referencias usadas no filme/seriado |
Pit
|
28-11-10, 09:24
#15
poesia é coisa de viado.
tenho dito. |
Chief Rocka
|
28-11-10, 10:36
#16
sim, poesia é coisa de viado, e musica nao é poesia, é musica.
só se vc for viado de ficar ouvindo Chico Buarque tomemos por exemplo a origem da musica, a musica classica. nao tem nada de poesia, nao tem letra etc só se vc for gay a ponto de querer fazer uma analogia entre a métrica da poesia e os arranjos musicais, oq nao faz o menor sentido. musica é musica. |
Let it Be!
|
28-11-10, 10:37
#17
Quote:
O fato é, sempre vai perder alguma coisa, nem que seja uma pequena piada do tipo "eva e adão", mas as tradução atuais têm consigo manter bem a essência dos textos. |
|
Cada vez mais ridículos
|
28-11-10, 11:58
#18
Dizem que Paulo Coelho faz sucesso na França, pq os tradutores escrevem melhor do que o próprio.
E as adaptações de desenhos em que se tem uma maior liberdade para o trabalho de dublagem (quem lembra dos desenhos do Adult Swim, como Aqua Teen) ficam por vezes melhor que o original. |
Trooper
|
28-11-10, 12:17
#19
Quote:
Música é dotada de medida e ritmo, assim como poesia. E a origem da música não é a música clássica. De ONDE você tirou isso? hahah E francamente, quando se ignora a poesia por causa de um preconceito tão bobo, o que se perde é absurdo. Shakespeare, Rimbaud, Goethe (então você nunca vai ler Fausto, só porque é poesia? meus pêsames), Edgar Allan Poe, Fernando Pessoa, Allen Ginsberg... |
|
Chief Rocka
|
28-11-10, 12:38
#20
dãr ok entao a origem da musica se deu no pós-cambriano, quando um trilobite muito maroto pulou na agua e fez "plóc", seus amiguinhos resolveram fazer também e pronto, criou-se o ritmo
rs sabia q vc viria com essa conversinha de métrica pra cima de mim... musica nao é poesia. musica é musica. poesia é poesia (e é coisa de viado) |
Trooper
|
28-11-10, 12:43
#21
bls
todo mundo tem o direito de ser newbie vou respeitar o seu |
Pit
|
28-11-10, 14:31
#22
mas que é coisa de viado é. =o
|
Trooper
|
28-11-10, 15:05
#23
pensei nisso algumas vezes, enquanto lia algo, ou vendo nota do tradutor mesmo. mas pensei ainda mais quando precisava traduzir alguma coisa pra escola. tradutores são artistas, sem dúvida.
como o corvo do poe foi o machado de assis quem traduziu. fernando pessoa também traduziu, por aí vai... releitura também é arte, mas não importa quão boa fique, não é a mesma coisa. mas também acho que em muitos casos (salvo moby dick e similares, acima citados) não é necessário se importar demais com isso. na minha opinião a gente tá sempre perdendo alguma coisa. mesmo tendo um respeitável domínio da língua em que está lendo já se perde algo na experiência por não ter boa parte dos referenciais (o que também acontece com o período histórico em que o livro foi escrito), e até mesmo da sensibilidade e miopia de cada um. se pra você shakespeare é muito importante, aprenda tudo o que puder pra chegar o mais próximo do entendimento que o autor propôs ou suas bases. ou como o conrado, aprenda francês. por aí vai. caso contrário procurando traduções boas e editoras competentes (fugindo de tradução de traduzidos, por exemplo) você ainda pode discutir com um cara que leu o original. da mesma forma que se pode ganhar do cara que inventou o xadrez. ................................................ fim do original on topic sim, sexo com pessoas do mesmo gênero que você é um mero sintoma. o que dita se alguém é gay ou não são seus gostos musicais e a leitura ou não de poesia, sendo esta feita embaixo de uma macieira usando uma roupa muito fashion com seu amigo colorido (ou recitada usando frufrus durante o ato sexual homossexual) ou apreciando a arte em seu quarto. caso o sentido de viado não seja homossexual e sim rapazes sentimentais semi afetados a crítica ainda serve. tudo se resume ao conceito de hombridade de cada um. pra muitos consiste em truculência, comer frango com a mão, ser fã de esportes e que cuidados pessoais é basicamente higiene, para não ficar fedendo. tipo aqueles caras que acham que a masculinidade está no órgão genital. e é por isso que sou mais macho que muitas menininhas sacudas e barbudas aqui. |
Trooper
|
28-11-10, 23:00
#24
Para mim o problema nunca foi este de conhecer a língua, mas sim sentir-se a vontade com sua musicalidade. Identificar a beleza desses gestos, sons e disciplinas textuais numa língua que me é alheia se torna uma tarefa terrível e geralmente desastrosa.
Eu não gosto de ler autor algum em inglês, mas isso não se trata de falta de entendimento verbal ou vocabulário no idioma, mas sim porque para mim as palavras nesses textos são uníssonas, vazias. Peach não significa a metade daquilo que me significa pêssego: quando pequeno nunca ouvi feirantes bem cedinho gritando peaches, nunca comparei suavidade de pele alguma com peach, nunca me escorreu pelo canto da boca o suco dum gomo de peach, nunca vi um peach apodrecer escondido entre os matos do jardim. Essa ligação emotiva inexiste para mim noutra língua. É um desafio semiológico porque a própria palavra se transforma num objeto (seu som, seu ritmo) indissociável ao seu objeto-concreto de referência; e não apenas um meio - um mero símbolo que pode ser trocado - para se determinar este objeto. Existe também este outro aspecto que vocês comentaram: as línguas escandinavas são fáceis de traduzir para a latina - exceto quando são severas – e as latinas fáceis de traduzir para as escandinavas – exceto quando falam de amor. Como transmitir a doçura de Ferreira Gullar numa língua tão seca quanto o alemão, ou como traduzir o minimalismo grave de Kafka numa língua tão fru-fru quanto o português? De qualquer forma perdemos, do traduzido ao original. |
Trooper
|
29-11-10, 00:11
#25
Não tinha pensado por esse lado WW, sobre a ligação emotiva das palavras...
Muito bom |
Trooper
|
29-11-10, 00:49
#26
che traduce, tradisce!
|
Trooper
|
29-11-10, 05:02
#27
Queria saber latim :/
Ou grego E ler um platao original direto no papiro rs Alias, no carretel de folha... Tomo? Cumé?! "capitulo 7 comeca nos 2 metros e 30cm." Sente o drama 2 mil e 300 anos e os pinta ja largavam todas as barbadas racionalmente tangiveis. Na lata. E ae? Dramatico? 2 mil anos nao existia um clipes de papel e nego pensava melhor q tu, malucao O estado tava la e nego escrevia entalhando preda Cagava no canto, tipo india Barba? Fazia com dente de tiranossauro, filho da puta Puta que pariu, "socrates" inspira virilidade Nego ctiando o vocabulario Discussao filosodica era tao profunda pq nego buscava a significacao das palavra tb, dos termos... Tinha q investigar tudo PQ NAO TINHA N A D A OMG KRQLHO DEU TELA AZUL NO CERBERO |
|
|