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Jeep
fagmin
 

XFIRE ID: ds-jeep Steam ID: jeep_ds
Default Beleza em contexto banal

11-04-07, 16:56 #1
http://cristaldo.blogspot.com/2007_0...26642429157585

Janer Cristaldo

MERENCÓRIA NOITE DE INVERNO EM PARIS


Certa noite gélida em Paris, eu passava pelas proximidades do Opera. Uma senhora, de 50 ou mais anos, frente a um atril com partituras, cantava árias para mim desconhecidas e de uma profunda tristura. Não saberia dizer se cantava com maestria, meus conhecimentos de música não me permitem tanto. Mas que me comoveu, comoveu. Fiquei ali quase uma hora, estático, enregelado, encantado com sua voz de soprano e perplexo com a circunstância. Ela escolhera aquela rua não por acaso. Se não tinha certeza a respeito de seus dotes como cantora lírica, de algo eu tinha certeza: claro que ela preferiria estar no proscênio do Opera, aquecida pela luz dos holofotes e pelos aplausos do público.

Raros gatos pingados paravam para ouvi-la, sempre deixando alguma moeda. Enternecido por aquele espetáculo gratuito que ela me oferecia, deixei-lhe bem mais que uma moeda. Saí dali com um nó na garganta e conversando com meus botões. Quem sabe o lugar daquela senhora não era mesmo o Opera? Sabe-se lá! A vida é o mais das vezes madastra. Nem sempre um mortal consegue estar no lugar em que merece estar.

Me ocorrem estas reflexões ao saber que o consagrado violinista norte-americano Joshua Bell, de 39 anos, a convite do jornal The Washington Post, aceitou executar composições em uma estação de metrô da capital norte-americana. A idéia do jornal - leio no noticiário on line - era descobrir se a beleza seria capaz de chamar a atenção num contexto banal e num momento inadequado. Para executar sua música, Bell usou um Stradivarius de 1713, avaliado em U$ 3,5 milhões. Ao longo dos 43 minutos em que tocou, mal conseguiu arrecadar 32,17 dólares. Caso se apresentasse no Boston Symphony Hall, os amantes de boa música não hesitariam em pagar 100 dólares por um assento apenas razoável.

A experiência proposta pelo Washington Post mostra, definitivamente, que as pessoas não se emocionam com a grande arte, mas com a pompa que a envolve. De tempos em tempos, temos notícia que foi encontrado um quadro em algum antiquário, avaliado em quatro ou cinco dólares. Surge então um expert e atesta que o quadro é de um algum Van Gogh da vida. Imediatamente sua cotação sobe para milhões de dólares. A pergunta se impõe: o valor residiria no quadro ou na assinatura de quem o pintou? Cultuamos o belo? Ou a griffe?

Em minha sala, tenho a reprodução de um quadro belíssimo, em amarelo, mostra três pessoas com guarda-chuvas fustigados pelo vento. Achei-o em algum bouquiniste às margens do Sena e paguei por ele dez ou quinze francos. Quem me visita quer logo saber de quem é. O autor não está em história alguma da pintura e duvido que algum leitor o conheça. Trata-se de Leonetto Cappiello. Não era nenhum pintor bafejado pela fama. Apenas fazia a propaganda de uma empresa que vendia guarda-chuvas.

Este nosso mundinho está cheio de obras de arte, pelas quais passamos soberbos, sem sequer dedicar-lhes uma migalha de nosso olhar. Apenas porque não estão em algum museu prestigioso nem em palcos de renome. Registro aqui minha tardia e distante homenagem àquela soprano que cantava solitária em meio a uma merencória e glacial noite de inverno em Paris.





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Flavio_0
Trooper
 

11-04-07, 17:21 #2
bem interessante o texto...
sobre essa parte de "griffe", tenho uma camiseta muito massa com um desenho muito loco, outro dia um amigo me perguntou na balada q marca q era? se era cavalera, hugo...
aeuhuaheauhe
eis q respondi é uma marca de refrigerante da nova schin! euaheuaheuae
euaheuaeha
ele nao acreditou!

Flavio_0 is offline   Reply With Quote
predator
Back to the U.S.A.
 

Gamertag: decapentaplegic PSN ID: decapentaplegic Steam ID: decapentaplegic
11-04-07, 17:38 #3
vc tem q considerar q 99.9% da populacao é ignorante em relacao a musica... e é claro q nesse contexto, se vc n entende de musica, pelo menos vc vai apreciar o ambiente no qual se passa

e outra, quando eu to no metro e tem alguem tocando alguma coisa (mto comum em paris), eu to poco me fudendo pra musica pq 90% das vezes eu quero dormir e 10% das vezes eu to concentrado lendo alguma coisa... e por isso eu acho q a grande maioria das pessoas ta poco se fudendo pra esses artistas de rua pq a mente nao tá no modo de apreciar arte e sim pensando em outras coisas

predator is offline   Reply With Quote
user114
.
 

11-04-07, 17:42 #4
Quote:
Postado por predator
vc tem q considerar q 99.9% da populacao é ignorante em relacao a musica... e é claro q nesse contexto, se vc n entende de musica, pelo menos vc vai apreciar o ambiente no qual se passa

e outra, quando eu to no metro e tem alguem tocando alguma coisa (mto comum em paris), eu to poco me fudendo pra musica pq 90% das vezes eu quero dormir e 10% das vezes eu to concentrado lendo alguma coisa... e por isso eu acho q a grande maioria das pessoas ta poco se fudendo pra esses artistas de rua pq a mente nao tá no modo de apreciar arte e sim pensando em outras coisas
é verdade, a única vez que prestei atenção em alguém tocando alguma coisa no metro foi quando um cara começou a tocar Brasileirinho no violão em Londres e o cara nem era brasileiro... heheh

user114 is offline   Reply With Quote
serjaum
Master Chief
 

Gamertag: serjaum
11-04-07, 17:47 #5
sabadao eu, roger e tessari ficamo vendo um maluco fazendo embaixadinha com côco eaouheuoiaeh

serjaum is offline   Reply With Quote
DiE LuCiaNo
Trooper
 

Steam ID: luhdie
11-04-07, 19:01 #6
(1)Gamma Ray

DiE LuCiaNo is offline   Reply With Quote
mrfire
Trooper
 

11-04-07, 19:17 #7
grifes geralmente se constroem ao longo de um periodo de produtos de qualidade apreciavel.

esse status de qualidade nao eh conseguido de um dia para o outro, por isso grifes qnd se formam sao sempre valorizadas.
da mesma forma, acontece com arte, musica etc; em menor ou maior escala.

As pessoas sempre ficam apreensivas qnd vai ser lancado um cd novo do Aerosmith por exemplo... pq sabem que a banda por sua historia produziu cds de qualidade.

No caso de obras de arte por exemplo, por ser algo de carater extremamente pessoal, muitas vezes acontece algo como foi dito no texto, de do nada alguem descobrir que a obra em questao eh de Monet ou Picasso e ela passar a ter um valor absurdo da noite pro dia. Nesse caso, pode parecer algo ateh meio estupido, mas acho q de certa forma eh correto pelo simples fato que uma infinidade de criticos e artistas atestaram a genialidade da obra de tais autores ao longo da historia, e nao se pode excluir tal genialidade em obras descobertas posteriormente. Nesse caso acho q ela se incorpora a historia do autor e merece ser avaliada como tal.


grifes e bandas caem de moda geralmente por uma perda de qualidade ao longo de sua trajetoria, e outras tomam seus lugares. Eh algo natural, mas de fato, soh algumas coisas de genialidade incontestavel se tornam perenes ao longo da historia.

mrfire is offline   Reply With Quote
DiE LuCiaNo
Trooper
 

Steam ID: luhdie
11-04-07, 19:21 #8
MISTER FAIREEEEEEEEE??!??! É VOCÊÊÊÊ!!?!?!?

Que post massa!!

DiE LuCiaNo is offline   Reply With Quote
merak
Trooper
 

11-04-07, 19:28 #9
concordo 100% com o mrf, porém falo que no quesito "roupa" eu nao uso nada menos que nike/gucci pois é uma opção minha, visto que existem REALMENTE camisas bonitas em lojas populares (renner e afins) mas aí que vem aquela pergunta "se os outros tem, nao vai ser original..." por isso procuro refinar meus gostos ao máximo, exatamente o que me faz lembrar o assunto do tópico :-)

merak is offline   Reply With Quote
Tannark
Trooper
 

11-04-07, 22:23 #10
E daí que não vai ser original? Qual é o problema ver outra pessoa usando a mesma roupa?
Lembre-se, não foi você quem desenhou a roupa. Não foi você quem costurou a roupa. Não foi você quem tingiu a roupa.
Não importa que q roupa seja suuperchiquérrima, não tem mérito nenhum nisso de sua parte!

Falando nisso, outro dia me veio a cabeça uma coisa...
Já repararam como a palavra "exclusivo" geralmente é usada com sentido positivo?
Mas veja o significado da palavra: Aquilo que exclui. No caso da publicidade, aquilo que exclui pessoas...

E artista de rua a única q presta eh a mãe do arkanjo.

Tannark is offline   Reply With Quote
DiE LuCiaNo
Trooper
 

Steam ID: luhdie
11-04-07, 22:26 #11
Que toca banjo...

E, realmente, essa de ser "original" com coisas sem marca é tão esdrúxulo quanto querer ter coisas de grife.

DiE LuCiaNo is offline   Reply With Quote
Scapegoat
Trooper
 

11-04-07, 23:28 #12
Texto legal, mas constata o óbvio, analisando o problema superficialmente. Em tudo quanto é setor se vê talentos desperdiçados ou marcas de qualidade ignoradas porque não têm um "nome". Particularmente, busco aquilo que me satisfaz, sejam bandas desconhecidas que têm um bom som, produtos excelentes que não têm o peso de mercado de marcas maiores, etc. Procurar um produto de grife famosa porque sabe que aquela é a melhor no seu segmento, tudo bem. Agora, procurar um produto de grife famosa apenas para exibir a etiqueta ou se sentir "cool", é uma bela de uma bosta.


Na verdade, eu nem ligo pra isso, pois VIVO em um mundo de velocidades incriveis,, mulheres lindass, Carros maravilhosos,, dinheiro,, joias,poder,,respeito,, e muita curtição,,,
Pois como sempre falo,,,
Viva cada dia como c fosse o ultimo,,,

felicidade ñ tem preço e meu colar de ouro Tbm ñ..rsrss

Scapegoat is offline   Reply With Quote
intel
Banned
 

12-04-07, 00:01 #13
Quote:
Postado por Gamma Ray
eu n dou bola pra griffes e marcas, posso dizer isso com orgulho... principalmente em relação a musica(...)
Roupa eu só curto qd ponho e me vejo no espelho e acho q ficou legal, caguei se é cavalera ou uma camiseta hering. Mas temos de combinar que roupa vagabunda estraga facil e fica escrota facil...
Quote:
Postado por DiE LuCiaNo
(1)Gamma Ray
Quote:
Postado por DiE LuCiaNo
MISTER FAIREEEEEEEEE??!??! É VOCÊÊÊÊ!!?!?!?

Que post massa!!
Quote:
Postado por Tannark
E daí que não vai ser original? (...)
Quote:
Postado por DiE LuCiaNo
E, realmente, essa de ser "original" com coisas sem marca é tão esdrúxulo quanto querer ter coisas de grife.
Luciano demonstrando sua opinião tão constante e decidida qto as tendências da moda hehehehe

sai de cima do muro!!!

ao assunto do tópic, por mais que vcs estejam falando de griffes, marcas, ou originalidade, acredito q estejam falando mais no "gosto" pessoal...

pelo menos do meu ponto de vista, entendo q o texto postado pelo jeep é um início de uma reflexão sobre o valor das "coisas" e a percepção das pessoas do que é belo... a questão do gosto pode até ser vista como uma "passagem" de influências efêmeras que dependem do contexto histórico de cada "coisa" ou pessoa.

deixo pro War Wolf discutir mais ae sobre a beleza, o universo e tudo mais, pq ele é melhor escritor do q eu

intel is offline   Reply With Quote
DiE LuCiaNo
Trooper
 

Steam ID: luhdie
12-04-07, 00:25 #14
intel, lê direito uHEUheEU
Eu apenas me impressionei com o mrfire postando algo coerente e bem pensado, só isso uHEUheuhUE
E o do Tannark se completa/confirma com o do Gamma, certo?
Usamos o que gostamos (e não o que os outros gostam) e foda-se se alguém também usar, bom pra todos nós!

Entendeu agora?

DiE LuCiaNo is offline   Reply With Quote
Eon
Trooper
 

12-04-07, 01:26 #15
Quote:
Postado por Janer Cristaldo
A experiência proposta pelo Washington Post mostra, definitivamente, que as pessoas não se emocionam com a grande arte, mas com a pompa que a envolve.
Essa foi a conclusão mais burra que eu já vi baseada em fatos tão simples.

O valor de qualquer tipo de arte não tem relação nenhuma com qualquer característica objetiva que se possa atribuir à obra, e sim com o repertório cultural do observador e as relações que ele é capaz de estabelecer entre o mundo que ele conhece e o que está sendo observado. Além disso, existem poucas pessoas no mundo capazes de diferenciar um gênio musical de um intérprete mediano, assim como existem poucas pessoas capazes de diferenciar um vinho excepcional de um vinho mediano, especialmente quando as condições de observação são adversas. Saber separar as coisas depende de uma série de fatores, como conhecimento do assunto, treino, sensibilidade, e principalmente nesse caso, o envolvimento do sujeito com a obra de arte. A começar pelos seguintes fatos:

1 - O violino é um instrumento de câmara, um dos motivos pelos quais não é tocado em espaços abertos ou muito amplos, a não ser que seja amplificado artificialmente ou o espaço tenha uma acústica muito boa.

2 - Um violino stradivarius é único não apenas pelo valor histórico e pela raridade, mas porque tem características acústicas únicas que o diferenciam dos demais, algo relacionado ao tipo de madeira e ao verniz utilizado cujo processo de cura jamais cessa, apurando a qualidade de som durante séculos. Mais um motivo para ouví-lo em um ambiente silencioso, e não em um lugar barulhento com trens passando e pessoas conversando.

3 - A música erudita é caracterizada justamente pela riqueza de detalhes e pela dinâmica. Nenhuma dessas duas qualidades ficam evidentes em um ambiente tumultuado, porque simplesmente não dá pra prestar atenção na música com um monte de coisas acontecendo em volta.

4 - Diferentes tipos de música exigem diferentes níveis de introspecção para serem devidamente absorvidas. Por esse motivo levar o Joshua Bell para tocar em uma estação de metrô de Washington é uma idéia tão absurda quanto levar a Tati Quebra Barraco para cantar durante a missa do galo no Vaticano, simplesmente não faz sentido algum.

Que existe fetichismo na arte, disso não há dúvida, mas não existe maneira menos inteligente do que tentar comprovar esse fato questionando a capacidade do ser humano de admirar o que é belo. A experiência do Washinton Post prova no máximo que a correria faz com que as pessoas prestem atenção apenas no que é relevante para os problemas momentâneos, como a hora em que chega o trem ou o preço da passagem. De fato, acho que 90% dessas pessoas poderiam trombar com a própria mãe numa estação de trem e não se dar conta disso, por pura falta de tempo e excesso de preocupação consigo próprias.

Seria muito mais interessante se tivessem colocado um violinista novato em uma grande sala de concerto, vendido como se fosse um grande mestre de algum canto obscuro do planeta, para uma platéia comum. Aí sim teríamos uma experiência interessante, mas duvido que provaria o ponto de vista do sujeito aì do blog, porque as coletividades são muito mais seletivas do que os intelectuais pensam, e são capazes de se emocionar tanto quanto os especialistas sob as mesmas condições.

Abraaaazzzoo

Eon is offline   Reply With Quote
WaR WoLf
Trooper
 

12-04-07, 02:24 #16
O aplauso é sempre cativante, basta um para desencadear milhares. Opiniões convergentes são, na realidade, tentativas de recriar percepções satisfatorias de outras pessoas. É cobiçado o sentimento, não a aceitação ou, no caso, a musicalidade. Se alguém olha para o céu amaravilhado, outras pessoas farão o mesmo - não porque gostam do céu, não porque nunca o tenham visto, mas porque alguém se encontra feliz ao vê-lo.

WaR WoLf is offline   Reply With Quote
rockafeller
Chief Rocka
 

12-04-07, 08:38 #17
oh... finalmente um topic onde li todos os replies e nao me senti inundado com merda

muita coisa linda aqui nesse topic, a começar pelo texto do jeep
me lembrou o jornal local satirizando o teatro aqui da minha cidade
aqui tem um teatro foda, moh patrimonio historico da porra e tal
 


tipo
"burgueses usando vestes de gala, madames com casacos de pele, e o cheiro de ignorancia no ar"
heheh
nao foi isso q o cara escreveu, mas foi algo do genero
os 'emergentes' imbecis q mal fazem idéia doq significa ARTE indo ao teatro unicamente para sentirem-se soberbos, cultos, chiques, ou qualquer merda
filhos da puta.
isso pq aqui faz um calor equatorial, e ja vi MUITA madame com casaco de pele, e almofadinhas de terno armani saindo de lá

rockafeller is offline   Reply With Quote
Jeep
fagmin
 

XFIRE ID: ds-jeep Steam ID: jeep_ds
12-04-07, 10:19 #18
Sem duvida foi um exemplo extremo, mas nao sei se completamente fora da realidade, nao é mt segredo que a maioria dos fabricantes nao tem fabricas e sim terceirizam sua linha inteira de producao. Muitas vezes seu equipamento xingling foi montado exatamente na mesma fabrica e com as mesmas pecas de um fodao, so que a marca custa caro.

Musica classica é um exemplo disso, nao vou nem discutir a qualidade pq nao tenho cacife pra isso, discuto no maximo o fator "po, gostei", e apesar de ter ido em 3-4 concertos devo dizer que gostei mesmo de 1-2 e se me perguntarem o nome, nao vou lembrar, os autores que gostei tem consoantes demais, tipo schostakovsky (nao, nao vou procurar no google e pagar de sabidao, afinal o post é justamente sobre isso), mas percebo que apesar de ter gente que percebe nuances mt interessantes e consegue explicar isso em linguagem de gente, estilo "ó, presta atencao agora, olha o que ele vai fazer e agora espera o proximo movimento", agora, tem um pessoal que sinceramente nao esta mt acima de mim mas que é "musica classica desde criancinha", basicamente pq pega bem falar isso.

É como aquele tipico chato-do-vinho, que jura estar sentindo "notas de orvalho com toques de menta" numa bebida que foi prensada, fermentada e que esta engarrafada a varios anos, po, contrata esse cara pra farejar criancinha perdida ou droga em aeroporto.

E so pra constar eu ja parei em metro pra assistir quarteto de cordas tocando e o som nao estava nada ruim, da mesma fora que esse cara, eles ficaram na entrada, bem antes dos trens


Aqui tem um trecho de video e alguns detalhes sobre a acustica _|_


e outro http://www.rtp.pt/index.php?article=277593&visual=16

Joshua Bell no Metro - Pérolas a porcos ou falta de contexto?

Numa experiência inédita, um dos mais famosos violinistas do mundo tocou incógnito durante quase uma hora numa estação de Metro de Washington, despertando pouca ou nenhuma atenção.



Numa iniciativa do jornal Washington Post, o violinista Joshua Bell, com o seu Stradivarius de 1713 avaliado em 3,5 milhões de dólares, tocou recentemente durante 45 minutos na estação L`Enfant Plaza no centro de Washington entre as 07.15 e as 08:00.

Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall em Boston, onde os melhores lugares custam cerca de cem dólares, mas na estação de Metro foi praticamente ignorado pela esmagadora maioria das 1.097 pessoas que passaram à sua frente durante esse período de tempo.

A excepção foram as crianças, que, inevitavelmente, e perante a oposição do pai ou da mãe, queriam parar para escutar Bell, algo que, diz o jornal, pode indicar que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós.

Bell, vestido de jeans e t-shirt branca e com boné de um clube de basebol local, começou por interpretar "Chaconne", de Johann Sebastian Bach, que é, na sua opinião, "não só uma das maiores peças musicais jamais compostas, mas também um dos grandes sucessos de qualquer homem na história".

Este facto, obviamente, não impressionou os utentes do Metro, porquanto só passados três minutos e meio é que alguém decidiu recompensar o violinista deitando um dólar na caixa do violino.

E só passados seis minutos, assinalou o jornal, alguém parou para escutar Joshua Bell.

"Foi uma sensação muito estranha aperceber-me de que as pessoas me estavam a ignorar", disse Bell, habituado aos aplausos dos amantes da música.

"Num concerto eu fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas na estação de Metro as minhas expectativas rapidamente diminuíram. Comecei a ficar agradecido pelo mínimo dos reconhecimentos, mesmo um simples olhar. E fiquei muito agradecido quando alguém punha um dólar na caixa e não apenas alguns trocos", acrescentou Bell.

Os resultados surpreenderam também o director nacional da Orquestra Sinfónica Nacional, Leonard Slatkin, que declarou ao jornal esperar que, em cada mil utentes, "35 ou 40 reconhecessem a qualidade e entre 75 e 100 parassem para escutar".

O próprio Post tinha adoptado medidas para o caso de a presença de Bell provocar uma acumulação de transeuntes e "engarrafamentos" na estação de Metro, preocupações que provaram ser totalmente escusadas.

Para Bell, o pior foi quando acabou de tocar "Chaconne" e "nada aconteceu".

"As pessoas, que não notaram que eu estava a tocar, também não notaram que eu tinha acabado", disse Bell, que, como prodígio do violino, está habituado desde muito jovem a enormes aplausos.

Depois de "Chaconne", Joshua Bell tocou "Ave Maria", de Franz Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce, e a indiferença foi quase que total. Apenas sete pessoas pararam por alguns poucos minutos para escutar.

Mas o "herói cultural" da experiência do Washington Post foi John Picarello, um inspector dos Correios que se dirigiu para o topo das escadas onde Bell estava quando este começou a tocar "Chaconne" para terminar o seu "espectáculo".

Picarello escutou Bell durante nove minutos e disse ao jornal ter notado imediatamente tratar-se de "um violinista soberbo".

"Nunca ouvi ninguém deste calibre, tecnicamente muito bom e com um violino bom, com excelente som", descreveu Picarello, que se mostrou "espantado" pelo facto de a música de Bell não estar "a interessar a ninguém".

O inspector dos Correios deu cinco dólares a Joshua Bell sem saber de quem se tratava.

Foi quase já no fim do "concerto" que alguém finalmente reconheceu o violinista. Stacy Furukawa, uma funcionária no Departamento do Comércio, tinha, três semanas antes, ido a um concerto de Bell na biblioteca do Congresso e não pôde acreditar no que estava a ouvir na estação de Metro.

"Joshua Bell a tocar à hora de ponta e as pessoas passam, não olham e alguns atiram moedas de 25 cêntimos para dentro da caixa do violino. Vinte e cinco cêntimos! Que tipo de cidade é esta em que isto pode acontecer?", disse Furukawa ao jornal.

O sucedido motiva o debate: a presença de Bell no Metro foi um caso de "lançar pérolas a porcos"? É a beleza um facto objectivo que se pode medir ou apenas uma opinião? Mark Leitahuse, um dos directores da Galeria Nacional de arte, afirmou ao jornal não estar surpreendido, porque arte tem de estar "em contexto".

Para Leitahuse, pode-se tirar de um museu uma pintura famosa no valor de cinco milhões de dólares, levá-la para um restaurante eÓ "ninguém notará". Mesmo um especialista poderá apenas observar que se trata de uma boa cópia e continuar a comer.

Tudo é, portanto, na sua opinião, uma questão de "contexto".

Para outros, como o escritor John Lane, a experiência é um indicativo da "perda da capacidade de se apreciar a beleza".

O escritor disse ao Washington Post que o que aconteceu não significa que "as pessoas não tenham a capacidade de compreender a beleza, mas sim que ela deixou de ser relevante para elas".

Bell assinalou ao jornal ter recebido dos utentes do Metro um total de 32,17 dólares pelos 43 minutos que tocou. Não foi "muito mau", considerou.

"Isto dá 40 dólares à hora, pelo que penso que poderia viver sem ter de pagar a um agente", ironizou.

Terça-feira, em Nova Iorque, Joshua Bell vai receber o prémio de melhor músico clássico dos Estados Unidos. Pelo que não há dúvidas de que alguém reconhece o seu valor e a beleza da sua música Ó ainda que em contexto.

Jeep is offline   Reply With Quote
Eon
Trooper
 

12-04-07, 10:42 #19
Ah, cara, puta merda... eu fiquei emocionado só de ouvir o cara tocando no vídeo tosco que puseram na página, não porque é um cara famoso (mesmo porque conheço pouco o instrumento pra me deixar influenciar por personalismos) mas porque a música é maravilhosa, e o cara tá destruindo no violino, qualquer um que goste um pouco da coisa poderia ter percebido... ainda por cima a acústica não era ruim, o som tava alto e claro, dava pra ouvir tudo perfeitamente...

Tinha uma brasileira lá, a tal da Edna Souza, e eu concordo com ela, se fosse no Brasil um monte de gente tinha parado, americano tem uma cultura muito pouco musical comparada com a nossa. Se fosse na Europa então, tinha lotado, as pessoas lá estão acostumadas à música instrumental, principalmente a música erudita.

Quer saber de uma coisa? Pelo vídeo não dá nem pra ver a cara do sujeito, e se fosse alguém desconhecido não faria a menor diferença porque impressionaria do mesmo jeito, basta ouvir as coisas que ele está fazendo com o instrumento. Mas é como disse o Arrigo Barnabé uma vez, falar da capacidade de perceber boa música é falar da própria decadência do gosto musical. Nisso os americanos são craques.

Eon is offline   Reply With Quote
Eon
Trooper
 

12-04-07, 10:54 #20
Só pra complementar... como um músico brasileiro eu sou obrigado a comentar que o cara fez 40 dólares POR HORA de trabalho tocando nessa estação. A maioria desse pessoal que toca em bares por aqui não ganha isso POR DIA de trabalho.

Ou seja, sendo capaz de perceber a beleza da coisa ou não, a galera lá remunera bem hein?

Eon is offline   Reply With Quote
tdf
 

Steam ID: tdf
12-04-07, 11:33 #21
http://www.youtube.com/watch?v=zgIMDUHtCtw

Segurotchan > Joshua Bell

tdf is offline   Reply With Quote
roadster
Banned
 

12-04-07, 11:34 #22
massa o topico mesmo
pelo menos nesse fator a galera aki entro em consenso
hehe
outro exemplo tosko disso eh a cerveja skol
eh a pior de todas, a mais fraca, a mais sem gosto de cerveja...
e soh pq a midia domina... "desce redondo"
todo mundo axa a melhor

como c descer redondo fosse um fator bom
puf

esse fator da midia de hj em dia kebra um pouco akela istoria q uma marca conquista o lugar dela pela sua qualidade, hj em dia nem sempre eh preciso qualidade soh midia.

roadster is offline   Reply With Quote
Jeep
fagmin
 

XFIRE ID: ds-jeep Steam ID: jeep_ds
12-04-07, 12:09 #23
tá, é golpe baixo, mas com esse tanto de bell pra ca e pra la, lembrei do meu campeao de audiencia, e agora com legendas

http://www.youtube.com/watch?v=_bSqlaiFDx4

Jeep is offline   Reply With Quote
roadster
Banned
 

12-04-07, 12:27 #24
\idudIVX\JBVDSiiikizncx\lzxbzjxvnjxznmvxzx
]q viagem esse carauahREUHSAIURiiujnA

roadster is offline   Reply With Quote
...
Guest
 

12-04-07, 12:42 #25


Last edited by s; 12-04-07 at 12:47..
  Reply With Quote
user114
.
 

12-04-07, 13:01 #26
noffa haeheauhe

user114 is offline   Reply With Quote
Gabeleu
Trooper
 

PSN ID: GABELEU
12-04-07, 13:45 #27
INTERESSANTE

Gabeleu is offline   Reply With Quote
rockafeller
Chief Rocka
 

12-04-07, 13:55 #28
orc mongo

jeep, q bizarro o portugues arcaico do ultimo texto haeuhaeuh

demoniac, vc é tosco

rockafeller is offline   Reply With Quote
Jeep
fagmin
 

XFIRE ID: ds-jeep Steam ID: jeep_ds
12-04-07, 14:10 #29
vero, portugues de portugal, ora pois

Jeep is offline   Reply With Quote
WaR WoLf
Trooper
 

12-04-07, 15:02 #30
ai me segurem, estou louco à botar as mãos no bonachão de ponta do ido estadounidense cincoenta cêntimos em contribuição espantosa de Doutor diminutivo André.

WaR WoLf is offline   Reply With Quote
Scapegoat
Trooper
 

12-04-07, 21:54 #31
Quote:
Postado por Eon
Ah, cara, puta merda... eu fiquei emocionado só de ouvir o cara tocando no vídeo tosco que puseram na página, não porque é um cara famoso (mesmo porque conheço pouco o instrumento pra me deixar influenciar por personalismos) mas porque a música é maravilhosa, e o cara tá destruindo no violino, qualquer um que goste um pouco da coisa poderia ter percebido... ainda por cima a acústica não era ruim, o som tava alto e claro, dava pra ouvir tudo perfeitamente...
Penso assim também... e um outro exemplo pra ilustrar essa linha de pensamento:

http://www.youtube.com/watch?v=yoGe7mhK8ZI


É um simples "baterista" de rua, mas o cara parece que toca com o coração...

Scapegoat is offline   Reply With Quote
Eon
Trooper
 

12-04-07, 22:12 #32
PQP o cara é obviamente um puta baterista mano... olha o timing do cara!!!! Tá vendo, pode ser tanto alguém famoso quanto um zé ninguém, seja como for o talento do cara é muito evidente, só quem não gosta de música vai passar batido por um cara desses.

Eon is offline   Reply With Quote
Eon
Trooper
 

12-04-07, 22:22 #33
Ha, olha só:

Quote:
he is a star and the man is larry wright, the original bucket master, hes been in commercials and even sesame street, plus had a documentary when he was mad young
Comentário no youtube sobre o cara...

Eon is offline   Reply With Quote
Fura Olho
wat
 

XFIRE ID: EmB_FuraOlho Steam ID: gustavomartino
12-04-07, 22:59 #34
po
eu achei a experiencia interessante, mas nao da pra tirar essas conclusoes q eles tiraram

devem ter passado varias pessoas ali q curtem grapelli, isaac stern, jacl benny e afins, mas q simplesmente estavam na correria, estressadas, preocupadas e nem se ligaram q tinha alguem ali tocando violino

acho q a proposta de testar se uma bela musica desviaria as pessoas do stresse e do rush foi furadissima, ainda mais q eh completamente normal ter alguem tocando algo numa estacao de metro nas principais cidades dos eua... ainda mais q o cerebro humano tende a funcionar por condicionamento, na base da memoria seletiva.. o cara passa pelo metro e nem sequer lembra do q viu por la

seria bem diferente se eles tivessem feito isso na grand central station de ny num domingo a tarde, com centenas de turistas e pessoas q tao por ali de bobeira

no mais, o post do mrfire ja sintetizou o contexto da arte e do "premio" de possuir algum objeto com alto valor cultural agregado.. se for pra debater algo desse genero eh necessario levar em consideracao uma centena de fatores q podem valorizar o trabalho de um artista, seja o fato de compor sinfonias sendo surdo ou de criar novas tecnicas revolucionarias de pintura

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