Preciso ouvir a opinião de vocês.

[Ice]

Acabei um relacionamento de 2 anos com uma menina. Foi algo bem especial, uma pessoa que amei bastante; ainda estou no meio do processo de luto. Criei esse texto para publicação.
Como sei que a opinião de vocês é sempre sincera, preciso deste espelho.


Espelhos



Por mais acurado que seja um espelho, este nunca consegue fornecer àquele que o interpela uma imagem precisa: há sempre uma distorção. Por vezes escolhemos aquilo que desejamos enxergar; alguns distúrbios alimentares nos dão um bom exemplo disso. Tais sujeitos, incapazes de tolerar o insuportável daquilo que imagina estar no olhar do outro, distorcem seu reflexo real; manipulam seu corpo em uma tentativa de mudar aquele olhar destruidor. E o amor, o que tem a ver com tudo isso?

Talvez ele aconteça efetivamente em dois tempos, tal como diz o clichê. Precisamos em um primeiro momento iludirmos que somos de fato aquilo que o outro deseja para depois cair e perceber que tal completude é impossível – e mais, insuportável. O que resta desse momento de queda é o amor. A segurança de, mesmo nos momentos em que somos impelidos a ocupar posições totalmente contrárias àquilo que imaginamos como “certo”, ao menos no olhar de um, que sempre nos devolve uma imagem, somos especiais.

Que tal imagem se funda no olhar do outro podemos facilmente evidenciar: o excesso de superfícies reflexivas em um banheiro feminino nunca coibiu as mulheres de nele entrarem em bando. O elogio de uma amiga quanto a um corte de cabelo sempre tem mais valor que aquilo que se constata no cabelereiro. Aquele relógio caro, comprado as custas de muito trabalho e dívidas também está envolto na mesma lógica: não haveria sentido de usá-lo se ninguém mais o visse – ou se não existisse a fantasia de que o “tem” e pode “mostrar”. Enfim, tentamos ser aquilo que imaginamos que o outro vê.
Ser especial no olhar de um é radicalmente diferente de certo ideal de totalidade. Esse olhar de carinho, de conforto, de segurança, está longe de uma simetria perfeita: ele nos impele a seguir, a produzir, a amar. Assim como quando éramos crianças e nos permitíamos brincar de super-herói, passamos a vida tentando tornarmo-nos essa fantasia. Afinal, o que são os carros super-velozes, o ideal do executivo que passa sua vida dentro de um avião, do homem bem sucedido se não (nessa ordem) a super-velocidade do flashman, a capacidade de voar do homem de aço, ou a vida dupla do batman?
Nessa lógica, podemos passar parte da vida tentando corresponder aquilo que interpretamos que o outro quer de nós. Falacioso, sem dúvida. Ser humano é estar em permanente desencontro; não habitamos o corpo do outro, nem ao menos ele nos pertence. A pergunta sobre “o que este quer de mim” está destinada a ficar sempre sem resposta.

Essa interpretação do amor talvez seja um tanto pessimista, afinal, ela se estrutura em um fracasso. Talvez sua diferença quanto as outras abordagens surja justamente na possibilidade de refundar permanentemente uma ilusão que capacite o sujeito a perseguir esse olhar a partir de sua produção. Justamente por esse motivo que certos rituais – babacas aos olhos dos outros – adquirem tamanha densidade em um casal: uma pequena carona sem sentido pela garagem de um prédio, uma maneira de apertar a bochecha do parceiro, um pequeno beijo na testa. Esses gestos asseguram e dizem “tudo vai ficar bem, ainda estou aqui”.

Esse espelho pode ser perdido. Parte do esforço do luto é justamente reorganizar e rearranjar a própria vida para resgatar a imagem de um corpo que nos parece desintegrado. Choramos, nos desorganizamos, sofremos: mergulhamos momentaneamente no vazio da ausência do olhar do Outro. Para alguns, às vezes, somos como bebês chorões precisando de colo. Como somente em poucos casos podemos fazer uso da saída anoréxica – de manipular a própria imagem a partir da distorção do real -, várias outras se tornam pertinentes: provar certa virilidade em noites com milhares de mulheres, perseguir certo ideal de “vadia” que supostamente prescinde desse olhar, procurar a morte em um fundo de uma garrafa. Todas fadadas a retornar ao mesmo vazio. Mas se o fracasso é inevitável, qual diferença entre o amor e a perda desse amor, uma vez que ambos se tratam de perda?”. Creio que a resposta está em uma palavra que não foi usada a toa: produção.

Produzir o diferente. Isso é raro de encontrar. É aquela velha história por vezes tão insistentemente repetida: “todos os homens que me envolvi na vida acabaram me odiando”. Até que ponto a pessoa que chega a essa constatação não se encontra estagnada em uma posição que confortavelmente a impele a repetir sempre a mesma história? Tememos produzir o diferente porque ele nos é insuportável. Corresponder aquilo que imaginamos que o outro quer de nós – que acaba se materializando em objetos variados – é, ao mesmo tempo impossível, o que mais tememos, o que mais desejamos, do que mais nos afastamos: é a morte. Vivemos por que desejamos; só podemos desejar algo por que não o temos; procuramos encontrar no outro aquilo que nos falta; amamos por que queremos corresponder aquilo que imaginamos estar neste espelho que escolhemos e nos afastamos por que tememos de fato conseguir. A novidade, difícil de ser escutada quando se está tomado por uma repetição, é somente uma: é impossível responder a essa demanda que imaginamos. O trabalho de uma análise segue exatamente essa linha; devolver ao sujeito a questão: o que há de ti nessa cena que tanto repetes?

Existe outro ponto que cabe ser abordado. Não são todos os encontros que reeditam isso. Certos encontros fantasísticos catalisam um tipo de enlace inesquecível. Afinal, tudo aqui escrito acontece em duas vias. Todo encontro amoroso, quando “bem sucedido”, há um encaixe especial naquilo que tange aos objetos que imaginamos nos faltar em comparação ao ideal que temos. Normalmente tais “coisas” são de uma dificuldade ímpar de serem descobertas, trazidas à consciência. Elas manifestam-se naquilo que sentimos, no ponto em que a palavra falta. Certa vez um casal de amigos, na casa dos cinquenta, trinta destes juntos, me forneceu uma bonita resposta quando os perguntei como podiam estar unidos depois de tanto tempo: a resposta – toda vez que o vejo ainda sinto as borboletas.

O amor pode acabar? Sim, isso acontece. Espelhos se quebram, pessoas mudam, reposicionam-se. A imagem refletida se extingue, as borboletas fogem.

Assim como quebram, também se perdem. Por vezes a repetição fala mais alto que o desejo. O medo de uma morte impossível, de corresponder a esse ideal que sempre estará em falta, aniquila encontros que aproximam demais os sujeitos de seu próprio desejo. O que fazer após perder o espelho? Talvez um escrito como esse.

[Ice]

(apontamentos ortográficos são bem vindos)

[Biel]

tl;dr

[NITRO]

Amor com amor se apaga. OK também é um clichê, mas é uma verdade.
Você vai superar a separação e vai encontrar alguém.
Aproveita esse meio tempo, fica sozinho reavalia tudo que aconteceu e depois vai a luta.



PS: Era uma garota dessa vez? Mas você não era gay?

[maurocool]

ele era gay antes de ser gay virar modinha

[Inquisitor]

Nao li. Muito grande mas em todo caso...

VIADÃO

[Chronos]

força áice

[Mordred_X]

 

[_j5]

 

Salvei!

[Ice]

Precisa isso tudo? Ng é obrigado a ler e nem todos os tópicos são obrigados a ter reply.

[Ice]

Postado por NITRO

Amor com amor se apaga. OK também é um clichê, mas é uma verdade.
Você vai superar a separação e vai encontrar alguém.
Aproveita esse meio tempo, fica sozinho reavalia tudo que aconteceu e depois vai a luta.



PS: Era uma garota dessa vez? Mas você não era gay?

Gracias =)

Sou da teoria de que pessoas gostam de pessoas, para além do sexo =)
e sim, era uma garota... mto bonita por sinal...

[didz]

 

[mrfire]

Primeiro, qual tua idade, idade dela, qual o n.º dessa namorada e por ultimo, o que tu quer alcançar com esse texto?

[Tchesko]

Muito bonito o texto aisse, gostei, apesar de ter que reler várias vezes alguns pontos pra criar o link com pontos anteriores. Na minha situação atual do relacionamento me fez refletir bastante.
Tá de parabéns fofuxo(a)/whatever.

[Ice]

Conto com 30, muito bem remunerado e ela com 25, ainda estudando. Sexta namorada.

O objetivo é uma publicação popular e dps com a fundamentação teórica uma publicação na instituição psicanalítica que pertenço.
Eu seguido publico em alguns jornais aqui da província, não é nada extraordinário. Porém como to mto tomado ultimamente por esse luto, temo ter ficado mto piegas e tosco.

[Ice]

Postado por Tchesko

Muito bonito o texto aisse, gostei, apesar de ter que reler várias vezes alguns pontos pra criar o link com pontos anteriores. Na minha situação atual do relacionamento me fez refletir bastante.
Tá de parabéns fofuxo(a)/whatever.

Obrigado, fico bastante feliz de gerar esse efeito, mesmo =)
Lembra quais pontos? significa que está mal escrito...

[NITRO]

Não está mal escrito.
É que ficou muito longo. E num primeiro contato dá uma preguiiiiiiça.

[mojud]

Tudo que começa termina...



Sobre o texto, tá muito longo mesmo e em alguns momentos um pouco repetitivo, como quando vc usa dois ou três exemplos para ilustrar um ponto. Cortar é sempre difícil, mas tbm é um otimo exercício, procura sintetizar um pouco mais...

[DlGuiga]

[intel]

Flashman é seriado japones. O super heroi velocista é o Flash.

[SigSnake]

texto muuuuuito arrastado

[u3663]

Na boa.

Muito mal escrito.

[intel]

faltou minha opinião sobre o texto. Não gostei, a idéia dos espelhos não ficou clara. Demorou demais pra desenvolver e ficou embolado demais.

[rockafeller]

"muito bem remunerado" huaehuea

boa essa.

[tdf]

[ ] por o cd do Bruno e Marrone

[x] postar na DS

Nossa, eu tentei ler duas vezes, mas não tive saco... desculpa Ice... depois volto e tento de novo tentando um post agregador hauehaue

[roadster]

vira home porra

[Aqualure]

Achei o texto muito embolado, porem entendo perfeitamente teus sentimentos, use e abuse da teoria clichê que amor cura-se com outro.

Eu sai de um relacionamento de 7 anos e não foi fácil, por que havia investidas da ex para que eu retornasse sempre que possível para fazer aquele remember, só que eu já estava cansado de ser tratado como cachorrinho, então dei um basta arrumando uma pessoa que realmente gosta de mim e que cuida pra caraca que é o mais importante.

Força velho e melhoras

[kuidow]

Postado por _j5

[IMAGEM]

Salvei!

SALVOU!

[kuidow]

Postado por tdf

[ ] por o cd do Bruno e Marrone

[x] postar na DS

Nossa, eu tentei ler duas vezes, mas não tive saco... desculpa Ice... depois volto e tento de novo tentando um post agregador hauehaue

HUAHUAUHAHU

[Fourgado]

gay