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fagmin
 

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Default O Voo de Nicolelis

13-06-14, 12:34 #1
Um contraponto, ja vi um texto dizendo que justamente por essas dificuldades que o grande foco hj em dia seria a reconstrucao da (em geral) medula danificada com o uso de celulas tronco.

O VOO DE NICOLELIS | piauí_93 [revista piauí] pra quem tem um clique a mais

No dia 12 de junho, o neurocientista Miguel Nicolelis pretende demonstrar em público, pela primeira vez, um projeto que vem desenvolvendo nos últimos anos. Se o roteiro for cumprido, um jovem paraplégico dará o pontapé inicial na cerimônia de abertura da Copa do Mundo, antes do jogo entre Brasil e Croácia. Ele caminhará com a ajuda de um exoesqueleto – uma espécie de armadura que revestirá seus membros inferiores – comandado pelo pensamento

Fã declarado do inventor Alberto Santos Dumont, em vários aspectos Nicolelis tem trajetória comparável à de seu ídolo. Ambos nasceram em famílias de condição financeira confortável, saíram do país relativamente cedo e fizeram carreira no exterior. Em comum, ainda, o gosto pela fama e por desafios. Para homenagear o aviador mineiro, o cientista paulistano batizou seu exoesqueleto de BRA-Santos Dumont 1.

O voo do 14-Bis, realizado diante de uma numerosa plateia em Paris, em 1906, fez de Santos Dumont o pai da aviação – paternidade provisória na França e definitiva no Brasil. Para o resto do mundo, porém, os inventores do avião são os irmãos americanos Orville e Wilbur Wright, que três anos antes do brasileiro haviam voado com o Wright Flyer I.

Os defensores de Santos Dumont alegam que o invento americano não alçava voo por meios próprios, dependia de uma espécie de catapulta. Não foi o brasileiro, porém, o pioneiro da decolagem autônoma. Os próprios irmãos Wright fizeram isso em seus primeiros voos, em 1903, antes de adotar a catapulta, e há relatos de que foram precedidos por ao menos três outros pioneiros da aviação.

Santos Dumont tinha controle apenas limitado sobre os movimentos do 14-Bis, cujos voos eram pouco mais que saltos em curta distância. O avião percorreu 220 metros em linha reta em seu trajeto mais longo, que durou 21 segundos. Antes disso, os irmãos Wright já haviam realizado percursos de quase 40 quilômetros, em voos circulares que lhes possibilitavam retornar ao ponto de partida.



Miguel Nicolelis costuma equiparar o objetivo que persegue a colocar um homem na Lua. Mas, assim como ocorreu com Santos Dumont, é possível que ao alcançar seu destino lá encontre algumas bandeiras já fincadas. Vários grupos em todo o mundo estão aprimorando exoesqueletos para incrementar a mobilidade de deficientes físicos. Alguns se encontram em estágio avançado. Uma paraplégica britânica foi capaz de completar uma maratona (42 quilômetros, no decorrer de dezesseis dias) utilizando um traje da empresa israelense ReWalk. Pelo menos onze grupos criaram protótipos já testados em humanos e com resultados divulgados em revistas científicas. Quatro exoesqueletos estão disponíveis comercialmente.

Nenhum deles, porém, usa sinais cerebrais do próprio sujeito para ativar o exoesqueleto, como propõe Nicolelis. Embora a voltagem produzida por um neurônio seja pouco expressiva se considerada individualmente, o conjunto dos bilhões de células do cérebro humano produz um sinal forte o bastante para ser captado por sensores acoplados ao couro cabeludo. Conhecida pela sigla EEG – de eletroencefalograma –, essa é a técnica que está na base do funcionamento do BRA-Santos Dumont 1.

Nicolelis costumava fazer pouco caso desse método. Ao longo da carreira, ele sempre defendeu o uso de centenas de eletrodos implantados diretamente no cérebro – um método invasivo, mas capaz de captar um sinal potencialmente muito mais rico. Como seu plano inicial era utilizar essa técnica para comandar o exoesqueleto, a mudança de rota surpreendeu alguns colegas. A razão para tal reviravolta provavelmente esbarra no limitado prazo que ele mesmo estipulou ao anunciar a demonstração na Copa, e nas dificuldades éticas e práticas impostas pela opção do método mais invasivo.

Outros pesquisadores já desenvolveram com sucesso exoesqueletos controlados por EEG. Um dos primeiros, chamado Mindwalker, foi criado pelo francês Guy Chéron, da Universidade Livre de Bruxelas. “Com pequenas adaptações”, ele relata, seu protótipo “seria capaz de dar alguns passos e chutar uma bola”. José Luis Contreras-Vidal, da Universidade de Houston, desenvolveu um exoesqueleto, o NeuroRex, movido por EEG e já testado num paciente paraplégico – os resultados foram publicados no ano passado. O NeuroRex poderia estar no Itaquerão em junho. “Eu estaria disposto a mostrá-lo na Copa do Mundo, juntamente com o protótipo de Nicolelis”, disse Contreras-Vidal.



Estudos clínicos com humanos comprovaram que o EEG permite distinguir de forma confiável entre apenas dois ou três comandos cerebrais diferentes. Como o movimento preciso das pernas exige uma gama bem mais complexa de instruções, o paciente que usar o BRA-Santos Dumont 1 terá apenas um controle rudimentar do exoesqueleto, com comandos do tipo “para a frente”, “parar” e “chutar”. Controles mais sofisticados, como o do equilíbrio e da velocidade, provavelmente estarão a cargo de softwares instalados na armadura.

Ainda não está claro como o exoesqueleto será capaz de reagir aos imprevistos do cotidiano. “O que aconteceria se uma rajada de vento movesse a bola 3 centímetros para a direita segundos antes do começo da demonstração?”, provocou o neurocientista Andrew Schwartz, da Universidade de Pittsburgh, numa entrevista recente à revista MIT Technology Review. “Tudo que você vai ver será uma demonstração de robótica, não de controle cerebral, provavelmente pré-programada.”

Mas muito do que se diz sobre o BRA-Santos Dumont 1 são especulações. Nicolelis não submeteu resultados dos seus testes mais recentes à avaliação dos colegas na literatura científica: é no Facebook que ele tem apresentado as novidades do projeto financiado com 33 milhões de reais de recursos públicos. O cientista se recusou a dar entrevista a piauí.

Na abertura da Copa, Nicolelis exibirá o exoesqueleto para uma grande plateia, assim como Santos Dumont 108 anos antes. O protótipo deverá maravilhar o público, embora ainda não tenha aplicação prática, nem ofereça grande controle ao usuário. O BRA-Santos Dumont 1e o 14-Bis foram projetados não para proporcionar um método confiável de locomoção em longas distâncias, mas sim como uma demonstração de que um dia isso seria viável. Santos Dumont provavelmente desconhecia detalhes dos inventos dos irmãos Wright e tinha motivos para se julgar um pioneiro. Mas Nicolelis vai decolar consciente de que outros o precederam nessa corrida.





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SsjGohan
Trooper
 

13-06-14, 12:48 #2
putz olha isso
 


Sinceramente,
Ok q já existe isso no resto do mundo.
Mas só de fomentar uma futura indústria brasileira nesse campo já está ótimo.
Quem sabe conseguimos maiores avanços.
E no fundo não existe NADA q já não tenha sido copiado

Mas desde q ele não diga q é td invenção dele.
Ele poderia muito bem ter trabalho APENAS no melhoramento da interface, q parece ser superior a dos outros, e deixar a robótica para os outros.
Mas de novo sinceramente prefiro q façam td aqui mesmo.
Produzir e inventar td daqui mesmo.
Nem q seja como a china e copiar ahuahu

SsjGohan is offline   Reply With Quote
Jeep
fagmin
 

XFIRE ID: ds-jeep Steam ID: jeep_ds
22-08-15, 11:48 #3
http://portalnoar.com/tcu-acusa-grav...governo-do-pt/

TCU acusa ‘graves irregularidades’ em parceria de Nicolelis e governo do PT
Instituto do neurocientista captou recursos públicos e agora quer se apropriar da produção intelectual. TCU julgará legalidade da parceria, feita com a UFRN

[SPOILER]
A controversa figura do neurocientista Miguel Nicolelis coleciona glórias e desafetos mínimos incapazes de atingir a áurea de saber e respeito que tem transmitido à comunidade internacional. Desde que fincou bases científicas em Natal, Nicolelis tem conseguido alcançar o apogeu de sua carreira com a milionária ajuda dos governos do PT, com quem é alinhado e para quem pediu votos em 2014. De 2004 para cá, ele apresentou ambiciosos projetos na área da neurociência que o catapultaram para o ranking dos 20 cientistas mais importantes do mundo na atualidade, conforme a ‘Scientific’. A vitória consolidou a imagem de um pesquisador brasileiro de reputação ilibada, comprometido apenas com o progresso intelectual de seu país. Mas documentos obtidos com exclusividade pelo Portal No Ar desmontam essa versão.

Relatório de auditoria do Tribunal de Contas da União expõe que a trajetória de apogeu de Nicolelis está alicerçada em ‘graves irregularidades’ através de financiamento público na parceria que estabeleceu desde 2004 com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Para compor o caso, o TCU colecionou mais de 1.500 páginas de documentos e compilou outras 200 no processo cuja relatora é a ministra Ana Arraes.

Até para o TCU ficou confuso analisar a relação que o governo federal firmou com Nicolelis através da UFRN por causa da confusão patrimonial e jurídica que marcam os institutos comandados pelo neurocientista. Apesar disso, o relatório pede atenção aos ministros da Corte porque o Instituto Santos Dumont (ISD), controlado por Nicolelis, é beneficiário de um acordo de R$ 247 milhões que deverão ser repassados até dezembro de 2017 para o Campus do Cérebro, na região metropolitana de Natal. Até agora, R$ 29 milhões foram liberados – apenas para esse contrato que é alvo da auditoria, o que não inclui, por exemplo, os R$ 57 milhões já consumidos em outra etapa das obras.

Dos achados da auditoria, depõe contra o neurocientista o que o TCU considera ‘uma afronta ao interesse público e à ideia de desenvolvimento nacional': Nicolelis, depois do aporte de dezenas de milhões de reais de dinheiro público, fez um novo contrato, com a anuência da UFRN, em que reivindica para o ISD a propriedade intelectual do que for produzido no Campus do Cérebro.

O chute dado na UFRN só veio depois das estruturas do Campus do Cérebro, em Macaíba, estarem bem avançadas. Até 2014, a relação do neurocientista com a universidade se dava através da Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa (Aasdap). No ano passado, no entanto, através do ISD, foi firmado o contrato de gestão sobre o qual agora o TCU se debruça. Nessa nova configuração, a universidade foi relegada ao mero papel de interveniente das obras e gestora de uma unidade de saúde dentro do Campus do Cérebro.

“A despeito de a UFRN sustentar que ‘ainda existe intercâmbio com as entidades pactuantes na área de saúde […], não pode ser ela reduzida a interveniente de obras. Aliás, a própria Universidade confirma seus impedimentos de acesso e uso de equipamentos”, descreve o relatório, denunciando ainda o “alijamento da UFRN de todo o processo de negociação, elaboração e propositura do Contrato de Gestão (CG)”, o que permitiu “a contratação sem qualquer compartilhamento da propriedade intelectual e licenciamento que porventura vierem a ser fruto da parceria. Como visto, no processo que antecede ao Contrato de Gestão, a UFRN só foi chamada praticamente a assinar o CG”.

Por que a UFRN, por quem foi canalizada os milhões de reais que deram visibilidade aos projetos de Nicolelis, cedeu a esse acordo é uma incógnita, bem como os critérios que levaram o governo federal nas gestões de Lula e Dilma a designar os institutos de Nicolelis como os beneficiários dos projetos. Tal questão não foi excluída da auditoria, que trata como ‘impropriedade’ o que designa ‘fragilidades na justificativa do MEC para a escolha do ISD’.

Em dezembro de 2014, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBCP), entidade que representa a comunidade científica brasileira, questionou o Ministério da Educação sobre quais critérios foram adotados para o instituto de Nicolelis ter sido abençoado com um contrato de R$ 247 milhões para o Campus do Cérebro. À época, o MEC não prestou informações. Agora, o TCU foi atrás, mas permanecem as dúvidas.

“A justificativa veio na forma de dois parágrafos em nota do MEC. Entende-se que a magnitude do projeto, o volume de recursos e as dúvidas lançadas por parte dos veículos midiáticos a respeito do ISD, sempre atrelando o nome do Prof. e Presidente do Instituto, Dr. Miguel Nicolelis, como tendo sido favorecido em detrimento do princípio da impessoalidade, robustecem a necessidade de maiores explicações”, registra o relatório.

Na nota enviada ao TCU, o MEC afirma que não havia outra organização social qualificada para a contratação. Para a Corte de Contas esse argumento é frágil, razão pela qual o tribunal pede que o Ministério da Educação apresenta justificativa plausíveis e compatíveis “com a magnitude do projeto e dos recursos angariados”. Ao longo do relatório, os técnicos do TCU fazem questão de pontuar o valor que está em jogo (R$ 247 milhões) como forma de alertar os ministros do Tribunal de Contas da União. Uma das razões para esse temor é que se descobriu que “não há nenhuma comprovação técnica e econômica que demonstre e justifique o aporte de tanto dinheiro”. Ainda assim, o governo federal assinou o acordo.

Confusão

Para chegar ao cerne das irregularidades, os técnicos do TCU precisaram primeiro destrinchar o emaranhado de entidades e instrumentos jurídicos sobrepostos. A análise remonta a 2004, quando a Aasdap firmou termo de parceria com a UFRN para o ‘Programa de Trabalho Campus do Cérebro’. O projeto original pretendia criar o Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN).

Ao longo do tempo, a ideia foi sendo alterada à medida que o projeto inicial se tornava realidade. A representação da UFRN na relação com a Aasdap se deu através do Instituto de Cérebro, comandado por Sidarta Ribeiro, que rompeu com Nicolelis em 2011 e denunciou o que agora o TCU se propõe a investigar. Nesse fogo cruzado, a UFRN ficou como parte legítima do contrato com a Aasdap ao mesmo tempo em que financia o Instituto do Cérebro e firmou um novo contrato com Nicolelis, dessa vez através do ISD.

“Os termos jurídicos forma firmados com instituições privadas distintas, cada qual com seu formato de administração: Aasdap e ISD, ambas presididas por Miguel Nicolelis. […] O que se tem de concreto quanto à atuação dessas entidades é um conjunto de indícios e evidências que apontam para uma completa confusão patrimonial, funcional, administrativa, organizacional, estrutural e jurídica, de complexo entendimento e assimilação, dadas as múltiplas atividades dessas instituições”. Para os técnicos do TCU há temeridade nesse quadro na medida em que ele pode permitir “desvios de recursos”.

Outro lado

Ao TCU, os citados se manifestaram justificando os atos investigados. A UFRN negou que a reitora, Angela Paiva, tenha sido negligente. Explicou que procurou a Aasdap para rescindir as relações. O ISD ponderou questões técnicas das obras. Ao TCU, Nicolelis alegou compromissos no exterior e não se manifestou. Todos os citados também serão procurados pelo portalnoar.com. A integra do relatório pode ser consultada no link abaixo.

https://drive.google.com/file/d/0B76...ew?usp=sharing


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