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Sabbath
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Thumbs up O drama da classe média.

05-05-05, 17:43 #1
O drama da classe média

Marcio Pochmann


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Após uma semana atribulada com a preparação e entrega da declaração do imposto de renda à Receita Federal, há condições de se avançar numa simples avaliação acerca da condição dramática em que se encontra a classe média no Brasil. O contraste entre os ganhos de renda do ano passado e a evolução patrimonial acrescida de despesas básicas com educação e saúde ofereceu não apenas a base para a incidência de mais ou menos impostos.



Certamente, o ato de entrega da declaração do imposto de renda também corresponde a um certo balanço da vida pregressa, bem como uma referência necessária a respeito de uma projeção futura. E isso possui uma dimensão política da mais alta relevância, na medida em que cerca de 20 milhões de famílias submetem-se individualmente a uma espécie de análise coletiva de sua inserção no país.

Inquestionavelmente, toda a filosofia de vida dos estratos médios de renda tende a se fundamentar no ideário da ascensão social. Em outras palavras, a contínua busca tanto da elevação de sua participação relativa nos bens e serviços da sociedade como no maior nível de prestígio e status social.

O ciclo de industrialização nacional, entre as décadas de 1930 e 1980, representou o verdadeiro apogeu da classe média brasileira. A expansão dos negócios urbanos, sobretudo daqueles estimulados pela grande empresa produtora de bens e de serviços de qualquer natureza, difundiu segmentos intermediários de assalariados, na maior parte das vezes não proprietários e oriundos de níveis de baixo rendimento.

Aliada à expansão dos empregos de maior salário, ocorreu também um conjunto de políticas públicas favoráveis às classes médias. Destaca-se, por exemplo, a ampliação oferta de educação pública superior e do crédito direto ao consumo de bens duráveis (eletrodomésticos) e de maior prazo para a compra de moradia (Banco Nacional da Habitação) e automóvel.

Tudo isso contribuiu para a enorme ascensão na escala social da classe média assalariada e não proprietária. Ao todo ela chegou a representar quase 40% de toda a população nacional.

Desde a década de 1980, contudo, a classe média passou a conviver com o crescente drama da sua reprodução social. Especialmente nos anos 90, com a adoção das políticas neoliberais de abertura comercial e financeira, houve a regressão no emprego dos estratos médios de renda.

Na empresa privada, os novos modelos de gestão da mão-de-obra empurraram parcela crescente da classe média do regular e relativamente estável emprego assalariado para o trabalho autônomo instável e irregular. No setor público, a privatização das empresas estatais e a terceirização na administração direta degradaram o pouco do emprego de classe média que restou.

Com isso, o crédito tornou-se uma armadilha, enquanto os planos de saúde e previdência um embuste quanto às condições mais favoráveis no futuro. Nas regiões menos industrializadas, com menos emprego assalariado dependente do setor privado, o enxugamento da classe média parece ter sido maior. Mas nos grandes centros urbanos, a demanda de trabalho com renda mais elevada entra em contradição com a existência verdadeiras levas de oferta de mão-de-obra de elevada escolaridade.

Assim, a educação, que no passado representava um diferencial importante à ascensão da classe média no interior do mercado de trabalho, deixou mais recentemente de ser o elemento decisivo ante a existência de uma grande massa de candidatos de maior escolaridade. Ademais, são escassas as políticas públicas favoráveis às classes médias no Brasil, salvo aquelas que decorrem tanto da elevação tributária sobre o consumo e renda como das tarifas públicas e preços administrados.

Ainda restam, todavia, os serviços de baixos rendimentos que garantem aos estratos intermediários uma certa comodidade econômica e prestígio social. Mas diante da crescente proletarização que atinge a classe média, diante da difusão de poucos empregos e contidos salários, os serviços tornam-se relativamente mais altos, tornando-os distantes da perspectiva da ascensão e prestígio social.

Um drama ainda maior encontra-se justamente no desemprego e/ou precarização das ocupações dos filhos da classe média. Estes, mesmo com maior nível educacional, geralmente superior ao dos seus pais, têm pela frente enormes bloqueios à reprodução da ascensão social. Que a análise da situação patrimonial das famílias de classe média, que resultou da declaração de renda, não seja um fato isolado e passivo de quem se submeteu ao envio das informações à Receita Federal. Uma ampla reflexão governamental não seria fora de hora, considerando as oportunidades e desafios que possui para ajudar na superação do atual drama que atinge a classe média brasileira.





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Sabbath
R2D2
 

Steam ID: ssabbath
05-05-05, 17:44 #2
Bom, fazendo uma analise ai nos Negritados no texto, eu tirei as seguintes conclusões/questões:


- Interessante isso que ele falou sobre o ideário da classe média, é óbvio que é a ascenção social, mas porra, sei lá, como "classe média" posso falar que procuro viver melhor, mas Status social, porra, EMERGENTE é a mãe! aeIHIEah Só por comentar mesmo, achei legal essa visão... quais são as visões das classes! :P Queria saber qual é a visão da ALTA sociedade! :P Simplesmente não perder né?! ehhee

- Então ali o culpado da "merda" que nos encontramos é a "reprodução social" e a política adotada nos anos 90?! Só?! ehioehioAEHa

- É o que eu falo, não tem dinheiro que não se prepara, quem não estuda, só se fode quem fica na vidinha sem perspectivas de "crescer" em uma só empresa! É foda, que se você fica pulando muito de empresa (meu caso) suja um pouco o currículo... tem muitas empresas que rejeitam isto, mas ai no fundo elas só querem saber de sugar sugar sugar!

- Vejo pessoal formando aqui em UDI e só tomando no rabo, na hora de conseguir um emprego 1000+ os caras só se fodem mesmo! Estes dias mesmo apareceu um pé na cova formado em Sistemas de Informação aqui na empresa pra ganhar 420... foi dispensado ( o cara era ruim de serviço e não pagou a coca cola!)... ainda bem que eu não formei! aeIHEAih Eu ia estar meio desesperado! :/ heehhe

- Estamos FODIDOS!




Fonte: http://agenciacartamaior.uol.com.br/...coluna=boletim MUITO BOM O SITE!

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Thuty
Trooper
 

Gamertag: Thuty Lopes Steam ID: Heriva
05-05-05, 17:58 #3
Isso é Brasil meu amigo, tudo pode acontecer.

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jacu
Trooper
 

05-05-05, 17:59 #4
Concordo com o que vc falou ali
se fode mais quem não se prepara
neguinho que é burro e ignorante e não quer saber de se preparar e depois reclama que não tem emprego pra ele
lógico, gente burra tem de sobra
mas no geral tá uma m tb, mesmo pra quem se prepara... agora, quem não se prepara se fode mesmo, e merecidamente (obvio que há exceções)

ah a política do país...
a filosofia aqui deste país não é nem tirar dos ricos pra dar pros pobres
é tirar da classe média pra dar pros pobres
e o Lula (na verdade o Dirceu, o Lula é só a marionetezinha, dá até pra ver umas cordinhas) é o maior expoente dessa filosofia... ele e os partidinhos que se dizem "do povo" e que nada mais são que um bando de incompetentes despreparados que buscaram atalhos no alpinismo social...

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