Pobre gosta de segurança. Quem gosta de traficante é sociólogo

[Jeep]

Pobre gosta de segurança. Quem gosta de traficante é sociólogo1.

http://nemersonlavoura.blogspot.com/...-gosta-de.html


Novamente o tema da ocupação de favelas cariocas por "milícias particulares" volta à tona. Inicialmente numa reportagem da edição de domingo retrasado do jornal O Globo, e agora por causa dos atentados terroristas praticados hoje por marginais cariocas. Segundo o Secretário de Administração Penitenciária do Rio, Astério Pereira, os atentados seriam uma resposta dos traficantes à ação das "milícias" que vêm expulsando os traficantes das favelas da cidade. Fosse isso verdade, seria mais uma prova da eficiência das tais milícias. Só que é mentira. Os bandidos estão apenas fazendo uma demonstração de força para o novo governo estadual. Eles querem principalmente manter as regalias que desfrutam na cadeia (drogas, celulares, mulheres e umas "escapadinhas" de vez em quanto), regalias obtidas à base de acordos secretos com o governo estadual, e que garantiram a "paz" nas cadeias cariocas enquanto São Paulo era sacudida pelos atos de terror do PCC. Já do lado de fora das cadeias...
Em toda troca de governo é assim. Quando a Benedita assumiu o Governo no lugar do Garotinho em 2002, aconteceu a mesma coisa - ônibus queimados, comércio fechado, policiais atacados. E a nulidade da Bené tratou logo de entrar em acordo com a bandidagem, o que "milagrosamente" arrefeceu o ímpeto dos meliantes. O mesmo fenômeno repete-se agora, e Sérgio Cabral, o novo governador, já piscou para os criminosos, dizendo que vai manter Astério Pereira no cargo. Ou seja: a boa vida vai continuar, pessoal, vocês não precisam se estressar! Mau sinal, cariocas, mau sinal.

***

Em relação às "milícias" que tanto "preocupam" a Rede Globo, eu já disse tudo o que tinha a dizer num post escrito em janeiro, ou seja, há quase um ano. Vou reproduzi-lo abaixo, pois acho que ele ainda é bem atual, mas antes deixe-me ressaltar duas ou três coisinhas:

1- Quando eu escrevo um post como esse, sempre aparece uma boa alma para dizer que "a violência deve ser monopólio do Estado", ou algo nessa linha. E as boas almas estão certas - até um certo ponto, pois se o Estado extrapola seus limites, ou, ao contrário, se ele inexiste na prática, então os cidadão devem ter o direito de recorrer à violência para se defender. E é exatamente este segundo caso que ocorre nas favelas cariocas, onde o Estado há muito tempo abandonou a população mais pobre à sua própria sorte - e aos caprichos mortais dos traficantes.
2- Sim, é óbvio que eu preferiria que a polícia e a Justiça resolvessem o problema da criminalidade. Só que isso jamais vai acontecer. Quem mora no Rio de Janeiro sabe do que eu estou falando: ninguém mais por aqui acreditava mais que o domínio do tráfico nas favelas pudesse um dia acabar. Ele passara a fazer parte da "paisagem". O sucesso das milícias ao combatê-los surpreendeu a todos nós (o que prova, mais uma vez, a superioridade absoluta da "iniciativa privada" sobre o Estado, hehe)
Desta forma, as comunidades faveladas possuem, na verdade, apenas duas opções: as milícias ou os traficantes. Não há uma terceira. E aquelas comunidades já mostraram claramente a sua preferência, e as milícias não param de se expandir pelas favelas.
3- Eu já havia dito no post aí embaixo, e repito agora, que a raiva que a Globo tem das tais "milícias" deve-se exclusivamente ao fato de que elas exploram o rico filão da "TV a gato", isto é, elas pirateiam o sinal da NET (o que é um crime, obviamente).
4- Por fim, é claro que vários dos membros das tais "milícias" também praticam crimes, e blá-blá-blá blá-blá-blá. Mas eles são bem "menos piores" do que os traficantes, sem sombra de dúvida. Se algum riquinho progressista morador de condomínio policiado por milícias de seguranças particulares e possuidor de Mercedes blindada não concordar, eu sugiro que vá morar uns meses num morro dominado por traficantes. E leve a sua família, para que todos vejam como é bom.

Enfim, lá vai - em azul - o texto de um ano atrás:

[Jeep]

Milícia para quem precisa de polícia



Certa vez tive de ir a Jacarepaguá, bairro da Zona Oeste do Rio, para uma festa de aniversário infantil. Na hora de ir embora, já no início da noite, bateu aquela dúvida comum a todo carioca: "E agora, qual é o caminho menos perigoso para voltar para casa?" O mais rápido, explicaram-me alguns, seria passar pelo meio da favela de Rio das Pedras para alcançar mais rapidamente a Barra da Tijuca. Dali, eu seguiria para a Zona Sul, passando pelos lugares perigosos de sempre (Túnel Dois Irmãos embaixo da Rocinha, etc). Mas passar pelo meio de uma favela enorme, num carro com minha mulher e minha filha de um ano e seis meses? Não seria loucura demais, não ?


Foi aí que a dona da casa onde estávamos interveio, dizendo calmamente: "Vá pela avenida que passa pelo meio da favela de Rio das Pedras. Não é apenas mais rápido. É também muito mais seguro" . Depois explicou: em Rio das Pedras havia uma "polícia mineira" ou coisa parecida, que tinha expulsado ou matado TODOS os traficantes do lugar. Não há tráfico em Rio das Pedras, e o índice de criminalidade na favela é mais baixo do que na maioria dos bairros da Zona Sul da cidade (isto é realmente impressionante, principalmente porque Rio das Pedras fica ao lado da Barra, bairro de classe média alta, cheio de mauricinhos e patricinhas cheiradores de pó. E mesmo assim não há um traficantezinho só na favela, que é enorme!).


Como este era também o caminho mais fácil, eu criei coragem e segui, ressabiado, em minha "aventura" pela favela. Sábia decisão. Ruas recém-asfaltadas, comércio funcionando a pleno vapor, pessoas passeando ou sentadas em cadeiras à beira da rua, conversando, semblantes tranqüilos, paz total - creio que Rio das Pedras foi o trecho mais seguro da volta para casa (no entanto, é claro que eu, como bom carioca e brasileiro, não relaxei em momento algum).


Eu lembrei deste episódio ao ler, hoje, a manchete principal do jornal O Globo: "Milícias armadas tomaram 72 favelas do tráfico no Rio". Segundo a reportagem, grupos liderados por policiais ou ex-policiais militares estão "vendendo proteção" e expulsando traficantes de 72 comunidades das regiões de Jacarepaguá, Barra, Pedra de Guaratiba, Conjunto Nova Sepetiba e Zona da Leopoldina. É óbvio que, como sói acontecer nestes casos, o tom da reportagem é de "indignação" com mais este "desrespeito ao estado de direito".


[pequena digressão: quando comecei a ler a matéria, pensei logo que este tom fingido de indignação seria apenas mais uma demonstração de hipocrisia do esquerdismo-zona-sul que domina o jornalismo brazuca. Lêdo engano. Logo no segundo parágrafo aparece a verdadeira causa da revolta da Globo: as "milícias armadas" estão montando centrais clandestinas de TV a cabo, conhecidas como "TV a gato", que já possuiriam mais de "600.000 usuários no Rio". Ou seja, o que preocupa a Globo (e com razão)é o roubo do sinal da NET - só que ela tenta envolver esta questão numa aura politicamente correta de combate à "opressão" das polícias mineiras.]


Ora, se fôssemos todos um pouco menos hipócritas, e se estas "milícias" forem todas como as de Rio das Pedras, deveríamos é bater palmas para a expansão destes grupos por outras favelas, pois são estas "milícias" que estão salvando os favelados do terror do tráfico. É óbvio que toda pessoa normal (entre as quais eu ainda me incluo) prefere que o Estado detenha o monopólio da violência, e que somente a polícia exerça o ofício de prender ou matar traficantes. Só que a polícia já mostrou há muito tempo sua incapacidade em cumprir este papel. Além disso, os políticos abandonaram a população à sua própria sorte, ignorando solenemente o tema do combate à criminalidade. A própria sociedade já entregou os pontos, e vem aceitando o inaceitável e convivendo com o insuportável. E, mais grave ainda, parte do Poder Judiciário e da população mais abastada vêm se solidarizando abertamente com os criminosos.


Desta forma, quando uma determinada comunidade, abandonada pelo poder público e pelo restante da população, busca o auxílio de uma "milícia armada" para defendê-la - e essa milícia paralela, ao contrário da oficial, funciona -, o mínimo que nós deveríamos fazer é parabenizar estas pessoas por terem se mobilizado para resolver seus problemas, em vez de ir docilmente para o matadouro. Pedir que a polícia combata estas "milícias privadas" é hipocrisia em estado puro, pois seu fim acarretaria o retorno imediato do reinado de terror dos traficantes. Para quem mora nos bairros ricos ou de classe média, é fácil se indignar com a existência de "milícias particulares". Não são eles que vão ter de conviver diariamente com os horrores do tráfico e da bandidagem em geral.


É até engraçado ler, na reportagem, a opinião de gente como o incompetente ex-secretário nacional antidrogas Walter Maierovitch. [outra digressão: é sempre cômico ver gente que já trabalhou para o governo em determinada área e não fez merda nenhuma - ou fez muita merda - vir posteriormente pontificar na imprensa sobre assuntos desta mesma área]. Maierovitch, que vive citando como um papagaio a "operação mãos-limpas" italiana, mas que nunca teve coragem de lutar por algo semelhante quando esteve no governo, comparou as ditas "milícias" à máfia italiana. Ora, a máfia cobrava uma taxa dos comerciantes para protegê-los dela mesma. Quem não pagasse era morto ou tinha seu estabelecimento destruído. As "milícias" cariocas podem até adotar represálias para quem não contribui, entretanto elas oferecem proteção contra um perigo real: a bandidagem. Elas oferecem (ou impõem, que seja) um serviço, mas cumprem suas obrigações direitinho. Entregam o que prometem.


Quem age como a máfia é o Estado. É ele que cobra uma "taxa de proteção", sob a forma de impostos exorbitantes, que só protege contra ele mesmo. Se você não pagar, O Estado também adotará represálias - a não ser que você seja amigo de algum capo governamental. Esta é a máfia tropical.Portanto, senhores, menos hipocrisia, por favor. Ofereçam segurança à população, ou deixem as "milícias" em paz.


PS 1: O fenômeno das "milícias particulares" mostra também outra coisa: a eterna supremacia da iniciativa privada sobre a estatal. Os mesmo policiais que fazem corpo mole quando trabalham para o Estado são de uma eficiência ímpar quanto trabalham "por conta própria". E por que deveria ser diferente? No emprego oficial, os policiais ganham um salário ridículo para arriscar a vida na defesa de uma sociedade que os despreza. No bico particular, recebem o reconhecimento que interessa a todo mundo: dinheiro.


PS 2: Aliás, a ação das "milícias" também prova que criminalidade se combate com repressão, o resto é papo furado. Medidas sociais são para a população honesta, e só muito indiretamente ajudam no combate à criminalidade. E mais: quando trabalham para o Estado, os policiais prendem e os juízes, cheios de "consciência social" e "idealismo", soltam logo em seguida. Quando trabalham para as "milícias", os mesmos policiais mandam estupradores e assassinos para os braços de Satanás. É só olhar para a favela de Rio das Pedras para verificar qual das duas políticas funciona.(Haverá quem leia isto e diga, sem parar para pensar: "Ah, este é mais um troglodita de direita!". Paciência. Tem gente que se recusa a enxergar a realidade, mesmo quando ela está na sua cara. Que façam psicoterapia!).

PS 3: Apesar de tudo, eu também sou a favor do "monopólio estatal da violência", do "devido processo legal", etc, etc, etc. Só que o Estado brasileiro já perdeu o monopólio da violência há muito tempo - e perdeu para os bandidos. Quando isto acontece, a população começa a tentar se defender do jeito que pode. Neste caso, impedir a população de se defender é crueldade pura e simples - típica de gente que se acha muito progressista e solidária. E eu já não tenho mais paciência com este tipo de gente, que vive em condomínios fechados e não sai da Zona Sul.

[rini]

jeep. ta td bem explicadinho neste seu post..
deixar nossas vidas nas mãos apenas do Estado é burrice..
infelizmente chegamos a esse ponto... temos que admitir que é preciso fazer alguma coisa para fugirmos dessa opressão que a violência nos impôe...
precisamos aplaudir e torcer para que os "bonzinhos" ganhem essa guerra e depois da guerra ganha, q não virem a casaca..

[matheus]

bom, discutindo o post.

sinceramente, toda vez que eu vejo um texto ou um comentário sobre essas mílicias sendo montadas, para mim soa como mentira, sei lá, algo meio utópico dimais.

não sei se alguem por aqui pode confirmar que exista isso realmente, ou que essas milícias realmente expulsem, matem ou qualquer outra coisa contra os traficantes ou pessoas que "afetem" a segurança do morro.

caso isso realmente aconteça, nada mais que tendência natural da sociedade, isso já foi feito uma vez, e se nessa primeira vez montaram os governos (oficiais), pela falta de um, estão montando novamente.

não duvido muito que será instuido (ou talvez até já tenha), dentro destas comunidades, lideres ou cargos internos relacionados ao bem-estar da comunidade e tudo mais.

desta forma, resolve-se um problema local, o que pode acontecer é que o grupo ou favela que não se organizar, reclamarão e dirão que são excluídos da sociedade.

vá lá na rocinha (uma favela bem organizada e bem estruturada) e veja se eles lá agora se consideram "marginais", para eles agora rocinha é cidade e eles "participam" ativamente dela.

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mudando de assunto, é impressão minha ou cada vez mais ta pipocando críticas e mais críticas a tv globo e todo este cartel de jornalismo brasileiro?

[Zedd]

Lá vamos nós começar um ciclo de grupos de poder paralelo tomando o poder de outros grupos de poder paralelo.

Mais uma vez: poder paralelo se resolve com investimento em educação ou ditadura. Só que a primeira opção fez só 3% dos votos...

[Jeep]

Sei nao zedd, educacao eu comeco a achar que é superestimada, ta cheio de doutor que teve todo o estudo do mundo e so quer saber de roubar, da mesma forma vc pega um monte de gente que trabalha que nem burro de carga e mal consegue assinar o nome e que nunca fez nada errado. Obvio que seria otimo que todos fossem alfabetizados e tivessem acesso a educacao, nao discuto isso, so nao acredito que isso por si so iria resolver. Ditadura tambem foi corrupta, a diferenca fundamental é que nao tinhamos acesso direto ou tecnologico (internet por exemplo) a tudo que acontecia.

O que eu realmente acredito é em justica, pq fica dificil vc ver tanto ladrao solto e ao mesmo tempo gente que furta remedio pro filho ser preso por varios anos. Essas milicias vao dar muito pano pra manga a medio prazo, mas uma coisa nao se nega, eles fizeram o "impossivel" e em tempo recorde. Ou alguem ainda acha que ficar balancando os dedinhos e dizendo "sou da paz" comove algum bandido?

[Locutus]

Não tive objeção alguma em todo o texto, e nem nada a acrescentar. Reflete precisamente a minha opinião, com a única diferença que eu comumente exarcebo minha parcialidade em usar da mesma crueldade contra os traficantes.

Um dia eu lembro que eu postei algo sobre isso (faz muito tempo, nem lembro quando) onde eu dizia que se essas milícias viessem a surgir, eu pagaria alguma grana pra contribuir.

Bem. Tô indo pro Rio hoje à noite. Fui!

[gaijin]

Postado por matheus

mudando de assunto, é impressão minha ou cada vez mais ta pipocando críticas e mais críticas a tv globo e todo este cartel de jornalismo brasileiro?

A coisa tá esquentando agora que a Record resolveu ir pro pau contra a globo. Uma rixa antiga mas que agora tá tomando proporções maiores.

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Sobre as milícias, eu só fui saber da existência delas a 2 semanas numa matéria da "Isto É", onde elas foram chamadas de "comando azul" numa clara referência a cor da farda da polícia.

[user114]

Achei muito bom, nem tem o que acrescentar.
Ja que o Estado nao sabe cumprir com o dever, populacao tem, pelo menos, o direito de partir pra iniciativa privada.

[Vassourada]

Postado por Jeep

Sei nao zedd, educacao eu comeco a achar que é superestimada, ta cheio de doutor que teve todo o estudo do mundo e so quer saber de roubar, da mesma forma vc pega um monte de gente que trabalha que nem burro de carga e mal consegue assinar o nome e que nunca fez nada errado. Obvio que seria otimo que todos fossem alfabetizados e tivessem acesso a educacao, nao discuto isso, so nao acredito que isso por si so iria resolver. Ditadura tambem foi corrupta, a diferenca fundamental é que nao tinhamos acesso direto ou tecnologico (internet por exemplo) a tudo que acontecia.

Só que Jeep, o Doutor letrado rouba por que tem poucos Doutores Letrados e muitos "que não sabem assinar nem o próprio nome", ou seja - poucos que possam pará-lo (por que não vai ser um analfabeto que vai intimida-lo) - e desses poucos menos ainda não tem a mesma visão do corrupto. Afinal, se todos nós (letrados) roubarmos, quem irá nos conter ?

Agora se a grande parte das pessoas fossem letradas, teríamos muitos para parar aqueles que optaram pelo caminho da corrupção.

[Skipper]

Jeep disse tudo.
Vivo fzdo trajeto Niteroi-Barra da Tijuca e realmente, o Rio ta foda.
Essas milicias vieram pra dar um pouco de sossego pros ferrados, marginalizados.

Quero mais que criem mtas milicias e matem mts bandidos, e de preferencia o casal Garotinho!

[Zedd]

Jeep, não é por 'consciência de que roubar é errado' que educação termina com poder paralelo.

É por dar perspectiva de melhor vida. Se o pessoal lá tivesse acesso à emprego (só sendo qualificados, estudados) não iriam ter tanto cannon-fodder pra alimentar o tráfico.

Os traficantes são, afinal, gurizada sem perspectiva que, no máximo, envelhece um pouco antes de morrer pra polícia, pra outro traficante, pra droga, pra mil coisas.

Agora, parando pra pensar: se todo mundo no Brasil estudar, todo mundo ganha mais (mão-de-obra qualificada)... mas essa grana tem que vir de algum lugar, ou seja: estaremos causando 'pobreza' relativa aos padrões gerados em algum outro lugar. Foda isso, mas não há contorno.

Como diz o s p o o l (foi ele?), é o capitalismo. Pau nos nossos cus.

[muayZen]

De manhã, bandidos invadiam a freqüência da polícia e faziam provocações. Em várias delas deixavam claro que estavam apenas colocando em prática as ameaças feitas e que as autoridades não acreditaram.

Bandido: “Fala aí, ô melissa (referência a milícia). Agora vocês acreditam? E vai ter muito mais.”

PM: “Não é melissa. É milícia. Não serve nem para ser bandido! Melissa é sandália que você usa, vagabundo.”

Bandido: “Se vocês não tivessem invadido nosso pedaço, não ia ter nada disso. Enquanto não saírem não vai parar.”

PM: “Vamos pegar vocês, seus covardes.”

Bandido: “Agora de dia é mole. Por que não encararam o comboio na madrugada? Vai morrer polícia e quem tiver junto. O terror vai pegar geral: delegacia, shopping, parque, escolas e o que tiver.”

[MdKBooM]

Postado por Zedd

Como diz o s p o o l (foi ele?), é o capitalismo. Pau nos nossos cus.

Foi o relax, com a inocência de quem acredita haver outra opção..

[Dr_Phibes]

Eu lembro de uma conversa que eu tive uma vez com o Scapegoat q ele dizia que se tivesse mta grana ele criaria uma força especial, com policiais civis e militares, bem treinada pra matar todos os traficantes das favelas cariocas, e quando outro traficante tomasse o lugar dos amigos mortos eles iam matá-lo tb... assim seria até os marginais terem medo de se tornarem traficantes pq teriam certeza que em pouco tempo eles estariam mortos. Parece meio utópico mas é isso que a polícia deveria fazer. Eu vejo que as milícias estão resolvendo isso pra eles... e parecem que estão resolvendo da forma certa. Eu às vezes tenho medo do que isso vai ser tornar no futuro, mas eu prefiro pensar positivo.

Sempre achei que bandido tem que ser tratado como bandido, nosso policias que tem que se acostumar com a lei da bandidagem pq a bandidagem não obedece a lei policial. Policial que matasse traficante deveria ser promovido e não reprimido. Qto maior a dor que o traficante sentiu antes de morrer maior deveria ser a recompensa que o policial deveria receber. Acho que policias que entrassem na favela deveriam ter carta branca pra torturar qlquer um, eu sei que às vezes pessoas de bem poderiam acabar sendo torturadas, mas eu tb acho q de qlquer forma sangue inocente vai ser derrabado, e não que eu seja a favor mas eu acho que é um preço justo a se pagar.

Nossas cadeias são hotéis seguros para bandidos perigosos. É mais seguro ficar na cadeia onde ng pode te matar (com celular, tv, mulher, droga), do que comandar o tráfico de dentro da favela onde a qlquer hr vc pode tomar pipoco de polícia.

[Kiljaden]

Sou carioca. Apoio as milícias. Se chegasse um boleto lá em casa (não moro em área afetada por elas) eu pagaria com prazer, e garanto que é a opinião de 90% da população. Como eu disse em outro tópico, é uma gota de esperança e honestidade no meio ao mar de corrupção que nos encontramos.

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Relatório aponta intenção das milícias de retaliar ataques do tráfico

Publicada em 29/12/2006 às 22h57m

RIO - As milícias formadas por policiais, bombeiros e agentes penitenciários pretendem retaliar os ataques feitos por traficantes nos últimos dois dias, como informa reportagem publicada no jornal "O Globo" deste sábado. Segundo informações de um relatório da Subsecretaria de Inteligência (SSI) há também a possibilidade de confrontos entre milicianos e bandidos nas favelas Roquete Pinto, Praia de Ramos e Kelson’s. As comunidades foram tomadas pelas milícias em novembro, de uma das facções responsáveis pelos atentados.

Os ataques mais brutais aconteceram nas imediações da Cidade Alta, em Cordovil, e da Cidade de Deus, em Jacarepaguá. As duas favelas estariam entre os futuros alvos dos milicianos, segundo a SSI. Traficantes das duas comunidades são acusados de participação nos ataques a um ônibus da Viação Itapemirim, em que sete passageiros morreram queimados, e a uma cabine da PM na Barra da Tijuca, onde um soldado foi assassinado.

Relatórios da SSI e do Gabinete Militar da prefeitura do Rio mostram que as duas facções envolvidas nos atentados perderam terreno para os milicianos. Das 92 favelas invadidas pelos milicianos nos últimos 20 meses, 42 eram dominadas pela facção que controla a venda de drogas na Mangueira e na Cidade Deus, onde foram planejados os atentados. A perda de território uniu o bando à facção rival, que perdeu 25 favelas, entre elas a Boogie Woogie e a Praia da Rosa, na Ilha do Governador.

Segundo a chefe do setor de inteligência da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a deputada federal eleita Marina Magessi, a invasão da Cidade de Deus — único reduto da área de Jacarepaguá ainda nas mãos do tráfico — por milícias estava marcada, possivelmente, para a passagem do ano. Segundo Marina, aderiram ao plano traficantes das favelas da Providência, do Pavão-Pavãozinho, do Cantagalo, do Complexo do Alemão, da Chatuba, de Mesquita e Reta Velha, em Itaboraí.
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Let the coils of hate unfur!

[ ] 's
KJ

[Bone]

regalias obtidas à base de acordos secretos com o governo estadual

parei de ler aqui

[Rewner]

Lembro que vi sobre as milicias numa reportagem da globo, e apesar de maquiagem que a globo tentou fazer, comentei com a minha noiva que finalmente isso tinha acontecido, que finalmente a população estava fazendo alguma coisa direta para acabar com essa palhaçada nas favelas, acho que a curto prazo essas milícias são boas, só resta ver a longo prazo como elas vão ficar.

[Gerson]

Postado por Jeep

Sei nao zedd, educacao eu comeco a achar que é superestimada, ta cheio de doutor que teve todo o estudo do mundo e so quer saber de roubar, da mesma forma vc pega um monte de gente que trabalha que nem burro de carga e mal consegue assinar o nome e que nunca fez nada errado. Obvio que seria otimo que todos fossem alfabetizados e tivessem acesso a educacao, nao discuto isso, so nao acredito que isso por si so iria resolver. Ditadura tambem foi corrupta, a diferenca fundamental é que nao tinhamos acesso direto ou tecnologico (internet por exemplo) a tudo que acontecia.

O que eu realmente acredito é em justica, pq fica dificil vc ver tanto ladrao solto e ao mesmo tempo gente que furta remedio pro filho ser preso por varios anos. Essas milicias vao dar muito pano pra manga a medio prazo, mas uma coisa nao se nega, eles fizeram o "impossivel" e em tempo recorde. Ou alguem ainda acha que ficar balancando os dedinhos e dizendo "sou da paz" comove algum bandido?

Índole é algo muitissimo diferente de educação. :/...infelizmente Jeep

[Legacy]

Postado por Bone

parei de ler aqui

Bone, infelizmente, isso tem grande chance de ser verdade.

[Love in Green]

Postado por deus

Índole é algo muitissimo diferente de educação. :/...infelizmente Jeep

Err, bem.. o que você entende por índole mesmo?

[SuN WaR]

Em relação a educação, achei um texto bacana num livro do meu sogro ! ehehe, xo postar aqui:

"Prezado Professor:
Sou sobrevivente de um campo de concentração.
Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver.
Câmaras de gás construídas por engenheiros formados.
Crianças envenenadas por médicos diplomados.
Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas.
Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades.
Assim, tenho minhas suspeitas sobre a Educação.
Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos.
Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou psicopatas hábeis.
Ler, escrever e saber aritmética só sao importantes
Se fizerem nossas crianças mais humanas."

Texto encontrado após a Segunda Guerra Mundial , num campo de concentração nazista.

[Jeep]

Educacao te da poder, isso eu nao discuto, mas sem justica, vc faz o que com isso? Reclama seus direitos sem erros gramaticais?

Uma pessoa pode ser ignorante, mas ela nao pode (em tese) ir contra a lei e alegar que nao a conhece, portanto ja que somos forcados a seguir a lei, o minimo que se podia esperar é que o tratamento fosse igualitario, como ta mais do que na cara que nao é, entao vira cheat de quem ja esta em nivel alto, mesmo que vc estude e se esforce eles vao manipular as regras a favor deles, ja que pra eles funciona diferente do que pra vc.

Acho que em resumo, eu acho que se me dessem um desejo eu escolheria igualdade perante a lei, isso iria facilitar e muito a possibilidade de educacao no pais, o contrario tambem seria possivel, mas acho que alem de dificil, seria muuuuito mais longo o processo. Basicamente, se a gente prendesse (e deixasse na cadeia) os parasitas da sociedade ia sobrar dinheiro pra gente gastar com coisa util, educacao por exemplo, esgoto encanado, rosquinhas.....

[[SKAN]]

jeep flamer

[Tannark]

 

Êêêêêêêêêêêêêba! Mr. Eko para presidente!!

[CyBeR_JaCk]

Olha... vou ser curto e grosso.

Nada vai mudar... o mundo em geral tende a piorar mais e mais, o poder sempre vai ficar nas mãos dos mesmos, passando de pai para filho.

Agora vou pirar um pouco saindo do contexto do topico... o mundo só vai mudar quando acontecer alguma coisa terrivel pra humanidade se tocar, pq o ser humano para o planeta é uma praga, é um gafanho que esta acabando com todos os recursos do planeta sem medir as consequencias... ele só quer saber do lucro imediato... então essa coisa terrivel que estou falando pode ser tipo chover 40 dias seguidos para que mais da metade da população morra ou cair um meteoro na terra matando toda a humanidade e começando assim uma nova era para que o planeta se salve... e é isso... ixi... pirei demais, mas é mais ou menos isso que eu acho... nada vai mudar por mais que exista gente de boa vontade no mundo e tal... pq quem tá no poder sempre vai ser escroto.

[Rewner]

Postado por CyBeR_JaCk

pq o ser humano para o planeta é uma praga, é um gafanho que esta acabando com todos os recursos do planeta sem medir as consequencias

 

[CORPI A LENDA]

PHEIAHEAIHEIPAHEI

[CORPI A LENDA]

só muda começando de novo

acho que 99% da população ja desistiu.. eu sou um

[Jeep]

Etienne Douat

"Eu sou você amanhã" – Lembram da frase? Era dita em uma propaganda de vodka e ficou famosa. Tornou-se moda citá-la em conversas.

Parafraseando: O Rio é o Brasil amanhã.
Poderá ser!

O que lá acontece é o sonho de dez, entre dez baderneiros anarquistas: A ausência total do Estado, nas suas mais básicas responsabilidades de concessionário do poder de organizar a sociedade.

O professor Arthur Gianotti, da USP, em artigo na Veja, falando da corrupção “encruada” no Estado brasileiro, usou uma frase que, de forma elegante, resume o caminho que estamos tomando: “...o tamanho da corrupção altera suas formas. O que estamos vendo hoje é que ela chegou junto do coração do sistema. E sabe porquê? Porque o sistema foi ético, por absurdo que possa parecer. Os mafiosos encontraram a porta aberta, invadiram a casa dos puros e ainda se cobriram com o manto da ética... “ – complemento-a: E chegaram ao requinte de legislar a favor do crime!



O Rio de Janeiro vive uma situação insólita. Uma cidade suja, mal cuidada, desorganizada, violenta, poluída, é cantada em verso e prosa como a “cidade maravilhosa”, a porta de entrada do turismo brasileiro. Vende a estrangeiros, principalmente europeus e americanos, os mais “chegados” a exotismos terceiro-mundistas, pacotes turísticos que incluem, além de turismo sexual, “safáris” em favelas e “estágios sociais” em escolas mantidas por ONGS, tudo autorizado e “protegido” pelo crime organizado. É uma espécie de “jardim zoológico ao contrário”, onde a pobreza e o crime são mostrados como uma espécie de auto-flagelação intelectual justificada ideologicamente. Os “turistas”, excitados, saem com duas certezas: Primeiro que viveram uma situação de real perigo, dado que são informados que as pistolas e metralhadoras que viram pelo caminho não são de brinquedo, e de quebra, levam a convicção: a de que, ali, definitivamente, não existe Estado organizado.
Uma espécie de Parque Temático Haitiano-Tupiniquim.

Ajudando a formar a opinião dos “excitados” turistas, os jornais da noite, ao mesmo tempo em que noticiam as belezas naturais, as praias, as belas mulheres, o carnaval, mostram, com requintes de superprodução o último assalto a ônibus de turistas estrangeiros na saída do aeroporto Tom Jobim. Repórteres falam, alegremente, dos belos hotéis, da bela orla de Copacabana e Ipanema, do Pão de Açúcar e do Corcovado, para, em seguida, com súbita mudança para expressões graves, noticiarem que mais um ônibus foi incendiado, junto com os passageiros, com requintes de crueldade, por bandidos, na Avenida Brasil. Em seguida, já com mais “naturalidade”, descrevem o último tiroteio cerrado da madrugada na Linha Vermelha.
De vez em quando, noticiam o inacreditável: Uma velhinha qualquer, acocorada no seu apartamento de frente para o “morro”, defendendo-se das balas, filma, valentemente, o tiroteio do dia e identifica todos os líderes criminosos da favela vizinha. Os telespectadores, abobalhados com a coragem da velhinha, enaltecida pelo alegre repórter, esquecem de questionar porquê, diabos, a polícia não teve a mesma idéia!
Patético e cômico, se não fosse trágico!

Nos dias seguintes, sociólogos, criminalistas, representantes dos direitos humanos, Religiosos e outros tantos grupos que estudam o assunto, deleitam-se em tergiversar sobre os motivos de tamanha violência e chegam, invariavelmente, ao mesmo diagnóstico: Falta de investimento em educação, desemprego e injustiça social. Parecem cachorro correndo atrás do rabo.

Analfabetismo, desemprego, injustiça social podem ser ingredientes, mas, estão longe de ser o motivo. Fosse assim, mais da metade da população do Brasil seria de criminosos, o que não é verdade. Além do que, se consultarem a corajosa velhinha, aquela da filmadora, agora escondida fora do apartamento para não sofrer represálias, verão que, mesmo na favela, são algumas dezenas que aterrorizam milhões. Depois, o Congresso nacional mostrou que os bem remunerados podem mostrar uma tendência ao crime bem mais sutil e cruel, ao manipular, e roubar, sob o “manto da democracia”, dinheiro de saúde, educação e assistencialismo, de potencial muito mais explosivo e mortal para toda uma geração.

O verdadeiro motivo de toda a violência talvez resida, pura e simplesmente, na falta de autoridade, competência, responsabilidade e seriedade dos homens públicos. Bandido se identifica, processa, prende e, se for de alta periculosidade, isola pelo tempo que for necessário (ah, é bom que se diga, sem acesso a celular, arma de fogo, arma branca ou qualquer coisa que possa induzi-lo ao crime dentro do cárcere). Problema social se resolve aplicando, pelo menos de forma honesta, a tributação imoral que o brasileiro, cidadão-refém paga ao Estado para protegê-lo. Não estou, sequer, falando de competência. Aí voltamos para o círculo do crime.

Assim, a cada escaramuça diária na batalha urbana carioca, a exemplo do “carro bomba das oito da manhã”, no Iraque, “decreta-se” o problema como brasileiro e volta-se à velha cantilena do trio educação-desemprego-injustiça social, e vão todos dormir pensando no debate do dia seguinte.

Permito-me discordar desse diagnóstico clássico e torto. A violência do Rio de Janeiro não é um problema brasileiro. Pelo menos não ainda. Em boa parte dos estados e regiões o poder público, apesar dos sérios sinais de obsolescência, ainda exerce a sua autoridade e tem apoio da sociedade para isso. O que assistimos no Rio de Janeiro, já não é mais um problema de segurança pública. É um estado de guerra civil não declarada. É uma questão de segurança nacional. É a suprema distorção dos valores. É o “poder público” pedindo licença ao crime organizado para funcionar.

E chegamos ao paradoxo: A situação, lá, transformou-se num círculo vicioso extremamente perigoso, mas que ainda não se alastrou para o resto do país. Paradoxalmente, entretanto, o poder público tem a oportunidade de enfrenta-la com coragem, energia e eficácia, transformando-o em um exemplo que permita recuperar a crença e a confiança da sociedade nas suas instituições. Com isso, daria inicio a um círculo virtuoso de apoio que permitiria iniciar-se uma espécie de resgate moral do país.

Talvez os políticos descubram que buscar integridade poderá atrair muito mais votos do que “garimpar” privilégios.

Entendo que o esforço tem que ser total, e com toda a força necessária, concentrado no Rio de Janeiro, que é, de longe, o exemplo mais evidente do descalabro a que se pode chegar sem algo que possa ser chamado de governo.

Caso não seja assim temo que, em alguns anos, estaremos vivendo o problema em todo o país. A diferença é que, talvez, então, não tenhamos mais país para recuperar, e estejamos lutando pela sobrevivência. Literalmente!

[s p o o l]

Sobre a educação...

Educação é uma coisa boa, mas não resolve, sozinha, o problema de ninguém. O negócio é a distribuição de renda. Educação gera renda? Até certo ponto, apenas. Não é suficiente. Talvez com educação votassemos melhor ou tivessemos consciência de quem realmente nos prejudica, mas isso é relativo. Exemplo disso é que a galera 'educada' aqui votou no FHC e ele ganhou, boa parte dos intelectuais de esquerda apoiaram o Lula. Então teoricamente era pro negócio estar resolvido, pelo menos na esfera federal, e nenhum dos dois governos resolveu porra alguma. Talvez optassemos por tecnocratas, o que a história mostra que dá bosta também.

Se hoje, de uma hora para outra, todos tivessem acesso à educação, o que aconteceria? Excesso de mão-de-obra especializada. Não ia ter como absorver todo mundo. E na boa? Antes de dar educação, é preciso dar comida, trabalho, condições mínimas de vida. Quem trabalha com educação sabe do que eu to falando. Se você dá bolsa de estudo pra um moleque da favela em uma escola de rico, as chances dele sair de lá formado são mínimas. O moleque não tem o que comer, o que vestir, apanha dentro de casa... É foda.

Se todos tivessem educação igual, o máximo que ia acontecer é a classe média dividir a riqueza com os pobres, por que a elite é protegida e não depende de faculdade, profissão, trabalho pra continuar podre de rica. Seria mais justo, mas longe do ideal.

O Cristovam Buarque é um palhaço. Ele citava a Coréia do Sul como exemplo de 'educação que transformou um país'. Ele só esqueceu de contar os bilhões e bilhões de dólares que os EUA investiu lá pra eles fazerem frente à Coréia do Norte comunista. É claro que eles investiram direito a grana e tudo, mas antes, receberam grana. Taiwan x China a mesma coisa. O Japão foi os EUA que reconstruiu. Os Tigres Asiáticos todos receberam grana absurda do Plano Colombo (EUA dava grana pra eles pra impedirem o avanço comunista na ásia, o chamado 'cordão sanitário'). Enfim... SÓ educação não resolve, precisa de uma política ECONOMICA eficiente. Crescendo 2% ao ano, vendendo nossas riquezas e abrindo as pernas pro capital internacional não ha educação que baste.


Eles são ricos por que interessa aos Estados Unidos mostrar como o capitalismo da certo. Tem um comunista pertinho

Um exemplo disso é Cuba. Enquanto a URSS sustentava, TODO mundo lá tinha educação, e a educação lá é muito boa até hoje. Mas os EUA colocaram embargo e a economia deles naufragou. Agora estão na bosta do mesmo jeito, e olha que eles dividem a grana muito mais que um país capitalista, imagina se tivesse uma elite concentrando renda?

Não conheço a ação das Milícias de perto, talves sejam ótimas, talvez não. Até agora parece tudo muito bom, mas aposto que de perto rola muito abuso de poder. Melhor que o tráfico? Talvez por agora.

Sobre o tráfico...

Mas sabe qual o negócio? O problema não é o tráfico. O tráfico vai continuar existindo SEMPRE. Ele tá na favela porque é território sem lei com mão de obra abundante e barata. Na Espanha também vendem cocaína. Quem viu a reportagem mostrando que a cada 10 Euros espanhóis, 9 tem restos de cocaína? Então. E lá o problema social e a violência é tão grave? Não. O tráfico não arruma terreno fértil pra se expandir tanto e pra tantas merdas quanto aqui.

O moleque que trabalhava pro tráfico por que é fodido da vida e tá passando fome não vai deixar de existir por causa das Milícias. Ele vai apanhar um tempo, uns vão morrer, mas logo aparecem outros e outros. Descendo pro asfalto e matando, arranjando outro jeito de sobreviver.

Não dá pra julgar essas milícias, mas não vão resolver o problema, muito menos pra você, classe média, acredite. Se os que já desistiram da justiça e da moral, os que já deixaram de ser humanos não puderem ficar na favela vendendo cocaína, eles vão atrás de você.

Percebi que o que postei é uma resposta pro negócio aí em cima. E eu não abro mão dessa opinião. Assassinos existem em qualquer lugar: a miséria faz eles crescerem. Se os sociólogos, criminalistas, e etc etc etc dizem que o problema é a falta de investimento em educação, a desigualdade social, a miséria, eles estão CERTOS. O erro é não entender o que eles dizem: não é que todo pobre é criminoso, a pobreza é terreno fértil para o crime. Assim como a burocracia é terreno fértil para a corrupção.

[Tulkas]

Baita texto hein kra. A minha visão sobre a situação no Rio, como a da grande maioria dos outros, creio eu, é totalmente filtrada pela Globo.

Mas já que tá todo mundo largando opinião política tentando sugerir soluções (por mais que muitos nem mudem o ponto de vista lendo o dos outros), eu falo o que penso.

O nosso estado está fadado ao fracasso. É um sistema presidencialista em que o "parlamento" é quem realmente decide. O presidente deve ter a devida paciência pelas votações ou então deve resolver tudo na base das famosas medidas provisórias. Mas que pena, essas também são limitadas.

Então vamos calcular quantos políticos honestos precisamos nos cargos, para resolver os problemas desse saudoso país. E que também deveriam ter a qualidade essencial para lidar com a "bandidage", cojones.

81 senadores, 513 deputados federais
Dividimos pela metade e arredondamos pra cima, para que assim ganhem as votações.
41 senadores e 257 deputados federais
Rica quantia...

Isso só analisando o governo federal, outra hora dá pra fazer a matemática até o gover municipal.
Mas tudo bem, governando com um "jeitinho brasileiro", acordo dali, acordo de lá e tudo flui com certas pedras ao longo do caminho...

Porém isso não é desculpa pra defender nenhum político, todos sabem que na parte do "acordo dali, acordo de lá" todos se perdem. Direita, esquerda, todos.

Mas um passo adiante...

Agora, o que deve ser feito para resolver a nossa situação?

Educação!
Boa idéia, num futuro seria interessante um povo culto, vide Korea do Sul. Mas ainda não resolveria, pessoa culta, pessoa rica, pessoa corrupta.

Corrupção!
Os governantes são cidadões escolhidos pelos outros para governar. Se o povo é corrupto, o governo é corrupto.

Distribuição de renda?
Quando eu comecei a ter uma noção de sociedade e dinheiro pensei de cara: "Quero ser rico!". Creio eu que não fui o único que chegou nessa óbvia conclusão. E, infelizmente, não vai ser uma aula de Cidadania e Moral na segunda série do ensino fundamental, dada por um professor mediano e mal pago, que vai mudar a nossa propensão a corrupção. Esse contraponto da grande maioria pobre e poucas pessoas extremamente abastada em qualquer sociedade levará sempre a mesma tendência comportamental.

A má distribuição da renda no nosso país é algo gritante. Não tenho dados , com porcentagens, mas sabe-se como o Brasil é um dos países com uma das piores distribuições.

Reforma agrária? Não passou por aqui...

Solução encontrada pelos nossos políticos?

Distribuição do ICMS! Lógico, vamos pegar o dinheiro dos impostos de regiões mais abastadas e transferir para as menos abastadas. Pena que grande quantia sai da classe média e não da alta e que tudo isso só serviu para distribuir os 45% da renda entre os 95% da população (dados fictícios mas creio que estão perto da realidade).

"Mas tudo bem, o povo não sabe. Não estão brabos comigo e quem me ajudou a bancar minha campanha está com um sorriso de orelha a orelha na cara"

[Zedd]

Pqp esse deve ser o maior tópico da era ahufasfaS

Não li os posts a partir do do Sun War que era meio poético, mas realmente ainda quero ler... portanto, se alguém puder por favor upar o tópico após o dia 12 de janeiro, quando meu vestibular já tiver passado eu agradeço e muito

Tem como assinar topic na DS?

[Jeep]

"Vamos tirar dinheiro comigo, baby?"
História (real) de uma garota, um assaltante e um policial; o final é feliz

Cora Ronai

Aconteceu semana passada com minha sobrinha Manoela, que mora em Goiânia e veio passar as férias no Rio. Pedi que escrevesse; depois me digam se não é um típico Conto de Natal carioca.

"Sempre me disseram que não era prudente sacar dinheiro depois de um certo horário. Sempre me disseram que os bandidos nunca têm, de fato, cara de bandido. Sempre me disseram muitas coisas sobre como me manter em segurança no Rio de Janeiro: bolsas nunca devem ser levadas nas costas, sentar em ônibus só se for no corredor e todos os cartões de crédito na bolsa? Nunca!

Não é que eu não tenha ouvido os muitos avisos sobre a violência crescente na cidade, mas nunca se acredita que vai acontecer com a gente. Ou simplesmente não se pensa muito no assunto antes de se ser imprudente. O fato é que, apesar de tudo, fui depois de anoitecer ao Banco do Brasil da Praia de Botafogo tirar dinheiro. Não era tão tarde. Ou pelo menos eu pensei isso. Ao entrar no banco um homem segurou a porta para que eu passasse. Não era nem perto o tipo de pessoa de quem você desconfia. Loirinho, nos seus trinta e poucos anos, bonito, bem vestido, sapatos de couro.

Assim que passei pela porta ele segurou minha cintura e pôs uma arma entre nós. "Vamos tirar dinheiro comigo baby?". O "baby" me deixou especialmente irritada. Não havia nada que eu pudesse fazer. Pensei em repetir a senha três vezes errado, mas vai que o cara se descontrola? Melhor obedecer e deixá-lo contente. Afinal, ele tinha uma arma apontada para as minhas costas.

Depois de entregar o celular, que ele pediu, começamos verificando o saldo da conta, eu tremendo dos pés à cabeça, tanto que quase não conseguia digitar a senha. Ele me ditando as instruções ao pé do ouvido, aparentemente tranqüilo. Cada segundo se estendendo. Estava tentando me manter atenta às suas características físicas, naquela ilusão de que depois a gente vai à polícia e faz um retrato falado. Acho que só em filme americano mesmo.

Quando chegamos à tela que me perguntava o valor que eu desejava sacar imaginei que não havia mais jeito, eu ia mesmo perder o dinheiro, e não ia ser pouco. Foi aí que a minha história começou a parecer coisa de filme, um bom filme de aventura que peca talvez por ser um pouco surreal demais.

"A mocinha não quer te dar o dinheiro, senhor".

Ouvi isso antes de ver o que estava acontecendo. Não queria me mexer, não queria fazer nada que pudesse ser mal interpretado pelo assaltante. Havia um homem com uma arma apontada para a cabeça do infeliz atrás de mim. "Você quer tirar esse dinheiro, meu bem?". Ele teve que repetir a pergunta e ainda assim não obteve resposta, o nervosismo me impedia de falar qualquer coisa.

Apertar "cancelar", explicar que era policial e mostrar o distintivo não foram tão efetivos para me acalmar como se poderia imaginar. Eu continuava tremendo e sem fala. Foi só depois que a arma do assaltante estava no chão e suas mãos algemadas que comecei, aos poucos, a retomar meus sentidos.

Estava excessivamente nervosa, e esqueci de perguntar ao meu cavaleiro sem cavalo branco qual era seu nome e todas essas coisas que tornariam uma homenagem mais fácil. O que eu sei é que ele esperou que eu tirasse dinheiro, me levou em casa e disse que era simplesmente o trabalho dele quando eu agradeci muitas vezes por tudo.

"Não é todo mundo que faz simplesmente o trabalho que se propôs a fazer, obrigada".

"Tem que começar em algum lugar", ele disse.

E tem mesmo. A gente tem que começar a acreditar que esse país está, sim, indo para frente. Temos que dar mais atenção às histórias bonitas. Temos que ter orgulho de ter nascido aqui.

A minha aventura mostra, é claro, um aspecto ruim desse lugar, que é a violência, mas mostra também que existe gente boa tentando fazer o certo. Tentando dar o máximo de si para fazer com que as coisas melhorem, tentando mudar o que não as agrada.

Tem que começar aqui, na vontade de mudar.

Eu voltei a acreditar na polícia do Brasil.

Estava há muito tempo com uma impressão de que todo policial é corrupto. Não é verdade. Um ladrão foi preso na quinta feira passada para nos provar isso.

Feliz Ano Novo para vocês.

Eu termino esse ano com esperanças renovadas e começo o próximo ainda mais patriota do que já era."
* * *
O policial que frustrou o assalto à Manoela sequer é do Rio; é de Niterói e, curiosamente, observou, enquanto a levava para casa, que, se tivesse juízo, mantinha distância da cidade:

"Toda vez que venho aqui tem confusão".

Felizmente, dessa vez, a confusão ficou só nisso. A ele e a todos os seus colegas do bem, que trabalham em condições tão adversas tentando manter um mínimo de ordem no faroeste em que está mergulhada a nossa Muy Leal e Heróica, o agradecimento mais sincero de uma carioca que, como sua sobrinha, ainda não perdeu a esperança.


(O Globo, Segundo Caderno, 28.12.2006)

[garrafa]

a acao desse policial ai soh nao foi mais bonita porque ele nao puxou o gatilho

[Zedd]

Tá garrafa, aí em vez de um ladrão, teríamos um ladrão e um assassino.

E não me venham com 'foda-se direitos humanos' que eu sei que vocês não moram em caverna.

[garrafa]

nao concordo, teriamos um ladrao (no inferno) e um justiceiro