Antichrist, Von Trier

[marconds]

17/05/09 - 20h46 - Atualizado em 17/05/09 - 22h05
'Antichrist', de Lars von Trier, leva gelo à espinha do público de Cannes
Longa com Charlotte Gainsbourg e Willem Dafoe tem cenas perturbadoras.
Filme teve sua primeira exibição neste domingo, no festival francês.
Diego Assis
Do G1, em Cannes

 

O cineasta dinarmarquês Lars Von Trier conseguiu, mais uma vez, fazer o público se contorcer em suas poltronas, durante a exibição de "Antichrist", neste domingo (17) no Festival de Cannes. Primeira incursão do diretor de "Dogville" e "Dançando no escuro" no universo do terror, o longa tem tudo para se tornar um novo marco no gênero.


"Antichrist" conta a história de uma jovem mãe (Charlotte Gainsbourg) que cai em depressão logo após a trágica perda de seu único filho. Numa tentativa de superar o trauma, seu marido terapeuta - Willem Dafoe - propõe a ela que os dois viajem para o local que mais lhe desperte medo.

 

O lugar escolhido é um chalé abandonado no meio de uma floresta, ironicamente batizado de O Éden, em que no passado a personagem viveu uma temporada com o filho pequeno estudando para uma tese acadêmica sobre a perseguição cristã às bruxas na Idade Média.

Apoiado em técnicas de hipnose e psicanálise, o terapeuta tenta convencer sua mulher de que os medos são produtos de sua imaginação e que, uma vez expostos e identificados, serão facilmente vencidos.

 

'O caos reina'

Mas mergulhado, ele próprio, em um período de profunda depressão durante as filmagens de "Antichrist", Von Trier parece desacreditar dos artíficios da razão. "Freud morreu", sugere. "O caos reina".

Árvores retorcidas com galhos que lembram chifres, filhotes de animais mortos e sons de gelar a espinha compõem o cenário perfeito para ilustrar a tese do diretor de que "a natureza é a igreja de Satanás".

Não se trata da natureza em seu sentido mais geral, entretanto. A fonte de todo o mal que transborda de "Antichrist" está na natureza humana, mais especificamente - como já apontavam os detratores da bruxaria do passado - nos mistérios do sexo feminino.

É assim que, aos poucos, o que era para ser uma experiência terapêutica vai se transformando em uma sessão de tortura digna dos mais sanguinários filmes do gênero (e com requintes de perversidade, aliás, nada estranhos a outros longas do diretor, como "Dogville" e "Manderlay").

A atmosfera sombria do filme e algumas cenas realmente perturbadoras de sexo e mutilação fizeram com que parte dos jornalistas presentes à sessão neste domingo caísse na gargalhada. Riram de nervosismo, por certo. Pois o anticristo de Von Trier não tem nada, nada mesmo de engraçado.

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Ok, agora passando um pouco a explicação sobre o filme, estou aguardando ansioso. Gostei mutio de Dogville e Dançando no escuro, achei interessantes as temáticas e a maneira como o Von Trier as abordou.

[WaR WoLf]

Vinha postar sobre o filme, parece que ele rompeu definitivamente com o Dogma 95 - um manifesto artístico que buscava a criação de um cinema realista. Existem algumas restrições técnicas e tecnológicas para filmes deste tipo, que são geralmente executados com câmeras de mão e de forma bastante simples. É exemplo do Dogville que não utilizou cenários; para eles o principal é a história, os atores, não a imagem ícone em si.

Além de ser novidade o Lars Von Trier utilizar efeitos especiais e composições de câmeras me surpreendi bastante com o tema, pois terror não é seu habituè. No entanto já faz algum tempo que assisti um curta metragem dele, possivelmente ainda estudante, que mostra suas qualidades lynchinianas para o terror.


Nocturne - Lars Von Trier

YouTube

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Se for algo próximo disso deve ser um tesão.

[marconds]

WW, na hora que eu vi as fotos pensei na mesma coisa "Lá se vai o pacto" (que eu não lembrava o nome). Mas como todo modernismo, o Dogma 95 está se acabando, é quase inviável fazer filmes atualmente sem os recursos disponíveis. É como querer reinventar a roda, louvável mas inviável.
Eu gosto muito desse estilo de terror psicológico, vou aguardar pra ver se sai aqui no cinema (o que eu duvido MUITO), provavelmente terei que comprar pela internet.

[WaR WoLf]

Eu gosto muito dos filmes feitos assim, apesar da simplicidade possuem uma fotografia mais bonita e pessoal que os demais. A maioria dos filmes comerciais parece vir de uma tábua de photoshop, são muito artificiais, sintéticos. Nesses casos eu gosto de comparar Sympathy for Lady Vengeance e Sympathy for Mr. Vengeance. O primeiro abusa tanto de efeitos que torna a história secundária, intragável. Já o segundo deixa a história fluir em seu ritmo comum, sem muitos jogos de câmera ou computação gráfica. A técnica mais difícil de executar nem sempre é superior, e muitas vezes aquilo que é de ponta trabalha contra a própria história. O problema é que mesmo o Dogma 95 virou um padrão estético importante, justamente por estar acima e não abaixo dos filmes mais rebuscados.

É aquela coisa de que para se fazer um filme experimental você deve filmar algumas madeiras e panos do varal com uma câmera velha, depois subtrair o tempo de uma música qualquer rodada ao contrário. Existia até um vídeo no youtube que explicava todo o processo. Creio que é por isso que o manifesto foi rompido, ele perdeu simplesmente a razão de ser. A ausência técnica do Dogma 95 virou também subsídio para quem não tinha nada a dizer, e você não pode ser subversivo e domínio ao mesmo tempo.

Em 1995 o mundo suspeitava que o cinema pudesse produzir um filme bom sem qualquer esmero técnico, hoje em dia suspeitamos sair algo bom de um filme com muito esmero técnico. Percebe a inversão de valores? Para mim o Lars Von Trier quer mostrar que consegue fazer um filme bom abusando de todos os padrões estéticos que os críticos de Cannes, seu reduto particular, odeiam. Por este aspecto não me parece que ele de fato rompeu com o Dogma 95, apenas o trouxe à nova tônica cinematográfica.

[EricHavoc]

“Anticristo”, do dinamarquês Lars Von Trier, é possivelmente o filme mais chocante que você verá este ano. Aliás, informe-se bem antes de ir ao cinema. Pode ser que você não queira assisti-lo.

Exibido pela primeira vez em maio, na mostra competitiva do Festival de Cannes, “Anticristo” chocou parte da imprensa especializada, que saiu antes de a sessão terminar ou vaiou o filme ao final da exibição. Na entrevista que concedeu aos jornalistas após a sessão, Von Trier foi alvo da fúria de alguns críticos, que não entenderam ou não gostaram do filme.

Baz Bamigboye, do site do jornal inglês “Daily Mail”, foi o primeiro a interrogar Von Trier. Agressivo, ele se levanta e questiona o cineasta: “O senhor pode, por favor, explicar e justificar por que fez esse filme? E, por favor, dê uma resposta com mais de uma palavra.”
Ofendido com a agressividade do jornalista, mas trêmulo, Von Trier responde: “Não tenho que me justificar”. Bamigboye o interrompe e grita: “Tem, sim!” Von Trier: “Tenho?” Bamigboye: “Tem, sim! Aqui é o Festival de Cannes, o senhor trouxe o seu filme aqui e o senhor tem que justificar por que o fez”.
Von Trier esboça uma reação e diz: “Não posso me justificar. Faço filmes... É uma pergunta muito estranha”. Alguém fala algo, difícil de ouvir, provocando o cineasta, que então sai da defensiva e assume a postura polêmica, pela qual é conhecido.
“Trabalho para mim mesmo. Não devo satisfação a ninguém. Não tive escolha (ao fazer o filme). Foi a mão de Deus, eu temo. E eu sou o maior diretor de cinema do mundo. Não sei se Deus é o melhor Deus do mundo”, completou. A cena da confusão que ocorreu em Cannes está disponível no site do festival e pode ser assistida em francês e em inglês.
Talvez ajude a entender “Anticristo” saber que ele foi realizado pelo diretor na tentativa de superar uma crise de depressão que enfrentava no período. “Não conseguia trabalhar. Seis meses depois, apenas como um exercício, escrevi um roteiro. Foi um tipo de terapia, mas também uma procura, um teste para ver se eu ainda faria algum filme”, contou.
“O roteiro foi finalizado e filmado sem muito entusiasmo, feito como se eu estivesse utilizando apenas metade da minha capacidade física e intelectual”, disse ainda. “O trabalho no roteiro não seguiu o meu modus operandi habitual. Cenas foram acrescentadas sem razão. Imagens foram compostas sem lógica ou função dramática. No geral, elas vieram de sonhos que eu tinha no período, ou sonhos que eu tive anteriormente.”

Mauricio Stycer, repórter especial do iG

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o cara tava tremendo na hora de responder as perguntas eheheheheheeh

[Baron]

Esses jornalistas são e sempre foram uns merdas. Até meu cachorro entende mais de cinema que a maioria deles. Aliás, o problema deles não é nem o quesito "conhecimento" (porque a maioria deve conhecer muita coisa), o problema deles é que são um bando de hipócritas.

É o cúmulo do ridículo ficar nervosinho e sair no meio do filme. Pior ainda é criticar o diretor se você saiu no meio heauauhe
Se você sabe a temática e vai assistir, não deveria ficar irritadinho só porque o diretor consegue fazer o que propôs.

Se o filme é bem feito e ainda por cima consegue mexer com as emoções de quem assiste, ele tem potencial para ser um bom filme. Os filmes mais porcarias são aqueles em que o espectador fica indiferente antes, durante e depois. Se o filme te causa raiva pelos motivos certos (por exemplo, exploração do tema) então talvez haja pessoas que vão amá-lo.

Se o objetivo do diretor no filme é causar repulsa e ele consegue, então está de parabéns.

BTW, faz tempo que estou com vontade de assistir a esse filme do Trier, mas ainda não tem versão boa pra pegar.

[marconds]

Peguei o filme, vou assistir hoje

[Aqualung]

Tá tremendo muito mesmo, ou ele é muito zoado ou tá com parkinson.

[Kerpa!100]

Vai ser lançado aqui? Caso não, l1nkz com BR-R1P NOW

[EricHavoc]

acabei de ver... a versão q tenho aki fica uma frase no meio aparecendo de tempos em tempos escrito: promotion only. quem quiser me pede em private q passo o torrent. so um aviso: achei chocante mesmo. não assista com mãe, namorada fresca, irman, tia etc.

[Gunner]

que é chocante sabemos! mas compensa? é bom?

[EricHavoc]

se é bom ai depende do gosto.
achei interessante mas muito confuso, talvez desnecessário. não sei dizer se gostei ou não. mas acho q vale a pena assistir.

[Bombastic]

se a qualidade for boa eu quero

[vitorueda]

assistir com irman não pode

[marconds]

a qualidade dos releases tá melhorando, tem uma muito boa no seu TL mais próximo
sobre o filme, é realmente meio chocante
possui uma cena inicial de sexo explícito e umas cenas fortes de sexo/masturbação depois, portanto não recomende pra ninguém da família
o filme fala sobre a natureza, sobre como as pessoas lidam com a vida e a morte e como isso nos afeta e faz parte de nossa natureza
é realmente bem pesado, não recomende pra quem não gosta de cinema-arte

[vegetous]

Meio spoiler:

Assisti o filme no domingo e tirando as cenas de multilação, não vi nada de chocante. As pertubadoras cenas da natureza são absolutamente normais. Não é nem que a situação da "cabana isolada no meio da floresta" não seja assustadora. Acho que dava pra fazer um puta suspense psicológico com essa idéia, mas o resultado é bem fail, pois o diretor/argumento não aproveitam o clima, vide cena do buraco da raposa, que poderia render um ótima cena envolvendo claustrofobia, mas acabou dando em nada!

Não tô dizendo que o filme é ruim e que não valha a pena ser visto. Mas tá longe de ser chocante, blá, blá, blá.

Btw: pau no cu desse diretor convencido, mimimi "utilizei metade de minha capacidade intelectual"! só ver o cuidado que o cara tem com a fotografia do filme e o nível dos atores, pra saber que ele dava muita importância ao projeto!

[troy]

to com esse filme há um tempo aqui já, só tinha dado uma passada nas imagens porque peguei sem ter lido nada a respeito.. hehehe
vo assistir agora, mas nem to com muita expectativa..

o filme já tá há um bom tempinho disponivel no torresmo em devede rip... pra quem tá procurando, uma das versões é do grande z e k t o r m

[WaR WoLf]

Já vinha perguntar a versão dvdrip porque não havia achado, valeu troy.

[troy]

que isso cara.. nao foi nada.. huahua

então... assisti o filme e não curti muito.. não se compara a suas outras produções.
extremamente machista, explora o sexo e a histeria feminina.
cara foi bem ousado mesmo por fazer e lançar esse filme... uhauhahu

filme mediano.. daria um 5,6...
não irei assistir de novo.. =[

[WaR WoLf]

Acabei de assistir. Por todo filme o Trier me fazia lembrar o Andrei Tarkovsky: a forma terrível e contemplativa de mostrar a natureza, todos os planos seqüência e narrativas. Eis que por fim ele dedica o filme ao gênio. Eu até gostei, existem segmentos belíssimos. Mas para fazer funcionar uma mecânica dessa magnitude é necessário ser muito pensativo e hermético; coisas que o Lars Von Trier não é. Diferente dos filmes do Tarkovsky a filosofia de plano de fundo não ganhou corpo. Sua grande deficiência como roteirista também ficou mais evidente em Antichrist. Não é incomum Trier manipular suas personagens em prol da história. É impossível não destacar erros de concordância nas escolhas feitas pelas personagens centrais de Dogville ou Dançando no Escuro. De uma hora elas viram robôs que lembram de longe o comportamento verídico dum serumano, e esse comportamento não é realizado em detrimento da estética como num filme de David Lynch ou Buñuel - não é um reino do absurdo, mas um equívoco de estrutura. Como suas histórias eram muito boas e os sentimentos pungentes a gente até se esquecia disso, mas os erros estavam lá. O problema com Antichrist é que houve pouquíssima história para mascarar essa característica dele, então o comportamento dos personagens são bastante distantes, frios e impensados.

Eu gostei, mas é uma daquelas obras que poderiam ser muito melhores, cheias de potencial mal explorado. Eu até teria gostado mais caso o Tarkovsky não tivesse me acostumado mal presse tipo de filme metafísico. Quem sabe um novo corte para DVD corrija algumas falhas e explore melhor o filme. Ficou muito curto prara uma história do tipo.

[born2bmild]

haeui assisti ontem e fiquei meio sem saber oq pensar lol tudo muito subjetivo, cheio de simbolismos, só fui "tirar" algo do filme depois de ler fórum imdb com pessoal sendo muito didático aheui
mah primeira impressão é a q fica lol então pra mim nome desse filme deveria ser [SPOILER]o iluminado 2 - wendy gone bad

[rodrigO]

lixo.