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Trooper
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O Rio de Janeiro não pode desistir da livraria Leonardo Da Vinci
07-06-15, 19:20
#1
Frequentador da loja, escritor americano diz que cidade precisa preservar sua história para não se tornar uma província
RIO - Há tempos que meus amigos querem me convencer de que o Brasil está pirando. Não acreditava muito, pois os problemas do país — políticos corruptos, populações raivosas — não me pareciam novidades, nem no Brasil nem no mundo. Mas quando li que a Livraria Leonardo da Vinci ia fechar, fiquei convencido. O Brasil está pirando. Esse lugar havia sido um refúgio para mim. Vim ao Brasil aos 19 anos, quase por acaso, pois na faculdade era preciso estudar um idioma. Escolhi o chinês. Depois de duas semanas, desisti. Àquela altura do semestre não havia vagas em outros cursos e fui parar num curso de português, sem saber nada sobre o Brasil ou Portugal. Ainda não sabia muito, além do idioma, quando tive a oportunidade de passar um tempo estudando em outro país. Pensei em ir ao Brasil, só por causa do idioma. Mas quando cheguei ao Rio e aluguei um apartamento térreo em Ipanema com uma discoteca barulhenta na frente, me dei conta de que não tinha nada para fazer. Não conhecia nada, não conhecia ninguém. Assisti aos meus cursos sem entusiasmo, e vagueei pelo centro da cidade: isso também porque a Zona Sul dos anos 90 não tinha quase livrarias. Descobri os sebos da Praça Tiradentes e depois descobri a Leonardo da Vinci. Ainda lembro dessa felicidade, vinte anos depois. Passei horas lá. Senti-me menos só naquela enorme cidade. Pelas recomendações, comecei, timidamente, a conhecer a literatura do Brasil: a literatura sempre foi, para mim, a melhor maneira de conhecer um país. E foi lá que eu comprei a obra quase completa de Clarice Lispector, que viraria um dos grandes eventos na minha vida. E quando na minha cabeça não cabia mais português, ia lá comprar livros em inglês. A discoteca zunia perto de mim enquanto eu passava horas lendo as dezenas de clássicos que havia comprado em edições baratas. Boa parte de minha formação — no meu próprio idioma — devo a uma excelente livraria brasileira. EM LIVRARIAS, RIO PERDE PARA SÃO PAULO E BUENOS AIRES É por isso que fiquei tão triste ao saber que, após 63 anos, a Da Vinci fecharia. Não conheço os motivos precisos, além dos problemas habituais que uma empresa tradicional tem em se adaptar às mudanças que trazem novos tempos. Mas vejo que a livraria não está sendo vendida, o que lhe daria uma nova vida. Está sendo fechada. Publicidade Há tempos que o Rio enxerga um futuro cada vez menos de capital, cada vez mais de província. A combinação com o tradicional fatalismo do mercado de livros — que sempre vê mundo acabando — é quase mortal. Mas o Brasil melhorou bastante desde meus tempos de estudante. O mundo dos livros está irreconhecível. Mesmo com a melhoria, uma cidade do tamanho do Rio tem uma enorme escassez de livrarias. Já está escandalosamente atrás de São Paulo — para não falar em Buenos Aires. Mas o que distingue uma cidade importante de uma cidade que simplesmente tem muitos habitantes é sua vida cultural. Praia existe em qualquer lugar. É por isso que os cariocas não devem ficar apenas tristes com essa notícia. Há exemplos do que se pode fazer para preservar a instituição. Nos Estados Unidos, depois de anos de fatalismo — o e-book ia acabar com o livro, a pequena livraria ia ser devorada pela grande, a grande ia ser devorada pela Amazon — o mercado voltou a crescer. Isso se deve em parte a iniciativas privadas importantes. Quando a livraria mais tradicional de Houston, minha cidade natal, estava ameaçada pela mesma situação que enfrenta a Leonardo da Vinci, minha mãe, junto com um grupo de investidores que contribuíram com relativamente pouco dinheiro, tomou conta. Não era questão de construir um novo museu ou de fundar uma universidade. Bastava o trabalho e o compromisso de algumas pessoas. Ninguém ficou rico, mas também ninguém perdeu. E existe até hoje, guardado para a cidade e seus milhões de habitantes, um importante centro artístico e intelectual. Não vejo por que alguns — três? quatro? — dos milhões de habitantes do Rio de Janeiro não poderiam intervir com um procedimento similar. Porque esses lugares não surgem à toa. Não devemos pensar que são facilmente substituíveis. É preciso gerações para construir uma história e um acervo como a da Leonardo da Vinci. Agora, o paciente está às vésperas da extinção. Será preciso grande criatividade para reanimá-lo. Mas não está morto ainda. A dona, Milena Duchiade, tem dito nesse jornal que gostaria que a livraria continuasse e que está aberta a propostas. Que melhor desafio para quem quer contribuir para a vitalidade do Rio de Janeiro? Publicidade Quem tomaria conta disso teria já a maior parte do patrimônio. Teria a oportunidade de modernizar uma tradição carioca. E também teria uma resposta — concreta e pessoal — ao venenoso pessimismo que consiste em ficar reclamando de um Brasil cujos problemas são inevitavelmente a culpa de outra gente. Porque desistir da Leonardo da Vinci é, de certa forma, desistir do Rio de Janeiro. É uma maneira de dizer adeus ao Rio de Drummond e de Clarice e aceitar que, daqui para a frente, a cultura é um negócio de São Paulo — e de aceitar que o Rio estará ficando cada vez menos cidade maravilhosa. Benjamin Moser é autor de “Clarice, uma biografia” (Editora Cosac Naify), sobre Clarice Lispector. Atualmente prepara uma biografia da escritora e ensaísta americana Susan Sontag http://oglobo.globo.com/cultura/livr...vinci-16359982 |
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Trooper
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07-06-15, 20:01
#2
Resumo: "Alguém banque, não eu."
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Trooper
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07-06-15, 20:26
#3
ACHO q o Rio tem outras prioridades
Mas boa sorte ae pra ele |
The real (1)
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07-06-15, 20:32
#4
(1)
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Trooper
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07-06-15, 20:56
#5
Nunca havia visto as palavras 'Rio de Janeiro' e 'livraria' na mesma frase.
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Trooper
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08-06-15, 01:15
#6
Baron fanfarrão.
Saraiva, Travessa, Galileu, Siciliano, Da vinci. É só pesquisar. O Rio tem muitas livrarias, vende razoavelmente bem e ainda tem as pessoas que frequentam, leem, mas não compram. "Em livrarias, o Rio de Janeiro perde para São Paulo e Buenos Aires." |
Trooper
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08-06-15, 07:39
#7
É nesse tópico que nego vai ter orgulho que sua cidade tem livraria apesar de nunca jamais ir lá comprar um livro?
Só pra eu calibrar meu carioca-paulistômetro |
Trooper
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08-06-15, 07:51
#8
Não, vc que ta falando isso rs
afinal, comprar livro em livraria é a coisa mais tonta a se fazer: - é mais caro que comprar online - é MUITO mais caro que comprar ebook - e pior: tem que falar com pessoas - e pior ainda: geralmente essas pessoas são "moderninhas" por mim pode fechar todas (as fisicas, logicamente rs) |
Trooper
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08-06-15, 08:21
#9
Vamos dar emprego aos datilográfos
ps: ctba é a capital dos sebos |
🌀 Trooper
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08-06-15, 09:34
#10
Este texto me lembrou um vazio que me deu quando um sebo de gibis aqui no Méier fechou.
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Master Chief
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08-06-15, 10:45
#11
Quote:
pq as pessoas hj em dia sentem a necessidade de parecerem cult´s hehe |
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Trooper
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08-06-15, 12:28
#12
Também não discordo de nenhum ponto, mas não muda a minha critica de que aqui tem um bairrismo justificado por muito pouco ou por nada
Eu curto mais sebo do que livraria. Aqui no rio o que tinha perto da minha casa fechou e foi pra botafogo, 95% dos livros que comprei nos últimos 4 anos comprei lá. Vai fazer falta |
Trooper
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08-06-15, 12:36
#13
Quote:
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Chief Rocka
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08-06-15, 13:03
#14
esses dias eu vi um vídeo de um cara dando umas 12 facadas nas costas de um outro que estava brigando com um terceiro
tipo assim os 2 começaram a brigar, ok, um monte de gente assistindo e tal daí um derruba o outro no chão nisso o outro q até o momento estava apenas assistindo, tira uma faca da mochila e casualmente começa a esfaquear o cara no chão, no centro da cidade, no meio de um monte de gente véi na boa PAU NO CU dessa livraria ai. o rio de janeiro tem PROBLEMAS SERÍSSIMOS. uma livraria é de longe o menor deles |
08-06-15, 13:11
#15
não entendo essa comoção toda quando alguma empresa vai fechar... me lembro até de alguns exemplos recentes
um cinema em SP, acho que o Belas Artes. Nego fazendo moh drama, sendo que não ia neste cinema ha pelo menos 10 anos. Uma sala de bosta, que não acompanhou a evolução do mercado. Outro foi uma loja de vinil em Santos. Nego começou a fazer drama e eu resolvi dar uma pesquisada na loja. Preços caros PRA CARALHO, atendimento péssimo... não li o texto inteiro, se não tem nada a ver com o que eu falei, é a vida |
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🌀 Trooper
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08-06-15, 13:34
#16
Quote:
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Chief Rocka
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08-06-15, 13:52
#17
pode falar sobre educação e saúde também
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🌀 Trooper
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08-06-15, 14:04
#18
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wat
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08-06-15, 15:23
#19
nao fechando o bukowski, o emporio, o mudbug, as lidador e os big bi, pode fechar o resto tudo no rio
de nada bjos |
Master Chief
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08-06-15, 15:50
#20
Quote:
nao precisamos discutir isso agora, temos coisas mto mais importantes q mexer com maconheiro |
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Trooper
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08-06-15, 16:07
#21
Ai ja desconcordo com vc serju
liberando a maconha, a mais lightzinha das drogas, ja libera um monte de policial da investigação/persecução do trafico da mesma, ja aumenta a receita tributaria, ja aumenta empregos formais e acredito que a perda de saude publica pelo aumento do nr. de usuarios será compensado pelo "controle de qualidade" estatal de um produto saindo da clandestinidade, que atualmente nao tem controle nenhum, "só" de mercado. ou seja, melhora a segurança, emprego, contas públicas e saúde fica quase como está tudo coisas que o BRBR precisa mas aqui nao é topic disso rs |
Trooper
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08-06-15, 20:29
#22
Por isso amo a Darkside... O tópico começou com uma livraria que vai fechar e rodamos por vários assunto, finalizando com a questão da liberação da maconha.
Só queria deixar registrado que não sou "muderno". Frequento livraria desde a adolescência, antes de ser modinha. E vou porque gosto de ler. As vezes compro, as vezes não compro e leio lá mesmo. Não gosto de e-books( questão de gosto, não me acostumei a ler um texto longo num monitor) E a questão do preço na loja física, a Saraiva tem um cartão fidelidade que dá descontos. Concordo quando dizem que o Rio tem problemas maiores, por exemplo a violência. Mas se é para mudar isso seria bom pensar em educação. E em nenhum momento eu falei para o Estado colocar dinheiro na Da vinci. Pensei mais numa mobilização dos leitores ou de algum investidor bom samaritano, que poderia comprar a livraria e revitaliza-la. |
Trooper
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08-06-15, 20:36
#23
Quote:
ai conheci o tal de kindle...mudou minha vida...é 10x mais confortavel que livro (ler um livro mais de 1k de paginas é um trambolho tijolesco) tenho o mais baratinho, 199 reá, sem luz, sem touch...vale cada centavo ai cabou a razao pra mim de existir livrarias fisicas |
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Trooper
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08-06-15, 22:37
#24
RJ tem mto mais violencia pra quem é pobre. Esse mito de que a cidade é 'mestiça' e pobre mistura com rico é só isso, um mito. Tanto que quando morre um homem branco classe média alta na zona sul, vira notícia por uma semana e gera assunto moda (como foi o caso do ciclista e a moda das facadas, que sempre existiram mas passaram a sair no jornal). Se considerar a questão de grupo de risco, certamente quem é classe média-baixa pra cima tá morando num lugar bem mais tranquilo
E só parar pra pensar, o Brasil é tipo top em assassinatos per capita, quantos aqui sofreram com assassinato de alguem que conheciam em primeiro grau? E mesmo sem essa separação qualitativa, que eu saiba em assassinatos per capita o rio tá muito atrás de Brasilia, Fortaleza, Maceio; e pouco atrás de Curitiba e São Paulo RJ é uma bosta porque é cidade grande, não porque é 'muito violenta'. Talvez seja mais que a média em assalto e furto ou etc, mas não vi nada do tipo até agora e das pessoas que conheço teve um assalto de pivete tomando a carteira em 4 anos que to aqui Não sei porque tem 'bairrismo' entre moradores de metropole. Voces precisam que seja consenso que moram na 'cidade melhor'? Precisam da inveja de alguem pra tolerar a vida? Desculpem pelo rant, mas sabe como você tá cagando pra qualidade de vida dos outros de fato? É assim que tá todo mundo cagando pra sua, então quem sabe é hora de parar com esse papo de 'ai ui Rio de Janeiro ui ai São Paulo' |
Trooper
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08-06-15, 22:40
#25
P.ex. se for pra comparar qualidade de vida eu diria que deveria começar pelo fato de que o transito no RJ tá pior do que seria aceitável pra quem vai pra alguns lugares (notavelmente barra e centro)
Violencia de verdade é problema de pobre, transito é problema de classe media |
Chief Rocka
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09-06-15, 07:35
#26
São Paulo é outra bosta também, ninguém ta comparando nada.
Apenas não venha com esse complexo de Estocolmo pois vc vive em uma zona de guerra meu filho... Sua cidade, assim como são Paulo, é uma bosta |
🌀 Trooper
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09-06-15, 08:28
#27
Quote:
Por mim, deveriam spawnar mais cafés. Aliás, uma reflexão: Agora com a modinha de volta de tomar-se expresso na rua, poderia volta o Café Palheta. Isso sim foi perda! Tinha um Café Palheta que compartilhava espaço com uma farmácia aqui no Méier. Eu tomava lá aquele café caro só pra "reforço sindical", pq ele chegava a ter o mesmo preço da Barra (inaceitável pra mim). E um monte de salgadinhos bem feitinhos, porém todos engordol. Poderiam ter re-elabado o cardápio para poder melhor atender a galera. E os cafés eram servidos em xícaras de porcelana totalmente trabalhos, tipo aqueles que passam de geração em geração e que você herdou da avó e ela usava quando tinha visita em casa. Isso foi uma pena também. |
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wat
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10-06-15, 18:50
#28
OPA
esqueci de falar q nao pode fechar a le boy e a le girl tb, e nem o buraco da lacraia, senao a galera q paga caro pra tomar cafe na rua vai ficar sem ter pra onde ir a noite IOUHAEIOHIUEHIUHEU |
Trooper
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10-06-15, 20:07
#29
Eu tenho um puta prazer em entrar em livraria pra fuçar. Sempre que passo perto eu entro.
Pra mim é reminiscente de escolher que filme e acho que logo mais toma o mesmo caminho. |
Trooper
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10-06-15, 20:08
#30
Se for assim, vai sobrar livraria como sobrou loja de vinil
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Trooper
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10-06-15, 20:26
#31
Fura Olho, tu anda por uns lugares bem estranhos...
uahahahaha |
🌀 Trooper
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10-06-15, 22:16
#32
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