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Ice
Trooper
 

Default Um micro conto

14-10-08, 20:18 #1
Aquele pensamento maldito. Aquela voz que não se cala, que eternamente mostra a ti a realidade. Realidade? Aquela essência que não pode ser atingida. Aquele “eu” que não existe grita para ser ouvido e berra contra toda e qualquer falsa lógica delimitada por aquele Eu que existe. Essa é minha angústia, e esta é minha história:

Esfera

-“Tudo, tudo é um erro”, pensou Jonas após olhar sua mais nova criação: uma esfera.
Uma esfera simples, feita de metal e vidro, sustentada por um pequeno suporte. Um suporte feito de metal, cujo brilho ofuscava o brilho dos arcos metálicos que davam a estrutura e o suporte interno da esfera. Não havia motivo especial para essa parte, tão fundamental na sua obra, brilhar mais que as outras. A própria esfera não tinha motivo para a sua existência, a não ser existir.
Existir por existir, afinal não é o que todos fazemos nessa terra? Jonas também pensava assim. O prazer fugaz das relações, da comida, das drogas. Tudo extremamente etéreo e desprovido de significado. Nunca alcançou a satisfação plena e, no fundo, sabe que nunca alcançará. Por isso criou a esfera.
Ela, assim como ele, não possuía motivo maior para a sua existência. Apenas existia. Circundada por metal e com a sua base devidamente polida, ela era única – ou ao menos, assim o criador a achava-.
Afinal, o que significa esse ser única? Com certeza, alguém, em algum lugar do mundo, seja nesse tempo ou em outros, já criou algo parecido; ou exatamente igual. Jonas pensava sobre isso. Imaginava que, se alguém algum dia criou algo parecido, como seria esse alguém, que língua falava, em que tempo de nossa história viveu.
Perguntas tolas, mas que o preocuparam mais do que deveria. Em meio a essa preocupação, fantasiou com a sua própria criação. Imaginou-se dentro dela. Imaginou sua vida dentro da esfera. Imaginou exibi-la ao mundo. Pensou: “quem no mundo não iria apreciá-la?” Queria gritar a todos: “Olhem como ela é fantástica!”.
Queria que todos reconhecessem a sua grande obra – ou a ele?-. Que todos, ao dirigirem seu olhar a ela, estampassem em seus rostos apenas admiração por sua criação – ou por ele? -. Tal qual uma criança após tirar nota máxima em uma prova da escola, ele buscava em “todos” aquele olhar de admiração e reconhecimento por um trabalho bem feito. Nas trevas de seu pensamento, Jonas esperava que através desse olhar, alcançasse a satisfação que motivou seu trabalho. A satisfação que somente o outro pode proporcionar.
E então novamente, de súbito, foi atravessado pela dura “realidade” da pergunta “para que?”
Não existe um motivo para realizar a sua fantasia. Sabia, mesmo que lá no fundo, que ninguém nunca iria apreciá-la como ele. Sabia que ela era única somente por que a sua própria fantasia a tornara única. A esfera não existia para os outros, apenas para ele.
Horrorizado e com medo de sua nova constatação, tentou fugir. Correu por todos os lados – mas que lados?- era uma esfera, não possuía lados, não tinha como fugir. Só havia uma coisa a fazer: destruir sua criação. Armado, Jonas correu ao encontro dela, pronto para destruí-la, pronto para acabar com seu erro. E então, parou imóvel com um olhar fixo em um detalhe da esfera.
Um detalhe que ele não criará, mas que estava lá. O vidro interno desse estranho objeto possuía a capacidade de refletir de uma maneira distorcida tudo aquilo que a circundava. Jonas nunca havia dado a sua criação esse poder. Extasiado, o detalhe que atraíra a sua atenção nada mais era que a sua própria imagem no interior da cúpula. Distorcida devido à curvatura do vidro.
A Esfera agora tinha um olhar. Olhava-o da mesma forma que ele a olhara; distorcido. Suas fantasias distorciam a própria existência da esfera assim como seu reflexo distorcia a sua própria existência.
Jonas então chorou. O mesmo choro agudo e com muita dor que somente encontramos nos recém nascidos. A Esfera tornara-se agora ele próprio e ele próprio aquela imagem distorcida dada pela Esfera. Em seu íntimo, saturado agora de angustia, conseguia discernir apenas um pensamento:
“-Tudo, tudo é um erro”


Essa foi minha última "produção literária", quero ouvir a opinião da DS que sei que é sempre sincera ^^





Ice is offline   Reply With Quote
Jeep
fagmin
 

XFIRE ID: ds-jeep Steam ID: jeep_ds
14-10-08, 20:47 #2
apaguei as piadinhas, tentativa 2...

Jeep is offline   Reply With Quote
dreisao
Banned
 

14-10-08, 20:51 #3
HAEUAE

dreisao is offline   Reply With Quote
Inquisitor
Trooper
 

14-10-08, 20:55 #4
fail =[

Inquisitor is offline   Reply With Quote
denial
Banned
 

14-10-08, 20:58 #5
Tá bem escrito e passou a mensagem, parabéns!

denial is offline   Reply With Quote
Gerson
Trooper
 

14-10-08, 22:18 #6
Legal o texto Ice.
Só cuida que ta com várias redundâncias desnecessárias (brilho brilho brilhas esfera esfera..)
E essa idéia central do texto é meio batida, ja li similares e tal...sem dúvida.
Boa sorte abraço.

Gerson is offline   Reply With Quote
Zedd
Trooper
 

14-10-08, 22:34 #7
Redundância desnecessária já é uma redundância. Mas é verdade, tá cheíssimo, e esses advérbios de modo me doem demais

Eu vou me abster de opinar mais profundamente, porque eu ODEIO literatura pretensiosa e nem li tudo. Escrevo, leio e gosto de exatamente o oposto disso, deixo as tentativas de tentar se impôr pelo domínio da língua, em vez de pelo teor criativo, pra quem é pró mesmo

E não é flame não, escrever pretensiosamente dizem que até ajuda a escrever melhor. Gosto é gosto, e eu discordo PROFUNDAMENTE

Em tempo, um dia ainda posto as crônicas do Orlando Fonseca, que foi professor meu e do marconds na faculdade. O cara owna

Zedd is offline   Reply With Quote
Marumba
Trooper
 

Steam ID: marumba
15-10-08, 04:36 #8
nemly & nemlerey

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Gabeleu
Trooper
 

PSN ID: GABELEU
15-10-08, 09:23 #9
Não sou a melhor pessoa para falar sobre, so entendo que o cara no minimo deve ser psciano de fazer as coisas achar mo da hora depois muda de opnião e acha uma bosta, acha que o mundo inteiro esta contra ele e ele vive naquela arena congnitiva que não passa do tanhanho daquela bola que ele criou, provavelmente deve ser virgem como o Kenshin, bem provavel que possua alguma deficiencia mental, para imaginar tanta coisa de uma bola e esperar tanto dela, sem contar o fato da esfera refletir a imagem dele e ele ja achar que tem um outro ele dentro da mesma, mongol total.

Ainda me pergunto que se você escrevesse um livro desse, provavelmente iria vender para pseudos intelectualoids da industria farmaceutica, que o leriam e achariam super interessante, e filosofariam sobre esse textinho de um torneiro mecanico idiota, que gastou um puta tempo fazendo uma bola de ferro. Que se tudo der certo ainda vai parar no reto do Kenshin....

BjosMeLiga

Gabeleu is offline   Reply With Quote
maxcool
Banned
 

PSN ID: atcasanova
15-10-08, 10:04 #10
tl;dr

maxcool is offline   Reply With Quote
rapidiaum
maggots!
 

Gamertag: rapidiao Steam ID: rapidiaum
15-10-08, 11:53 #11
Quote:
Postado por maxcool Mostrar Post
tl;dr
(1)
se isso for o micro conto, imagina o macro..

rapidiaum is offline   Reply With Quote
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