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Default [Filmes] RIP Ernest Borgnine

10-07-12, 13:32 #1


 


http://pipocamoderna.com.br/ernest-b...17-2012/193147


Morreu Ernest Borgnine, um dos último “homens maus” da era de ouro de Hollywood, vencedor do Oscar de Melhor Ator pelo drama “Marty” (1955). Ele faleceu no domingo (8/7) vítima de uma insuficiência renal, no centro médico Cedars-Sinai, em Los Angeles, cercado por sua família, aos 95 anos de idade.

Filho de imigrantes italianos, Ermes Effron Borgnino nasceu em 24 de janeiro de 1917 no estado de Connecticut. Aos 18 anos, entrou para a Marinha Americana, onde serviu por dez anos, participando, inclusive, da 2ª Guerra Mundial. Esta ligação com a Marinha o acompanhou em grande parte da carreira, em papéis em filmes de temática naval, e também lhe rendeu homenagens das Forças Armadas.


Sua carreira no cinema começou em 1951, com o filme “Corsário Chinês” (China Corsair), em que viveu um pirata, e se estendeu até 2012, somando mais de 100 filmes, muitos dos quais em papéis de destaque. Uma grande façanha para alguém que não tinha cara de galã. Grandão, barrigudo, com voz rouca e a testa eternamente franzida, Borgnine tinha o tipo físico para viver o coadjuvante vilão, o capanga de gângsteres ou integrante do bando de pistoleiros. Mas como ele mesmo disse, no texto do filme que lhe rendeu o Oscar: “Nós, os vira-latas, não somos tão vira-latas quanto pensamos”.

Em 1953, ele teve seu primeiro papel de destaque no drama “A um Passo da Eternidade” (From Here to Eternity), no qual deu vida ao Sargento “Fatso” Judson, que torturava o Soldado Maggio, vivido por Frank Sinatra, numa base militar do Havaí. Os dois protagonizaram na tela um embate antológico, que marcou época, além de definir Borgnine como uma figura sádica e brutal. Um começo nada modesto, num filme vencedor do Oscar, que se tornou um dos dramas mais famosos de todos os tempos.


Nunca mais lhe faltou trabalho. Sua presença imponente passou a ser requisitada para conferir gravidade a diversos filmes famosos. Ele apareceu em algumas das melhores produções de 1954, como os westerns “Vera Cruz”, de Robert Aldrich, ao lado de Gary Cooper e Burt Lancaster, e “Johnny Guitar”, de Nicholas Ray, estrelado por Joan Crawford, além do épico romano “Demetrius, o Gladiador” (Demetrius and the Gladiators). Mas ninguém poderia prever o que lhe aconteceria no ano seguinte.

O ano que mudou sua carreira para sempre começou sedimentando seu perfil de homem mau. Ele abraçou o gênero noir em filmes como “Conspiração do Silêncio” (Bad Day at Black Rock), de John Sturges, “Sábado Violento” (Violent Saturday), de Richard Fleischer, e “Fora das Grades” (Run for Cover), nova parceria com o diretor Nicholas Ray. Mas seus papéis de criminosos violentos estavam com os dias contados.

Naquele ano, ele conquistou público e crítica num papel completamente oposto a tudo o que interpretara até então, encarnando o solteirão Marty Pilletti, que aos 34 anos ainda vivia com a mãe e buscava alguém que o amasse verdadeiramente.

Diz a lenda que o produtor Harold Hecht queria Rod Steiger para viver o papel título de “Marty”, mas o ator já tinha se comprometido com “Oklahoma!”. Sem saber quem escalar, o produtor ouviu a sugestão ferina de uma convidada numa festa de Hollywood, que desinteressadamente comentou que, feio como era, Borgnine tinha também um qualidade de animal ferido, que inspirava afeto e pena. “Foi por isso”, Hecht revelou mais tarde, “que eu decidi convidá-lo para o papel”.

“Marty” contava a história do romance entre um açougueiro feioso de 34 anos do Bronx e uma professora sem charme, que se conhecem num baile de sábado à noite. Eles se aproximam devido aos medos que cada um sente da solidão e da rejeição. Não era, definitivamente, uma história convencional – ainda que se baseasse num telefilme de relativo sucesso.

Borgnine nunca tinha sido testado num papel principal, muito menos num drama. Todos apostavam que “Marty” fracassaria e Hecth se contentava em saber que poderia descontar os prejuízos no imposto de renda. Mas público e crítica se empolgaram com o filme e o ator. Borgnine foi premiado no Festival de Cannes, no prêmio britânico BAFTA, pelos Críticos de Nova York, no Globo de Ouro e conquistou a maior honra de sua carreira, o Oscar de Melhor Ator – “Marty também levou da Academia os troféus de Melhor Filme, Diretor (Delbert Mann) e Roteiro (Paddy Chayefsky).

“O Oscar fez de mim um astro e sou grato por isso, mas eu sinto que se eu não o tivesse ganhado, não teria metido nas confusões que me meti em minha vida pessoal”, revelou Borgnine em 1966. Ele se referia a sua conturbada vida pessoal, que incluiu quatro casamentos falidos, Um deles, com a estrela da Broadway Ethel Merman, durou menos de um mês.

Nenhum outro papel da mesma estatura voltou a lhe ser oferecido, mas ele sempre se mostrou grato por “Marty” mudar a percepção sobre o tipo de personagem que poderia interpretar. Borgnine deixou de ser lembrado automaticamente para viver brutamontes. Nos anos seguintes, viveu uma gama bastante variada de personagens, em parte porque Hollywood não sabia o que fazer com ele, após seu status de vencedor do Oscar.

Em “Brutos em Fúria” (The Square Jungle, 1955), viveu o treinador gentil de um boxeador (Tony Curtis). Em “Ao Despertar da Paixão” (Jubal, 1956), uma versão western da tragédia shakespeareana “Othello”, foi um rancheiro bondoso, que é convencido por Rod Steiger que sua esposa lhe estava sendo infiel com seu capataz Glenn Ford. Em “A Festa de Casamento” (The Catered Affair, 1956), era o marido taxista de Bette Davis. Em “Difamação de um Homem” (Three Brave Men), ousou viver um funcionário da Marinha que precisa se defender após ser considerado comunista – em plena era da “Lista Negra”, que demitia roteiristas de Hollywood com as mesmas alegações.

Ele ainda interpretou o compositor Lew Brown em “O Encanto de Viver” (The Best Things in Life Are Free, 1956), o único musical de sua filmografia – em que felizmente só canta algumas notas.

No final da década, ele passou a ser escalado em filmes de ação, como “Torpedo” (Torpedo Run), o western “Os Homens das Terras Bravias” (The Badlanders) e o épico “Vikings, os Conquistadores”, todos os três de 1958.

Mas Borgnine ainda não tinha cansado de se reinventar. Uma nova fase de sua carreira se descortinou quando decidiu estrelar uma série cômica de TV, o sitcom “McHale’s Navy” (1962-66). Até então, ele se recusava a trabalhar em uma série de TV, até o dia que um garotinho disse que, apesar de saber quem eram os atores James Arness e Richard Boone, das séries “Gunsmoke” e “Paladino do Oeste”, respectivamente, jamais ouvira falar de Ernest Borgnine.

Na série, Borgnine interpretava o irreverente Capitão de uma fragata, papel que transformou sua eterna carranca em motivo de graça. “McHale’s Navy” teve 138 episódios ao longo de quatro temporadas. E, neste período, mudou novamente a percepção do público sobre o ator, que desde então também se tornou conhecido por estrelar comédias.

Com seis décadas de carreira, ele não escapou de voltar a ser escalado por conta de estereótipos. Mas seus malvados, a partir dos anos 1960, demonstravam um senso de humor e honra que os capangas de outrora não tinham permissão de expressar. Eram mais “durões”, como se dizia na época, que vilões tradicionais.

Esses papéis incluíam o Comandante de “Os Doze Condenados” (1967), de Robert Aldrich, e as três sequencias que a produção teve em telefilmes. No filme, ele era responsável por juntar um verdadeiro “quem é quem” dos astros de ação da época – Lee Marvin, Charles Bronson, Jim Brown, Clint Walker, Telly Savalas, além de Donald Sutherland e John Cassavetes – antecipando o gênero dos filmes de brutamontes que Stallone recriou com “Os Mercenários” (The Expendables, 2010).

Em 1969, voltou a participar de um filme que marcou época, interpretando Dutch Engstrom, membro da gangue de bandidos do clássico “Meu Ódio Será Sua Herança” (Wild Bunch), de Sam Peckinpah. Considerado um dos maiores responsáveis pela estética da ultraviolência – com mortes sanguinárias em câmera lenta – e um dos principais filmes dos anos 1960, “Meu Ódio Será Sua Herança” também abriu caminho para as tramas que fariam o público torcer pelos homens maus.

Os anos 1970 trouxeram novos gêneros à sua cada vez mais vasta filmografia: o terror de “Calafrio” (Willard, 1971), que ficou famoso pelo tema cantado por Michael Jackson (“Ben”), o precursor do cinema catástrofe “O Destino de Poseidon” (The Poisedon Adventure, 1972), em que lutava para sobreviver a um naufrágio, e a aventura submarina “O Fator Netuno” (The Neptune Factor, 1973).

Paralelamente, continuou investindo em sagas violentas, um segmento que experimentava cada vez mais popularidade. Assim, voltou a colaborar com Pekinpah em “Comboio”, no papel do xerife inescrupuloso que abusa dos caminhoneiros que cruzam seu território, e protagonizou um duelo sanguinário sobre trem com Lee Marvin, em “O Imperador do Norte” (Emperor of the North, 1973), novamente dirigido pelo mestre Robert Aldrich. Ambos os filmes retomaram a tendência de personagens sádicos do começo de sua carreira, agora em cores vivas e berrantes (de dor).

Incansável, ainda experimentou a ficção científica em três filmes seguidos: “Buraco Negro” (1979), a resposta da Disney à “Guerra nas Estrelas (1977), “The Ravagers” (1979), passado nas ruínas de um mundo pós-apocalíptico, e o cultuado “Fuga de Nova York” (1981), de John Carpenter.

Ao final dos anos 1970, voltou-se outra vez à TV, participando de minisséries épicas como “Jesus de Nazaré” (1972) e “Os Últimos Dias de Pompéia” (1984), e em episódios de “O Barco do Amor” e “Magnum”. Ele ainda integrou o elenco fixo de duas séries, “Future Cop” (1976), em que vivia um policial veterano ao lado de um parceiro andróide, “Águia de Fogo” (1984-86), sobre a equipe de um piloto renegado, que usava um helicóptero de guerra para combater o crime, e a sitcom “The Single Guy” (1995-97), na qual interpretava um porteiro.

Entre seus últimos trabalhos importantes estão a sci-fi “Gattaca” (1997), a biografia “Hoover” (2000), no papel-título de J. Edgar Hoover, o projeto coletivo “11 de Setembro” (2002), e “Red – Aposentados e Perigosos” (2010), filme de ação emblemático que serve quase como homenagem à sua carreira, no qual velhos durões aposentados mostram-se mais efetivos que a nova geração.

Desde 1999, Borgnine emprestava sua voz para o super-herói senil Homem-Sereia, personagem da animação “Bob Esponja”. Em 2009, ele ainda recebeu uma indicação ao prêmio Emmy por sua participação em “Plantão Médico” (E.R.), justamente no emocionante episódio que encerrou a série.

Seu último filme, “The Man Who Shook the Hand of Vicente Fernandez” permanece inédito. Na produção, ele interpretou um idoso que lamentava nunca ter ficado famoso e vivido uma vida sem significado. Nada mais distante de sua própria existência. Pelo papel, ele conquistou o último prêmio de sua carreira: o troféu de Melhor Ator no Festival de Newport Beach, há apenas três meses.

Ernest Borgnine ganhou o Oscar cedo, mas levou a carreira inteira procurando demonstrar que era capaz de fazer mais que uma cara feia e a postura intimidante de um homem malvado. E ao se desafiar por toda a vida, buscando papéis sempre diferentes, demonstrou ter muitas outras facetas, além de um grande paixão pela arte da interpretação. Hollywood perdeu um de seus maiores talentos.





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mrxrsd
Trooper
 

PSN ID: mrxrsd_us Steam ID: mrxrsd
10-07-12, 13:37 #2
Hector Bonillha? era gnt boa =/

mrxrsd is offline   Reply With Quote
Darth Maul
Dungeon Master
 

XFIRE ID: DS_maul Steam ID: darth_ds
10-07-12, 13:40 #3
Ernest era um dos grandes. Adorava o personagem Dominic Santini no Águia de Fogo, o Dutch no Wild Bunch, mas Marty Piletti é inesquecível.

RIP

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diferent
Trooper
 

10-07-12, 14:53 #4
Era irmao do clovis?

diferent is offline   Reply With Quote
DALBEN
Trooper
 

Gamertag: GC DALBEN PSN ID: DALBEN_ XFIRE ID: DALBEN_DALBEN Steam ID: gustavocorsodalben
11-08-12, 11:40 #5
Que pena, nem sabia .

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