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A Lua e o som do silêncio
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Usando radiotelescópios ao redor do mundo, pesquisadores voltados para a busca de sinais provenientes de civilizações alienígenas (pesquisa conhecida pela sigla Seti) estão captando um número cada vez maior de transmissões com padrões que indicam uma fonte artificial e inteligente. Pena que não são extraterrestres.
A crescente parafernália de telecomunicações da Terra, com seus zilhões de sinais de TV, rádio, telefonia celular, transmissões via satélite, redes de computadores sem fio, conectividade global e o diabo a quatro, está tornando um inferno a vida de quem quer estudar ondas de rádio provenientes do espaço, enviadas por alienígenas ou não.
Atualmente, o grande esforço do Instituto Seti, principal órgão voltado para a busca por inteligência extraterrestre, é a construção do Conjunto Telescópico Allen, na Califórnia (Estados Unidos). Financiado em grande parte pelo magnata Paul Allen, co-fundador da Microsoft, o projeto pretende ter 42 antenas parabólicas de cerca de 6,5 metros de diâmetro até janeiro de 2006 (a idéia é terminar com 350). Mas os pesquisadores sabem que, se as coisas continuarem do jeito que estão, terão de tomar uma atitude radical: se mudar para a Lua.
Por incrível que pareça, os cientistas já estão contemplando esta possibilidade. Um grupo liderado pelo italiano Claudio Maccone estuda desde 2001 para a Academia Internacional de Astronáutica a viabilidade da instalação de um observatório radioastronômico na Lua.
Nasa Mosaico de imagens mostra o lado mais conhecido da LuaOra, mas por que na Lua? É verdade que os sinais transmitidos da Terra estão se espalhando pelo espaço à velocidade da luz em todas as direções, e a superfície lunar não está livre deles. A essa altura, por exemplo, a novela "O Clone" está para estrear em Alfa Centauri, trio de estrelas mais próximas do Sol, a 4,3 anos-luz daqui. (A despeito da pouca divulgação por parte da Globo, é verdade: doutor Albieri e tio Ali estão para ganhar fama interestelar.) Na Lua, a estréia foi quase simultânea com a da Terra, já que ela está a apenas um segundo-luz de nós. Apesar disso, e para a nossa sorte, há certas regiões lunares que desde sempre estiveram livres da "poluição" eletromagnética terráquea.
Nasa Mosaico mostra "lado afastado", que fica de costas para o planetaAgradeça à gravitação universal pelo silêncio. Por efeito da atração mútua entre Terra e Lua ao longo de bilhões de anos, a rotação lunar acabou sendo "gravitacionalmente travada", sincronizada de forma que o mesmo lado de sua superfície estivesse sempre voltado para nós. Ou seja, a Lua leva cerca de 28 dias para dar uma volta ao redor da Terra e gasta o mesmo tempo para concluir um giro em torno de si mesma. Não é à toa que, daqui do chão, sempre a vemos com a mesma aparência. Ela caprichosamente escondeu sua outra face até 1959, quando a espaçonave não-tripulada soviética Luna-3 foi até o lado afastado e tirou algumas fotografias.
Nasa Daedalus (a maior cratera da foto), com 90 km de diâmetroO grupo de Maccone elegeu uma cratera de 80 quilômetros de largura chamada Daedalus como o melhor lugar para a instalação do chamado Laboratório de Rádio do Lado Afastado Lunar. Localizada quase no equador lunar (apenas 5,5 graus para o sul) e na longitude de 179 graus Leste, ela fica praticamente no ponto mais afastado da Terra. Dali, a própria Lua serve como escudo das transmissões terrestres. E, mesmo que empresas de telecomunicações decidam no futuro lançar satélites em órbitas mais elevadas do que as usadas atualmente, a cratera Daedalus oferece boa proteção contra a chamada RFI (interferência de freqüências de rádio, na sigla em inglês).
Claro, a idéia é linda e tudo o mais, mas quem vai pagar a conta? Essa é, sem dúvida, a pergunta do milhão. Ou melhor, dos bilhões. Muitos bilhões. Instalar um observatório de radioastronomia no lado afastado da Lua pode acabar sendo o maior empreendimento já realizado ao longo da história humana. Tudo bem que uma de suas funções (mas não a única, claro) será tentar fazer a maior descoberta da história humana --a detecção de inteligência extraterrestre--, mas nenhum país ou grupo de investidores privados está no momento pronto para sequer iniciar um projeto desses.
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FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/folha/p...lt3193u6.shtml
O bixo homem é um bixo esquisito... pqp.... vai ser genial e burro ao mesmo tempo! :-/ eAIUHeaiouhEA!
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